5bb- «O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós»

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

 (Ciclo B – NATAL – Solenidade – Missa do Dia)

 

“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus… O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem… E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade”. (Jo 1,1.9.14 / 3ª L.). 

 

João, o Apóstolo e Evangelista – também conhecido como «o discípulo amado» – tem, como símbolo representativo e típico, uma “águia”… Devido à vista perspicaz desta ave, capaz de ver a longas distâncias, não admira que lhe seja atribuído, a João, esse dom de “perscrutar” – com aquele olhar perspicaz – as “profundezas” do Ser de Deus (!?) e do Verbo Encarnado (!?)… A nossa reflexão de agora só pode ter algum sentido e certa profundidade, desde esta perspetiva Joanina.

 

A – Reparemos na expressão “fez-Se carne”. Além de aceitarmos – e adorarmos! – o mistério que supõe esta afirmação, devemos pensar no significado que pode ter para nós… Quem é Ele?…

B – Trata-se do Verbo (a Palavra), o mesmo Deus, que Se encarna ou Se faz carne, quer dizer, “transfigura-Se” em ser humano, sem deixar de ser Deus! É o que nos diz “a teologia”, a nossa Fé.

A – Claro, entre nós – os humanos – é bem natural falarmos esta linguagem, porque «homem gera homem» ou «carne vem de carne». Mas dizer que “Deus Se encarnou”, pertence a outra dimensão!

B – Se considerarmos a frase completa, “e habitou entre nós”, vem-nos à memória a tão conhecida palavra «Emanuel» (Deus-connosco), do profeta (Is 7 e 8) e do Evangelho (Mt 1)…

A – Porém, que “Deus esteja connosco” percebe-se sem maior dificuldade. Mais difícil é entender e aceitar o modo e maneira como Ele está connosco, principalmente se temos em atenção o próprio conceito contido no termo ‘encarnar’, ou ‘in-carnar’, isto é, “entrar na carne”, “tornar-se carne”…

B – Pois o mais interessante e admirável, o mais maravilhoso, é que seja exatamente isso mesmo que acontece no mistério da Encarnação de Deus, no seio e através da carne duma virgem, Maria!

A – Para não falar da intervenção e colaboração secundária, mas “necessária”(!), de um homem, José, “o varão justo”, que fez com que o “sonho” do Pai Deus ficasse pleno, acabado e perfeito!

B – Temos, então, que aceitar o facto de, este «Mistério da Encarnação de Deus», estar envolvido numa “difícil teologia”. Essa é a verdade. Portanto, aqui entra em cena: – o protagonismo da nossa Fé para aceitar e assumir o “Mistério”; – e a necessidade da nossa vontade para o Adorar e Amar!

 

A-B: Senhor e Pai nosso, perante a imensidade do Mistério da Tua Encarnação,

só nos cabe Amar e Adorar, ou Adorar e Amar, com todo o entendimento e vontade.

Ficamos absortos, abismados e maravilhados porque o Teu “Verbo”, ó Pai,

é, ao mesmo tempo, a Tua «“Palavra” eterna» e o Teu «“Filho” muito Amado».

Por isso Te pedimos a Ti, Jesus, nosso Emanuel, que, por seres da nossa estirpe

– «carne da nossa carne» – nunca Te afastes de nós; que, se não estiveres connosco,

onde é que íamos encontrar “a Vida” e “a Luz verdadeira que alumia todo o homem”?

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net