Is 22,22-23: “«Porei aos seus ombros a chave da casa de David: há de abrir, sem que ninguém possa fechar; há de fechar, sem que ninguém possa abrir. Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme»”. // Rm 11,33-34: “Oh, que profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis os seus desígnios e incompreensíveis os seus caminhos! Quem conheceu o pensamento do Senhor?”. // Mt 16,16-17: “Então, Pedro disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus»”.
D – «POREI AOS SEUS OMBROS A CHAVE DA CASA DE DAVID… FIXÁ-LO-EI COMO UMA ESTACA EM LUGAR FIRME» (Is 22)
O – OH, QUE PROFUNDA A RIQUEZA, A SABEDORIA E A CIÊNCIA DE DEUS! QUE INSONDÁVEIS OS SEUS DESÍGNIOS! (Rm 11)
C – «TU ÉS O MESSIAS, O FILHO DE DEUS VIVO»… «FELIZ DE TI, SIMÃO, PORQUE FOI MEU PAI QUEM TO REVELOU» (Mt 16)
O – Na ‘confissão’ de Simão Pedro, “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”, certamente se cumpre a profecia de Isaías, «Porei aos seus ombros a chave da casa de David… Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme». Não é?…
C – Todavia, o sentido que têm ‘as chaves’, quer no texto de Isaías quer no Evangelho (“dar-te-ei as chaves do reino dos Céus…”), não resulta claro.
O – E também não parecem ter o mesmo significado, num e noutro “texto”… Não estaremos a precisar de uma reflexão e explicação?… “Oh, como são insondáveis os desígnios de Deus!”.
C – Desde logo, o sentido das “chaves de Pedro” não parece que sejam para abrir o fechar ‘portas’ (nem as ‘do Céu–paraíso’ nem as ‘do céu-chuva’)… O significado deve ser mais profundo!
D – Convém não esquecer: A “chave” que ‘anuncia’ Isaías é destinada, pelo Pai-Deus, ao Filho-Messias e, n’Ele, a todos e cada um dos humanos.
O – Isso significa que a chave (ou “chaves”) que Jesus entrega a Pedro e – noutra “passagem” (Mt 18,18) – aos discípulos em geral tem aqueloutro sentido mais profundo e diferente…
C – Parece evidente que essas chaves – que afinal todos temos – foram dadas para poder sempre “abrir” o perdão, nunca para negar (‘fechar’) esse perdão a ninguém…
O – Ou seja: quando nós perdoamos («abrimos») é como abrir–se o Céu para quem é perdoado; e quando nós sabemos aceitar («abertos») o perdão de outrem, abre-se o Céu para ambos…
X — Ficamos todos a saber – se ainda o não sabíamos – que “as chaves” (do Pai, de Jesus e de nós todos) servem só para abrir e nunca para fechar. Infelizmente, muitos de nós podemos usar essas chaves para fechar. De facto, assim fazem muitos, na nossa sociedade: há quem se ‘fecha’ ao colega de trabalho, ou ao superior que lhe calhou em sorte, ou a um governante, ou ao próprio cônjuge, ao pai, à mãe, a um irmão ou irmã… Então, estamos a viver ‘fechados’… de múltiplas maneiras. Isto é, o perdão fica longe de nós. A nossa ‘chave’ é utilizada apenas para ‘fechar’, quando devia ser todo o contrário. Que tristeza, mas que desgraça! E mesmo que estejamos abertos a muita outra gente, basta estarmos fechados a uma só pessoa, conscientemente, para que permaneça ‘fechada’ para nós muita coisa… e não apenas o Céu! Poderá alguém pensar: Isto parece forte demais! Também ao próprio Jesus, disseram-Lhe muitos discípulos: “Como é dura esta doutrina!”. Só que, neste caso, temos na mão a mesma chave ‘que dá para abrir e fechar’. Usemo-la para abrir… o perdão! — Continua a ter paciência connosco, ó Pai. Mas queremos sair depressa desta situação de ‘fechamento’. Que o Teu Filho Jesus, através do Seu Espírito, nos ensine a ‘usar a chave’!
— [♫] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’):
(♪) – «- Se de Ti me afastei sem luz e sem fé, Senhor, tem piedade! – Por não ser testemunha fiel do Amor, ó Cristo, piedade! – Quando não soube dar a paz ao irmão, Senhor, tem piedade» …
(♪) – «No entardecer desta vida hei de responder pelo Amor (2). Mesmo se falar muitas línguas, se não tenho amor nada sou! Ainda que eu fizesse milagres, se não tenho amor morto estou!» …
«TEXTOS» À LUZ DESTA PALAVRA
[ do Papa / da Bíblia / Outros ]
— Papa Francisco –
Acerca de: Perdoar e ser perdoado – o segredo da misericórdia.
«Há duas coisas que não podem separar-se: o perdão dado e o perdão recebido.
