At 2,3-4: “Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem”. // 1Cor 12,3-5: “Irmãos: Ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor» a não ser pela ação do Espírito Santo. De facto, há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo”. // Jo 20,21-22: “Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo…»”.
D – «ASSIM COMO O PAI ME ENVIOU, TAMBÉM EU VOS ENVIO A VÓS». SOPROU… «RECEBEI O ESPÍRITO…» (Jo 20)
O – TODOS FICARAM CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO E COMEÇARAM A FALAR OUTRAS LÍNGUAS… (At 2)
C – DE FACTO, HÁ DIVERSIDADE DE DONS… DIVERSIDADE DE SERVIÇOS… MAS O ESPÍRITO É O MESMO… (1Cor 12)
O – À primeira vista parecem textos díspares, e confusos até. Fogo que se ia dividindo; falar outras línguas; diversidade de dons; diversidade de ministérios… Isto, não irá criar divisão? …
C – No entanto, se é “o mesmo Espírito” quem fala, neles, as diversas línguas; e se é o mesmo Espírito que produz neles a diversidade de dons e os serviços diversos… isto só cria unidade!
D – Na verdade, há de ser sempre “unidade na diversidade”, pois é esse o hábito e estilo do Pai Deus… Mas, unidade também na transmissão da Missão do Reino que Eu iniciei: “Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós”…
O – Ou seja, o Messias transmite-nos a missão única… Sim, mas, ‘quando Ele já não estiver’, quem assegura essa unidade, pois os discípulos terão de dispersar-se pelo mundo… “até aos confins da terra”?… E, para mais: ‘unidade na diversidade’! Não será isto um risco?
C – Cá está a ‘peça chave’: O responsável pela unidade na diversidade vai ser o Espírito de Jesus, que Ele teve o cuidado de «prometer», uma e outra vez, e de «enviar» para continuar e completar a Sua Missão: “Soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo…»”.
X – O que mais admira, nestes textos bíblicos, é que Jesus (o Filho), com a maior simplicidade e generosidade, vai-nos Revelando tudo o que faltava do Mistério de Deus… Já conhecíamos a Sua primeira e grande novidade – revelação –: que Deus, antes de mais e por cima de tudo, é PAI (“Abba”). Foi-nos dizendo também que Ele próprio, o Filho, “nada pode fazer sem o Pai”, até chegar a afirmar que “Ele e o Pai são um só”. Igualmente, no meio deste «insondável mistério», revelou-nos a existência de uma terceira Pessoa, o Espírito Santo, que procederia do Pai e do Filho, e que seria Deus como Eles dois. Acontece – para ‘coroação’ deste Mistério Trinitário! – que este “Espírito da Verdade” era essencial e necessário para a “consumação” do processo da Criação e da Redenção. Sem o Espírito Santo, tudo ficava “incompleto”(!?). Daí que Jesus afirmasse, por diversas vezes: “E Eu vou enviar sobre vós O que meu Pai prometeu. Entretanto, permanecei na cidade (Jerusalém) até serdes revestidos com a força do Alto” (Lc 24,49); “O Advogado (Paráclito), o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo…” (Jo 14,26). – Olha, Jesus, sinceramente, não podemos querer nem pedir mais nada… Nenhum ser humano poderia sequer imaginar coisa semelhante! E ainda, um Espírito Santo que é: «Amor ardente, Luz fulgente, Benfeitor supremo, Pai dos pobres, Descanso na luta, Luz de santidade…» [da “Sequência” litúrgica do dia].
— [♫] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’) :
(♪) – «Veni Sancte Spiritus! Veni Sancte Spiritus! Veni Sancte Spiritus! Veni Sancte Spiritus! … [Taizé]
(♪) – «Veni, Creator! Veni, Creator! Veni, Creator Spiritus!» … [Taizé]
(♪) – «Ilumina-me, Senhor, com o teu ESPÍRITO; transforma-me, Senhor, com o teu ESPÍRITO! Ilumina-me, Senhor, com o teu ESPÍRITO; ilumina-me e transforma-me, Senhor!
