36bb- «E tocou-Lhe por detrás no manto...

 – A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 13 do T. Comum)

 

Ora, certa mulher que sofria de uma perda de sangue … veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto, dizendo consigo: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada» … Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?». Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas: ‘Quem Me tocou?’». Mas Jesus olhou em volta, para ver quem Lhe tinha tocado…”. (Mc 5,25-32 / 3ª L.).

 

Nesta parte do Evangelho de Marcos, o autor inspirado recopila 4 milagres de Jesus que resumem os quatro tipos em que se pode agrupar o poder miraculoso, ilimitado, daquele grande Profeta, Jesus de Nazaré: (1-) o poder sobre os fenómenos naturais (‘tempestade acalmada” no mar); (2-) recuperação da saúde (‘cura’ da mulher com fluxo de sangue); (3-) recuperação da vida mortal perdida (‘ressurreição’ da filha de Jairo); e (4-) libertação de maus espíritos (‘expulsa os demónios’ do possesso de Gerasa) … O texto, objeto da nossa reflexão, refere-se ao milagre da cura da mulher, que padecia hemorragia sanguínea permanente.

 

A – O núcleo e ponto de partida da nossa reflexão está na missão de Jesus, que neste caso é a atividade taumatúrgica (poderes sobrenaturais) de Jesus para o Bem e Salvação da humanidade…

B – E o que chama fortemente a nossa atenção é o facto de Jesus estar sempre atento e aberto a todos os pormenores – relativos aos humanos – sem Se deixar absorver ou limitar por nada nem ninguém, mesmo quando rodeado e apertado por toda aquela imensa multidão que o seguia…

A – Nós seríamos os primeiros a não entender o significado da pergunta de Jesus, “quem Me tocou?”, naquela situação concreta em que estava a ser ‘tocado’ por todo o lado…

B – Porém, uma coisa é certa. Jesus – pela Sua atenção e dedicação a todo o que é humano! – soube distinguir este ‘toque’ de todos os outros: “Notou logo que saíra uma força de Si mesmo”.

A – É interessante! Parece mesmo como que o milagre da cura da enfermidade daquela mulher (“estancamento da perda de sangue”) tivesse acontecido sem o concurso ‘voluntário’ de Jesus.

B – E é mesmo assim (embora seja preciso tentar compreendê-lo da nossa parte)! Lembremos que Jesus – antes ou depois da realização de qualquer milagre – costumava dizer à pessoa: “Foi a tua fé que te salvou!”. E foi isso mesmo que Ele disse a esta mulher, logo que recuperou a sua saúde.

A – Então, quer isso dizer que, quem “provocou” a “saída daquela força” curativa de Jesus, foi a grande e firme fé daquela mulher: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada».

B – É que Jesus – sendo a Verdade e Bondade! – quer reconhecer sempre os valores dos outros, e gosta de louvar e enaltecer os méritos, pequenos ou grandes, que descobre nas pessoas…

 

A/B: Jesus, pode acontecer – e tantas vezes o reconhecemos! – que nos falte fé

para conseguirmos o que pretendemos, com as nossas orações de súplica…

Mesmo assim, já não temos desculpa se verificarmos que não conseguimos ter fé,

pois Tu mesmo, Jesus, suscitaste a oração humilde e sincera daquele homem,

que pedia a cura do seu filho epilético e notava que não tinha fé suficiente:

“Senhor, eu creio! Mas ajuda a minha pouca fé!”.

Fazemos nossa esta oração, Jesus, quando for preciso! 

   

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net