48bb- «Disseram os ímpios - 'Armemos ciladas ao justo...'

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 25 do T. Comum)

 

Disseram os ímpios: «Armemos ciladas ao justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas obras… Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte… Porque, se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários… Condenemo-lo à morte infame, porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo»”. (Sb 2,12.17-18.20 / 1ª L.).

 

É interessante ou, quando menos curiosa, a ideia que exprime o versículo anterior a este texto (v.11), e que não aparece na Leitura de hoje. Diz assim: “Seja a nossa força a norma da justiça porque o que é fraco para nada serve”. É como se pensassem: «a nossa luta contra ‘o justo’ baseia-se apenas e só na nossa ‘força’»… Mas que género de força é esta e a que tipo de ‘fraqueza’ se referem?… Antes de mais, é preciso saber que o presente “trecho do livro da Sabedoria” está inspirado cabalmente num texto paralelo – muito anterior – do livro do profeta Jeremias: “Eu ouvia invetivas da multidão: «Cerco de terror! Denunciai-o! Vamos denunciá-lo!»…” (Jr 20,10-13).

 

A – Tentaremos descobrir, então, ‘o porquê’ desta atitude dos maus (“ímpios”) que pretendem opor-se, destruir, aniquilar “o justo”, que defende a «lei da Verdade».

B – Desde logo, eles, os ímpios, acabam de indicá-lo, previamente: “porque o que é fraco, para nada serve”. Quer dizer, na mente ‘deles’ está claro que o débil não presta, e portanto, só aquilo que tiver mais força, principalmente física, é que se deve impor!

A – Sabemos perfeitamente que ‘eles’ começam, normalmente, por algum tipo de força ‘psicológica’(?), geralmente baseada na mentira (“armemos ciladas… vejamos se as suas palavras… observemos… condenemo-lo…”) para o denigrir e forçar a ceder!

B – Quando estes métodos não resolvem – e por vezes logo de início, sem mais! – passam aos modos físicos violentos, de poder e força (“até lhe causar morte infame”).

A – Mas se indagarmos no verdadeiro “porquê” da sua ímpia conduta, verificamos que os motivos são bem mais fundos: “Porque nos incomoda e se opõe às nossas obras… Porque nos censura as transgressões à lei… A ver se Deus o livra das nossas mãos”.

B – É terrível até onde pode levar a maldade de quem se deixa aliciar e arrastar pela – sempre antiga e sempre nova – hipocrisia e perfídia do Maligno, Satanás!

A – Deus nos livre de sermos dessa classe de ímpios, hipócritas! Mas também – aos que tentamos viver na justiça e na verdade – nos defenda e proteja desses ímpios!

 

A/B: Pai nosso, da Terra e do Céu – de toda a parte – hoje, rezamos-Te

com este «Pai-nosso» inspirado na nossa “Palavra refletida”:

Pai, para que o teu Nome seja santificado e o teu Reino venha a nós,

antes de mais, devemos fazer coincidir a nossa vontade com a Vontade Tua,

que exige – para Tu nos perdoar – que nós perdoemos a esses nossos inimigos,

como Tu lhes perdoas mesmo que tenham sido os “ímpios” mais perversos.

E, para que o Pão do espírito e o pão do corpo nos revigorem de verdade,

não nos deixes cair na tentação e, sobretudo, livra-nos sempre do Maligno!

         

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net