E DEIXA-ME SENTIR O FOGO DO TEU AMOR NO MEU CORAÇÃO, SENHOR! (2) » …
«CITAÇÕES» À LUZ DESTA PALAVRA
[ Textos: do Papa / da Bíblia / poesia / fábulas / provérbios / etc. ]
— Palavras do Papa Francisco – Ação do Espírito Santo conduzindo a Igreja rumo à Verdade.
«… Surge a pergunta: existe realmente a Verdade? O que é a Verdade? Podemos conhecê-la? Podemos encontrá-la? Aqui, vem-me à mente a pergunta do procurador romano Pôncio Pilatos, quando Jesus revela o sentido profundo de Sua missão: “O que é a verdade?” (Jo 18,37.38). Pilatos não consegue entender que a Verdade está diante dele, não consegue ver em Jesus a face da Verdade, que é o rosto de Deus. E Jesus, de facto, é a Verdade que, na plenitude dos tempos, “se fez carne” (Jo 1,1.14), veio a nós para que nós a conhecêssemos. Ela não se agarra como uma coisa, mas se encontra. Não é uma posse, é um encontro com uma Pessoa.
Mas quem nos faz reconhecer que Jesus é a Verdadeira Palavra, o Filho unigênito de Deus Pai? São Paulo ensina que “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor!’ senão pelo Espírito Santo” (1Cor 12,3). É Ele, o dom de Cristo ressuscitado, que nos faz reconhecer a verdade. Jesus o define como o Paráclito, que significa «aquele que vem em nosso auxílio», que está do nosso lado para nos apoiar e defender, como advogado, neste caminho de conhecimento. Na Última Ceia, Jesus assegura aos discípulos que “o Espírito Santo lhes ensinará todas as coisas, lembrando-lhes as Suas palavras” (cf. Jo 14,26).
Qual é a ação do Espírito Santo nas nossas vidas e na vida da Igreja para nos guiar à verdade? Antes de tudo, Ele recorda e marca, no coração dos que creem, as palavras que Jesus disse e, por meio destas, a lei de Deus – como haviam anunciado os profetas do Antigo Testamento… Realiza-se a grande profecia de Ezequiel: “Eu vos purificarei de todas as vossas imundícies e de todos os vossos ídolos, vos darei um coração novo e porei em vós um espírito novo… Porei o meu espírito dentro de vós e vos farei viver de acordo com as minhas leias, vos farei observar e pôr em prática os meus preceitos” (36,25-27). De facto, é do nosso interior que nascem nossas ações; e é o coração que precisa de se converter a Deus, e o Espírito Santo transforma-o se nós nos abrimos a Ele.
O Espírito Santo, então, como Jesus promete, “guia-nos para toda a verdade” (Jo 16,13), leva-nos não somente a encontrar Jesus, a plenitude da Verdade, mas também nos guia para “dentro” dela, faz-nos entrar em comunhão mais profunda com Jesus, dando-nos a inteligência das coisas de Deus. E isso não podemos consegui-lo por conta própria. Se Deus não nos ilumina interiormente, o nosso ser cristão será superficial …
Esta é uma oração que devemos fazer todos os dias: “Espírito Santo, faça com que meu coração seja aberto à Palavra de Deus, que meu coração esteja aberto ao bem, à beleza de Deus todos os dias”. Gostaria de fazer uma pergunta a todos: “Quantos de vocês rezam todos os dias ao Espírito Santo?” Serão poucos, mas devemos cumprir esse desejo de Jesus e orar, todos os dias, ao Espírito de Deus para que Ele nos abra o coração a Jesus.
E pensemos em Maria, a qual “guardava todas as coisas, meditando-as em seu coração” (Lc 2,19.51). O acolhimento das palavras e das verdades da fé, para que se tornem vida, se realiza e cresce sob a ação do Espírito Santo. Neste sentido, devemos aprender de Maria, revivendo o seu ‘sim’, a disponibilidade total em receber o Filho de Deus em sua vida, a qual, a partir daquele momento, é transformada…».
