«EVANGELHO NEUTRO?… – EVANGELHO RADICAL!»

Como ponto de partida, temos hoje uma «frase/afirmação» e a explicação correspondente do nosso Papa Leão XIV… dirigida a todos, a começar pelos jovens (por ocasião do seu ‘Jubileu em Roma’ / Semana: 28.07 a 03.08):

«“Não existe Evangelho neutro: Ou seguimos a verdade ou traímos a cruz!” Esta afirmação é um apelo forte à autenticidade da fé cristã. O Evangelho não é neutro nem cómodo, exige escolha, compromisso e, muitas vezes, sacrifício. Seguir a verdade é viver segundo os ensinamentos de Cristo, mesmo quando isso implica perder conforto, prestígio ou aceitação social. A cruz, mais do que um símbolo de dor, é sinal de decisão. Moldar o Evangelho às modas ou ideologias esvazia o seu poder. Ser neutro é, na prática, rejeitar a urgência da mensagem de Cristo, ao ‘lavar as mãos’ diante da injustiça como fez Pilatos. Ou seguimos a verdade ou traímos a cruz. Não fomos chamados a ser espectadores, mas discípulos, e o verdadeiro discípulo carrega a Cruz com os olhos fixos na Ressurreição».

Então, se «a cruz é sinal ‘de decisão’ mais do que um símbolo ‘de dor’» isso quer dizer que Jesus, ao ‘aceitar livremente’ a paixão e morte (como Ele mesmo afirma noutros lugares), “decide” conscientemente demonstrar que ‘a cruz’ é, apenas e só, o ‘caminho’ que leva à Felicidade da Salvação; portanto, questão de “decisão”.

Isto – por coincidência – vai na mesma linha da “mensagem” que, este ano, estamos a partilhar com os nossos ‘amigos’ (facebook / por ocasião das suas ‘festas de anos’), no sentido de ‘não confundir a felicidade com o prazer’. E o núcleo desta mensagem aceita e assume que «a “felicidade” é compatível com a “cruz” (ou ‘as cruzes’) enquanto o ‘prazer’, por definição, é incompatível com tudo aquilo que tiver a ver com a ‘cruz’ (sacrifício, dor, pesar, desgosto…). Mas isto explica-se do modo seguinte.

É que essa ‘felicidade’ que desejamos aos outros e a nós (por ex. nos ‘aniversários’) está-se a confundir com outras ‘coisas’ que são apenas ‘prazer’ (gosto, agrado sensorial, satisfação, bem-estar,…) coisas todas passageiras, isto é, ‘com data de caducidade’(!). Então, se pensarmos bem, temos de concluir que a felicidade não pode ser nenhuma dessas coisas, visto elas serem incompatíveis com a dor, o sofrimento, a cruz…

Porém, a “Felicidade” é compatível com qualquer uma delas, e com todas… Sim, uma pessoa que ama de verdade, sabe por experiência própria, que ela está a sentir-se intimamente feliz, mesmo quando está a sofrer (dor, mágoa, mal-estar, pesar, ‘cruz’…) por alguma causa justa, ou por uma pessoa amada… Isto não é possível para quem confunde o ‘prazer’ com a “felicidade”…

E se agora olharmos para o exemplo da vida de Cristo Jesus, que nos aparece no Evangelho, podemos observar que – através da sua Paixão e Morte de Cruz – pela sua Ressurreição, conseguiu a verdadeira FELICIDADE, para Ele e para todos os seus irmãos e irmãs: aliás, a Humanidade inteira!…

Ora bem, temos de reparar que, logo no início do relato desta Paixão e Cruz, aparece clara a “chave” de interpretação que explica o sentido da Sua Paixão e, ao mesmo tempo, explica essa nossa afirmação anterior «Uma pessoa que ama de verdade, sabe por experiência própria, que ela sente-se intimamente feliz, mesmo estando a sofrer». E reparemos bem nas palavras de Jesus (dessa tal ‘chave’) “quando se pôs à mesa (da Última Ceia) com os Apóstolos, diz-lhes: «Tenho desejado ardentemente comer esta Páscoa convosco, antes de padecer…»”.(Lc 22,15…). “Tenho ardentemente desejado”. Pelo contexto de tudo o que vem a seguir (o relato completo da Paixão), deduz-se que, o facto de iniciar os padecimentos que vai sofrer – não pelo facto de padecer em si, mas pelas consequências (isto é, a Redenção para todos) – isso, constitui um “desejo ardente”, que se deve interpretar como uma alegria profunda, ou seja, a “felicidade” verdadeira!!!   

Não é verdade que este Evangelho de Jesuse nosso!? – é mesmo um “Evangelho radical”? – Pois é mesmo. E é “radi.cal” por estar “en.raiz.ado” no próprio Ser de Cristo Jesus.

Decerto, o Papa Leão tem toda a razão!… E nós com ele!

                                                                                         (25-08-2025)

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