28bb- «Não deixava que os demónios falassem...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 5 do T. Comum)

 

“… E expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem Ele era. De manhã, muito cedo… retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à Sua procura e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas…»”. (Mc 1,34-38 / 3ª L.).

 

Estamos, como se vê, ainda no cap. 1 do Evangelho de Marcos… Jesus de Nazaré, depois de ter sido batizado por João Batista, e logo de ter passado aqueles ’40 dias’ no deserto, faz o chamamento dos primeiros discípulos (ainda não tinha escolhido “os doze” apóstolos) e começa o Seu ministério, na Galileia, para levar à frente a Missão que o Pai Lhe encomendara…

 

A – E começam logo a aparecer os primeiros sintomas daquela profecia do ancião Simeão – “será um sinal de contradição” – já desde a primeira expulsão dum ‘demónio’ na sinagoga de Cafarnaúm!

B – “Cala-te e sai desse homem”, tinha-lhe dito Jesus perante a censura desse demónio (“que tens a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus”).

A – Realmente, os demónios, ou espíritos malignos, sabiam demais acerca de Jesus… Desde logo, intuíam que Ele era Deus, porque, de outro modo, não teria esse poder absoluto sobre eles. No entanto, nós podíamos perguntar-nos: Porque não quer que digam o que, afinal, era a verdade?…

B – Os estudiosos do tema bíblico tentam explicar este proceder de Jesus, pelo facto de Ele não querer interferir com a vontade do Pai, adiantando a Sua Revelação, ainda menos vindo do Diabo!

A – É que, por outro lado, aparece uma outra proibição de Jesus, em várias outras ‘passagens’ dos evangelhos, quando é a gente ou os discípulos que pretendem “publicar” que Ele é “o Messias”.

B – Os dois modos de preceder vão no mesmo sentido. Além de não adiantar aquela “hora que o Pai determinou na sua Sabedoria”, está – da parte dos discípulos e das multidões – o facto de ainda não estarem em condições de entender o verdadeiro sentido do Seu “Messianismo”…

A – Trata-se, então, daquela tradição do Povo de Israel, que imaginava e esperava um Messias, Salvador, apenas e só, “guerreiro invencível em todas as batalhas”, que libertaria esse Povo de qualquer poder ou opressão, tornando-o numa Pátria livre e soberana… Longe do Plano de Deus!

B – E, como observamos também no nosso texto, havia outras situações em que a gente pretendia igualmente “limitar” ou “desviar” a Sua Missão universal de Salvação. Só por interesses materiais!?

 

A/B: Senhor Jesus, não somos nós mais ou melhores – quando Te rezamos –

do que aqueles irmãos nossos que Te buscavam porque os “curavas de todos os males”

Quantas vezes é interesseira a nossa oração! Quantas, visa só a ganância material!…

Porém, esquecemos os bens do espírito que são os mais importantes

e necessários para que ninguém nos afaste da vocação que o Pai sonhou para nós…

Jesus de Nazaré, que dominas todos os ‘espíritos malignos’ de hoje e de sempre,

que nada nos desvie desse Caminho que o Pai traçou para Ti e para nós!…   

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net