6cc- «Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – NATAL do Senhor)

“…Quando encontraram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?». Mas eles não entenderam as palavras de Jesus… Sua Mãe guardava todos estes acontecimentos em seu coração…” (Lc 2,48-51 / 3ª L).

 

O episódio completo desta ‘perda’ e encontro de Jesus (aos seus 12-13 anos) no templo de Jerusalém está envolvido como que numa ‘nuvem’ de mistério. E, desde logo, perante este acontecimento, levanta-se uma série de questões: Até onde chega a responsabilidade de cada um dos protagonistas da história: de Jesus, de Maria, de José?… Será que era normal, num rapazinho dessa idade, ‘provocar’ essa “perda” do modo como se processou?… E a conduta dos pais (quer na ‘perda’ quer na sua sequência) foi a adequada?… Bom, cada um é livre de arranjar, como entender, respostas para estas perguntas… Uma coisa, isso sim, devemos ter em atenção: em Jesus, existem duas “filiações”, a filiação divina e a filiação humana; ‘cada uma’ delas subsiste na perspetiva ‘da outra’… E tudo, na tal atmosfera envolvente de mistério!

 

A – É interessante lembrar, antes de mais, que – como salientam os especialistas – a primeira e última palavra que Jesus pronuncia, na sua vida terrena, é esta, Pai (“meu Pai”), referida a Deus.

B – Claro, referindo-nos apenas e só às registadas nos Evangelhos: a primeira é esta (“na casa de meu Pai”); a última, aquela, antes de morrer na cruz (“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”).

A – Fica assim evidente que a filiação divina de Jesus é sempre o primeiro e fundamental; embora Ele foi sempre consciente de que esta filiação divina nunca podia ‘ignorar’ ou ‘suprimir’ a humana.

B – Claro que para Jesus não foi fácil agir, ao mesmo tempo, como filho do Pai-Deus e como filho dos pais, Maria e José. Mas mesmo que ás vezes fosse difícil, na dificuldade estava a sua missão!

A – Então, o que na verdade importa neste assunto, é aprendermos – os humanos – a maneira de como devemos proceder, nestes casos, como pessoas ‘membros que somos’ de “uma família”.

B – Enquanto ‘pais’: acompanhar o crescimento dos filhos (“em idade, sabedoria e graça”) como fizeram Maria e José a respeito de Jesus. Acompanhar significa ser “amigos” dos filhos. E o amigo orienta e respeita a liberdade e personalidade de cada filh@; mas desde dentro, desde o coração!

A – Enquanto ‘filhos’: confiando sempre nos pais – também eles como amigos – porque, amando, nunca deixará de compreender e perdoar @ filh@, como nenhuma outra pessoa do mundo!…

B – Se assim forem estas relações – pai-filho, filho-pai – mesmo que passem por situações difíceis, problemáticas… e incompreensíveis (“eles não entenderam”) trarão sempre o fruto da harmonia

 

Ensina-nos, Mãe, ‘a arte’ de (ante o ‘incompreensível’) “guardar tudo no coração”.

E tu, José, ajuda todos os pais a compreender a sua vocação de pais e educadores;

e que aprendam ‘a arte’ de serem “amigos” dos filhos em todas as fases da sua vida.

Tu, Jesus, és ‘obrigado’ a infundir o teu espírito filial nos corações de todos os filhos.

«E abençoa, Senhor, as Famílias. Amém!  Abençoa, Senhor, a minha também!».

       

 // PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net