– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Dom.(6) – RAMOS na PAIXÃO)

 

“…Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à povoação que está em frente e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém montou… Levaram-no a Jesus e, lançando as capas sobre o jumentinho, fizeram montar Jesus. Enquanto Jesus caminhava, o povo estendia as suas capas no caminho… A multidão dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus em alta voz…: «Bendito o Rei que vem em nome do Senhor…”. [ (Lc 19,30.35-38) – Leitura evangélica para a procissão dos Ramos) ].

 

A respeito da expressão “a multidão dos discípulos” (que só aparece nos Evangelhos) esclarecemos duas questões. – A primeira: que os Biblistas consideram a palavra ‘discípulo’, no Evangelho, equivalente, por vezes, a: ‘servo’, ‘filho’, ‘pequeno’, ‘criança’… – E a segunda: que, na Tradição Litúrgica da Igreja, existe um hino ritual, muito antigo e famoso que se canta em «gregoriano» [«Pueri hebræorum portantes ramos olivarum…» (“As crianças dos hebreus levando ramos de oliveira…”)]Vemos, então, que a Tradição da Igreja assumiu que “o protagonismo das crianças” foi um facto naquele evento da Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Aliás, assim entendem-se “melhor”(!?) os “versículos finais” deste episódio (que não aparecem no nosso texto): “Alguns fariseus disseram a Jesus, do meio da multidão: «Mestre, repreende os teus discípulos». Mas Jesus respondeu: «Eu vos digo: se eles se calarem, clamarão as pedras»” (Lc 19,39-40)

 

A – Olhemos por onde olharmos, sempre encontraremos, na vida deste Jesus de Nazaré a mais pura simplicidade nas atitudes paradoxais da Sua vida. Cá está ‘o gesto da entrada em Jerusalém’!

B – O jumentinho, as capas dos ‘discípulos’ e da gente, os ramos de oliveira e de outras plantas, as aclamações espontâneas… e, afinal, o «protagonismo das crianças», promovido pela ‘tradição histórica’

A – Isto, não apenas pela sua inocência, ternura, pureza – embora também, evidentemente! – mas sobretudo, pela sua abertura e humildade na aceitação simples do Reino de Deus, a Verdade de Jesus

B – E visto que este simpático ‘profeta de Nazaré’ defendeu tanta vez o mais débil, fraco e pobre… não admira que também protegesse ‘os pequenos’ (contra os ‘adultos’): “Deixai vir a Mim as criancinhas!”

A – Neste caso, a sua oposição final aos escrivas e fariseus, só se entende porque vai dirigida a defender aos mais simples (a começar pelas crianças): “Se eles se calarem, gritarão as pedras”!

B – Precisamente, e porque já aludimos às preferências de Jesus por aquilo que é “inocente e puro”, vemo-lo agora confirmado neste episódio, ao escolher um ‘burrinho’ impoluto – “que ainda ninguém montou” – e, além disso, como dizia o profeta“filho de uma jumenta (‘habituada ao jugo’)” (Zc 9,9).

A – Pois é, aqueles que são do género e espécie dos “escribas e companhia” teriam escolhido um poderoso e elegante cavalo… mas, com Jesus-Deus, ‘sempre triunfará’ a humildade e singeleza, as coisas simples!

 

A-B: Ó Jesus de Nazaré – manso e humilde profeta da Galileia – queremos juntar hoje

a nossa oração de louvor às aclamações daquelas crianças e gente simples:

“«Hossana! Hossana! Bendito o Reino do Filho de David!

Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor!

Hossana! Paz no Céu e glória nas Alturas!»”.

SANTO, SANTO, SANTO É O SENHOR DEUS DO UNIVERSO!

 

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