6bb- «Para ser sinal de contradição...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

 ( Ciclo B – SAGRADA FAMÍLIA )

 

“Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações»”. (Lc 2,34-35 / 3ª L.). 

 

Neste breve texto evangélico – apenas dois versículos – evidenciam-se alguns termos um tanto estranhos, como: cair, levantar-se, sinal, contradição; e duas expressões enigmáticas: “uma espada trespassará a tua alma” e “para se revelarem os pensamentos de todos os corações”… E tudo, como consequência de uma «bênção» do “profeta” Simeão sobre aquela Sagrada Família

 

A – Desde logo, trata-se de uma profecia, no sentido de previsão de acontecimentos futuros… Mesmo assim, há quem levante uma questão, como em casos similares: Como é que pode ser “profecia” algo que foi escrito bastantes anos após a realização dos factos “profetizados”?…

B – Esta questão poderia ter alguma razão se não aceitássemos a palavra de Maria – que o contou ao evangelista Lucas – como verdadeira! Ou, será que poderia mentir Nossa Senhora?…

A – Bom, mas esqueçamos as dúvidas, e deixemos os que são livres de duvidar. E vamos ao que interessa! Qual o significado que pode ter a expressão final e conclusiva, “se revelarão os pensamentos de todos os corações”, pois esta parece ser a conclusão de todo o anterior?

B – Reparemos que a palavra-chave de toda a intervenção profética do ancião Simeão é a «luz», que aparece no versículo anterior (ver Leitura 3ª), “Luz para se revelar às nações”… Então, perante essa Luz – que é o Menino Jesus Salvador – tudo fica claro, até os mais ocultos “pensamentos”!

A – E assim, fica esclarecido: que sejam derrubados (“caiam”) os ricos e soberbos, e que sejam exaltados (“se levantem”) os humildes e pobres. Ou seja, a mesma profecia de Maria no Magnificat.

B – Mas para tal, será preciso percorrer antes uma «via sacra». Para este Menino: um caminho de cruz («via crucis»); e: uma via dolorosa para a Mãe, Maria, cuja “alma, uma espada trespassará”

A – A esta mesma ‘luz’, interpreta-se o sublinhado: “Será sinal de contradição”, como Salvador, este ‘frágil e terno” bebé, nascido homem no seio desta Família sem deixar de ser Filho de Deus!

 

A-B: Nós não podemos dizer ainda, ó Pai nosso, como o ancião Simeão,

“deixa-nos ir em paz”, porque não temos completado “a nossa carreira”…

Nós temos ainda que continuar a percorrer, com Jesus, o caminho da Paixão;

e, como Maria, Sua e nossa Mãe, para receber a “espada” que virá dessa Paixão.

Ó Jesus, Maria e José, que aprendamos a aceitar a vocação e missão de:

também nós como Ele (se formos seus verdadeiros discípulos)

carregarmos, com amor, a cruz de “sermos sinal de contradição”!

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net