Mas tantas pessoas, em dificuldade, não conseguem perdoar. Muitas vezes, o mal recebido é tão grande que conseguir perdoar é como escalar uma montanha altíssima. Um esforço enorme. Isso não dá.
Todavia, a reciprocidade da misericórdia indica que é necessário inverter a perspetiva. Mas sozinhos não podemos. É necessária a graça de Deus, e devemos pedi-la.
Todos somos pecadores. Todos. Em relação a Deus e em relação aos irmãos. Cada um sabe que não é o pai ou a mãe que deveria ser, o esposo ou a esposa, o irmão ou a irmã que deveria ser. Todos estamos em déficit na vida e precisamos de misericórdia. Sabemos que, mesmo não cometendo o mal, sempre falta algo ao bem que deveríamos ter feito.
Mas é propriamente esta nossa pobreza que se torna a força para perdoar. Cada um deve lembrar que precisa de perdão e de paciência; este é o segredo da misericórdia: perdoando se é perdoado. Por isso, Deus nos precede e nos perdoa primeiramente. Recebendo o seu perdão tornamo-nos capazes de perdoar.
A misericórdia não é uma dimensão entre outras, mas é o centro da vida cristã: “Não existe cristianismo sem misericórdia” (dizia o Papa São João Paulo II). Se o nosso cristianismo não nos leva à misericórdia, erramos o caminho, porque a misericórdia é a única verdadeira meta de todo caminho espiritual, um dos frutos mais belos da caridade.
Isto ficou muito impresso em mim, como uma mensagem que o Papa deveria dar sempre, todos os dias: a misericórdia. Lembro que naquele dia (o meu primeiro ‘Angelus’ como Papa) tive uma atitude ‘atrevida’, ao fazer publicidade de um livro sobre a misericórdia, do cardeal Kasper, que acabava de ser lançado. E aquele dia senti muito forte isto:
É a mensagem que devo dar como Bispo de Roma: “Misericórdia! Misericórdia, por favor. Perdão!”.
A misericórdia de Deus é a nossa libertação e a nossa felicidade. Nós vivemos da misericórdia, e não podemos permitir-nos ficar sem ela. Somos demasiado pobres para colocar condições, necessitamos perdoar, porque precisamos de ser perdoados».
[Papa Francisco – Catequese – Audiência geral (na Biblioteca Apostólica)-(18.03.2020)]
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
21 Agosto, 2020
«Porei aos seus ombros a chave da casa de David»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
Is 22,22-23: “«Porei aos seus ombros a chave da casa de David: há de abrir, sem que ninguém possa fechar; há de fechar, sem que ninguém possa abrir. Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme»”. // Rm 11,33-34: “Oh, que profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis os seus desígnios e incompreensíveis os seus caminhos! Quem conheceu o pensamento do Senhor?”. // Mt 16,16-17: “Então, Pedro disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus»”.
D – «POREI AOS SEUS OMBROS A CHAVE DA CASA DE DAVID… FIXÁ-LO-EI COMO UMA ESTACA EM LUGAR FIRME» (Is 22)
O – OH, QUE PROFUNDA A RIQUEZA, A SABEDORIA E A CIÊNCIA DE DEUS! QUE INSONDÁVEIS OS SEUS DESÍGNIOS! (Rm 11)
C – «TU ÉS O MESSIAS, O FILHO DE DEUS VIVO»… «FELIZ DE TI, SIMÃO, PORQUE FOI MEU PAI QUEM TO REVELOU» (Mt 16)
O – Na ‘confissão’ de Simão Pedro, “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”, certamente se cumpre a profecia de Isaías, «Porei aos seus ombros a chave da casa de David… Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme». Não é?…
C – Todavia, o sentido que têm ‘as chaves’, quer no texto de Isaías quer no Evangelho (“dar-te-ei as chaves do reino dos Céus…”), não resulta claro.
O – E também não parecem ter o mesmo significado, num e noutro “texto”… Não estaremos a precisar de uma reflexão e explicação?… “Oh, como são insondáveis os desígnios de Deus!”.
C – Desde logo, o sentido das “chaves de Pedro” não parece que sejam para abrir o fechar ‘portas’ (nem as ‘do Céu–paraíso’ nem as ‘do céu-chuva’)… O significado deve ser mais profundo!
D – Convém não esquecer: A “chave” que ‘anuncia’ Isaías é destinada, pelo Pai-Deus, ao Filho-Messias e, n’Ele, a todos e cada um dos humanos.
