«A ‘TRANSCENDÊNCIA’… é INCOMPREENSÍVEL, para nós!?»

Antes de mais, devemos completar este título, assim:  “A TRANSCENDÊNCIA é INCOMPREENSÍVEL… PARA NÓS, OS HUMANOS”, enquanto estivermos nesta “situação de existência mortal” dentro das sabidas (e já várias vezes mencionadas) «coordenadas espácio-temporais»…

E, exatamente nestes dias – de celebrações e vivências em volta “do Além”! –tentaremos navegar por este ‘Mar Transcendente que parece não ter limites (?)… Estamos a referir-nos às próximas datas, concernentes às Festividades Cristãs de Todos os Santos e dos Fiéis Defuntos… Sim, elas acontecem em tantos e tantos povos e civilizações, e com tão diversas e díspares manifestações e ostentações pseudofolclóricas!… São realidades que apontam ao Além, à Transcendência!

Pois é, certas realidades interrogam-nos acerca “do transcendente”… e outras ‘nem por isso’. Porém, resulta evidente que para nós, os cristãos – e para ‘crentes’ de outras religiões (máxime daquelas que são também monoteístas) – certas questões suscitam, em nós e neles, alguma preocupação(!), quando não pavor ou espanto…(!?).

Por exemplo, o que é que acontece com a questão do Inferno?… Existe? Não existe? Como se pode explicar a sua aceitação ou negação? Então, e a eternidade do inferno?

Para nós, os cristãos, existem algumas explicações, em volta destes ‘pontos de interrogação’… Para já, há os que pensam que o Inferno pode definir-se, apenas e só, como o estado resultante da “ausência de Deus” na nossa vida, na nossa pessoa. Quer dizer, quando não sentimos Deus em nós – ou ‘por perto’! -. Isso seria o inferno! Sempre pela nossa culpa, evidentemente! Ora bem, tal coisa podia parecer impossível, tendo em atenção que Deus nos envolve e nos penetra; e não pode deixar de o fazer (!), para nós continuarmos com vida… Porém, da nossa parte – e cá está a nossa “adorada”(!) liberdade – existe a possibilidade (ó “mistério”!) de “cortar ou interromper” essa nossa união profunda e íntima com Deus… Em todo o caso, este dito Inferno terá ‘a duração’ que tiver essa “ausência”(!?) de Deus em nós, ou de nós n’Ele! O qual, afinal, dependerá também da nossa vontade e liberdade!!!

E, a questão do “inferno eterno”? O que significa? — Bem. Quer a existência do inferno quer a sua eternidade são coisas que, logo à partida, nos apetece negar, sem mais!… Porém, é mais realista e radical, responder, por vezes, ainda que seja com outra pergunta (?). Então, o melhor é respondermos assim: «Será que poderá haver qualquer coisa ‘de existência eterna’, além de: o Amor, o Bem, a Bondade… ou seja, DEUS?».  

E já agora. Temos cá uma constatação interessante. Isto de responder a uma pergunta “sem responder diretamente” (mas ‘fugindo à questão’ como se costuma dizer) era uma ‘tática’ que Jesus utilizava algumas vezes, quando a pergunta ou era ‘impertinente’ ou ‘mal intencionada’…; ou simplesmente a questão não tinha a ‘resposta direta’ que o inquiridor podia esperar. Por exemplo. Naquela altura em que alguém perguntou a Jesus, assim, sem mais: «Senhor, são poucos os que se salvam?». A resposta de Jesus, tão inesperada quanto inteligente e sábia foi: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita…” (Lc 13,24). Toda a gente compreende que qualquer outra resposta possível (‘São poucos’, ‘São muitos’, ‘São…’) nem teria muito sentido nem deixaria satisfeito a qualquer um. Até porque no “texto paralelo” de outro evangelista (Mt 7,13) acrescenta-se uma explicação que confirma o anterior: “…porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição…”.

Mas, retomemos a questão anterior, já para findar por ora. Há uma coisa que deve ficar assente, e bem clara na mente de todos. Aliás, é a consequência da verdade que afirmávamos a modo de ‘pergunta’(?): Se só Deus (o Amor, o Bem, a Bondade,…) é Eterno, então, todo o resto, ou seja, o Mal, ‘o espírito Maligno’, em todas as suas manifestações e ‘poderes demoníacos’! – ainda que pareça e apareça com grande poder e força neste nosso mundo – está, finalmente, condenado a desaparecer! Jamais poderá vencer! Também isto fica bem patente nas Sagradas Escrituras, sobretudo no Novo Testamento, e mais concretamente no Evangelho através do Poder Salvador de Cristo Jesus, Deus e homem!

                                                                                     (30-10-2025)                                                                     

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