[ Papa Francisco – Catequese – na Praça de São Pedro – (15.05.2013) ]
— Texto poético da «SEQUÊNCIA» litúrgica – Na Eucaristia da Festa do PENTECOSTES –
«Vinde, ó Santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.
Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.
Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.
Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.
Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.
Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.
Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.
Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.
Vossos sete dons
concedei à alma
do que em Vós confia:
Virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria».
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
26 Maio, 2023
«Na DIVERSIDADE… UNIDADE (!)»
Luis López A Palavra REFLETIDA
— 22.A3 – PENTECOSTES / “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico —
«Na DIVERSIDADE… UNIDADE (!)»
É bem conhecido o relato bíblico (AT) da “Torre de Babel” e a conseguinte “confusão das línguas” (Gn 11). Aí parte-se desta realidade: “da existência uma só língua, aparecem diversas línguas, para, a partir daí, os humanos não se entenderem”… Acontece que, neste episódio do dia de Pentecostes, realiza-se o efeito contrário: Se naquela situação a “diversidade de línguas gerava o desentendimento e a confusão”; ao invés, agora, esta “revolução” do Espirito Santo (“aparecida subitamente como uma forte rajada de vento… e en línguas de fogo”) produz um entendimento perfeito entre todos – sem suprimir a “bela variedade” de línguas que, nesses dias, havia lá em Jerusalém! –. Eis a questão: O Espírito Santo (a Terceira Pessoa: Amor entre o Pai e o Filho) a partir desse instante, vai infundir, na Igreja “gerada” por Cristo: Graça e Dons superabundantes, capazes de criar «Unidade na Diversidade e Diversidade na Unidade»!…
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»» “… Um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo”.(At 2 / 1ªL)
»» “Irmãos: Ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor» a não ser pela ação do Espírito Santo… Na verdade, todos nós… fomos batizados num só Espírito, para constituirmos um só Corpo. E a todos foi-nos dado a beber um único Espírito”.(1Cor 12 / 2ªL)
»» “Na tarde daquele dia, o primeiro da semana… Jesus disse-lhes: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo…»”.(Jo 20 / 3ªL)
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Porém, essa “unidade na diversidade” não depende apenas da ação do Espírito Santo, mas, como em tudo, aqui entra a liberdade humana e a nossa, maior ou menor, cooperação com essa força e ação do Espírito, que, certamente, teremos sempre connosco. Portanto, da parte d’Ele: “Somos batizados num só Espírito… é-nos dado a beber um único Espírito”; e “ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor» a não ser pela ação do Espírito Santo”(1Cor / 2ªL.). Mas, e da nossa parte?: Após “dar-nos a sua Paz”, Jesus acrescenta: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós”(Jo / 3ªL.); sem esquecer que “através do mesmo Espírito constituímos um só Corpo”(1Cor / 2ªL.). Isso significa que: como “enviados” de Jesus para uma missão e “formando todos um só corpo”, teremos que realizar a nossa ‘vocação e missão’, sempre em comunidade (“Corpo”) e vivendo a comunhão com os outros (como “irmãos”)!…
[ De «Outras Invocações e/ou Títulos» de Nossa Senhora: ]
+ Senhora da Comunidade e da Comunhão; Senhora do Espírito Santo;
Senhora dos Sete Dons (do E.S.); Senhora do Amor Divino … nossa Mãe:
Tu és bem capaz, Mãe, de criar “comunhão” e fazer “comunidade” – em harmonia –
a partir, justamente, da ‘variedade’ e ‘diversidade’ de pessoas e de situações…
Por isso é que nós Te invocamos como Senhora da Comunidade e da Comunhão.
E pois o Espírito Santo – Amor – fez de Ti o Modelo perfeito dos Seus Sete Dons
(Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Conhecimento, Piedade e Temor-Amor)
terás que ser, para nós, a Mãe que acompanhe sempre as nossas Comunidades!
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