50bb- «Não separe o homem o que Deus uniu...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 27 do T. Comum)

 

“Os fariseus responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’… Não separe o homem o que Deus uniu»”. (Mc 10,4-8 / 3ª L.).

 

Como se pode observar, trata-se daquela conversa – diáfana e radical! – entre Jesus e os fariseus, tendo como pano de fundo a “unicidade” e “fidelidade” do matrimónio, humano e cristão. É interessante ter em atenção a sequência em que o evangelista (neste caso, Marcos) coloca os ‘acontecimentos’. Anteriormente, Jesus acaba de falar das consequências terríveis dos escândalos (‘maus exemplos’)… E, após este texto, coloca o episódio da atitude e o exemplo de Jesus com as crianças (‘pequeninos’). Seria por acaso?

 

A – Entre uma e outra coisa, aparecem os fariseus, com mais uma das suas questões tentadoras ou espinhosas (“para O pôr à prova”): “Pode um homem repudiar a sua mulher?”. Jesus responde, primeiro, com outra pergunta: “Que vos ordenou Moisés?”.

B – Seja lá como for, o tema central que se suscita e contrapõe é o da “união” e a “separação”. Os fariseus – e os seus sequazes de todos os tempos – querem saber o que é que dá mais prazer (!?). Lá está: ‘a felicidade mal-entendida’!

A – Mas Jesus responde com Amor e Fidelidade: o único que traz a genuína e autêntica Felicidade. O que vem “pela dureza do coração” não pode trazer nada de bom!

B – E é interessante constatar que, na divisão, separação (“separações”, “divórcios”), também não se encontra nem sequer o prazer… quanto menos, a Felicidade!

A – Se ‘na mente de Deus’ – falando humanamente – estivesse como objetivo: vidas ‘independentes’ dos humanos, criava-os autónomos e não complementares. Ou, melhor dizendo, não os teria feito “à Sua imagem e semelhança” («Família Trinitária»).

B – E se alguém pusesse esta objeção: ‘Olha que nós poderíamos ser “promíscuos” como os animais!’. A resposta pode ser dupla. Ou: ‘Não queres ser mais do que um simples animal(?!)’; ou: ‘Olha que muitos animais são fiéis ao seu par toda a vida!’.

A – Apetece responder a esses fariseus e aos que pensam como eles: ‘Se vós não fostes os “inventores” da espécie humana, como é que ousais emendar o Plano de Deus Criador?’.

B – Para já não falar das nefastas consequências dos divórcios para os filhos… Não será por isso que Jesus – a seguir – manifesta a sua preferência pelas crianças (‘pequeninos’)?!

 

A/B: É verdade, ó Deus, Trindade Santíssima – Pai, Filho e Espírito –

Família Divina, que “nos criaste à Tua imagem e semelhança”

não só quanto seres ‘individuais’, mas quanto pessoas ‘familiares’

Perdoa-nos o não termos sabido entender e assumir o Teu exemplo:

que somos seres pessoais, mas vivendo em família, em comunidade.

Infunde em nós a Tua graça divina e ‘trinitária’, de Amor e Fidelidade,

para apostarmos – como pessoas e como famílias, comunidades –

num compromisso de unidade que elimine as forças da ‘divisão’!

           

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net