O – Isso significa que a chave (ou “chaves”) que Jesus entrega a Pedro e – noutra “passagem” (Mt 18,18) – aos discípulos em geral tem aqueloutro sentido mais profundo e diferente…
C – Parece evidente que essas chaves – que afinal todos temos – foram dadas para poder sempre “abrir” o perdão, nunca para negar (‘fechar’) esse perdão a ninguém…
O – Ou seja: quando nós perdoamos («abrimos») é como abrir–se o Céu para quem é perdoado; e quando nós sabemos aceitar («abertos») o perdão de outrem, abre-se o Céu para ambos…
X — Ficamos todos a saber – se ainda o não sabíamos – que “as chaves” (do Pai, de Jesus e de nós todos) servem só para abrir e nunca para fechar. Infelizmente, muitos de nós podemos usar essas chaves para fechar. De facto, assim fazem muitos, na nossa sociedade: há quem se ‘fecha’ ao colega de trabalho, ou ao superior que lhe calhou em sorte, ou a um governante, ou ao próprio cônjuge, ao pai, à mãe, a um irmão ou irmã… Então, estamos a viver ‘fechados’… de múltiplas maneiras. Isto é, o perdão fica longe de nós. A nossa ‘chave’ é utilizada apenas para ‘fechar’, quando devia ser todo o contrário. Que tristeza, mas que desgraça! E mesmo que estejamos abertos a muita outra gente, basta estarmos fechados a uma só pessoa, conscientemente, para que permaneça ‘fechada’ para nós muita coisa… e não apenas o Céu! Poderá alguém pensar: Isto parece forte demais! Também ao próprio Jesus, disseram-Lhe muitos discípulos: “Como é dura esta doutrina!”. Só que, neste caso, temos na mão a mesma chave ‘que dá para abrir e fechar’. Usemo-la para abrir… o perdão! — Continua a ter paciência connosco, ó Pai. Mas queremos sair depressa desta situação de ‘fechamento’. Que o Teu Filho Jesus, através do Seu Espírito, nos ensine a ‘usar a chave’!
— [♫] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’):
(♪) – «- Se de Ti me afastei sem luz e sem fé, Senhor, tem piedade! – Por não ser testemunha fiel do Amor, ó Cristo, piedade! – Quando não soube dar a paz ao irmão, Senhor, tem piedade» …
(♪) – «No entardecer desta vida hei de responder pelo Amor (2). Mesmo se falar muitas línguas, se não tenho amor nada sou! Ainda que eu fizesse milagres, se não tenho amor morto estou!» …
«TEXTOS» À LUZ DESTA PALAVRA
[ do Papa / da Bíblia / Outros ]
— Papa Francisco –
Acerca de: Perdoar e ser perdoado – o segredo da misericórdia.
«Há duas coisas que não podem separar-se: o perdão dado e o perdão recebido.
Mas tantas pessoas, em dificuldade, não conseguem perdoar. Muitas vezes, o mal recebido é tão grande que conseguir perdoar é como escalar uma montanha altíssima. Um esforço enorme. Isso não dá.
Todavia, a reciprocidade da misericórdia indica que é necessário inverter a perspetiva. Mas sozinhos não podemos. É necessária a graça de Deus, e devemos pedi-la.
Todos somos pecadores. Todos. Em relação a Deus e em relação aos irmãos. Cada um sabe que não é o pai ou a mãe que deveria ser, o esposo ou a esposa, o irmão ou a irmã que deveria ser. Todos estamos em déficit na vida e precisamos de misericórdia. Sabemos que, mesmo não cometendo o mal, sempre falta algo ao bem que deveríamos ter feito.
Mas é propriamente esta nossa pobreza que se torna a força para perdoar. Cada um deve lembrar que precisa de perdão e de paciência; este é o segredo da misericórdia: perdoando se é perdoado. Por isso, Deus nos precede e nos perdoa primeiramente. Recebendo o seu perdão tornamo-nos capazes de perdoar.
A misericórdia não é uma dimensão entre outras, mas é o centro da vida cristã: “Não existe cristianismo sem misericórdia” (dizia o Papa São João Paulo II). Se o nosso cristianismo não nos leva à misericórdia, erramos o caminho, porque a misericórdia é a única verdadeira meta de todo caminho espiritual, um dos frutos mais belos da caridade.
Isto ficou muito impresso em mim, como uma mensagem que o Papa deveria dar sempre, todos os dias: a misericórdia. Lembro que naquele dia (o meu primeiro ‘Angelus’ como Papa) tive uma atitude ‘atrevida’, ao fazer publicidade de um livro sobre a misericórdia, do cardeal Kasper, que acabava de ser lançado. E aquele dia senti muito forte isto:
É a mensagem que devo dar como Bispo de Roma: “Misericórdia! Misericórdia, por favor. Perdão!”.
A misericórdia de Deus é a nossa libertação e a nossa felicidade. Nós vivemos da misericórdia, e não podemos permitir-nos ficar sem ela. Somos demasiado pobres para colocar condições, necessitamos perdoar, porque precisamos de ser perdoados».
[Papa Francisco – Catequese – Audiência geral (na Biblioteca Apostólica)-(18.03.2020)]
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net