
(Ciclo A – Domingo.1. PÁSCOA da RESSURREIÇÃO)
«VIVE ELE! – VIVES TU! – VIVO EU!»
Aleluia! Ainda que a nossa fé seja incipiente e “pequena como um grão de mostarda” (Mt 17, 20) conseguimos aceitar que – devido ao facto de o conjunto dos seres humanos sentirmo-nos como um todo solidário (“sólido”), coletivo, social – e existindo um Outro Ser que “personifique” ou “aglutine” ou “determine” ou “assuma” o Corpo dessa Sociedade Humana em Cada um dos seus membros… então, nós todos corremos a mesma sorte que viveu e vive esse Ser-Outro. A menos que a nossa liberdade decida outra direção e sentido!
Para nós – está bem claro na Palavra de hoje – esse Ser-Outro é Cristo Jesus, Deus e homem, ou então, homem perfeito sem deixar de ser Deus. E porque é homem perfeito e real, teve de passar pela dor e o sofrimento até à morte. Isso era mesmo “necessário” (!?). Confirmam-no as Suas palavras, quando fala aos discípulos de Emaús (num dos evangelhos de hoje): “Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» (Lc 24 / 3ª L.). Assim, compreende-se que admitamos como lógico e razoável que nós, membros do Seu Corpo, não possamos fugir a essa mesma sorte. Nenhum ser humano pode completar a sua existência terrena sem ter assumido o sofrimento, de variadas formas, antes de acabar com o compêndio e epílogo de todas as penas, que é a morte. E, atenção, que aqui ninguém defende a dor e o sofrimento em si mesmo. Isso seria masoquismo (?). Tudo aquilo que nos faz sofrer, não tem valor nenhum por si só. Jesus foi o primeiro a mostrar (pelo mero “instinto humano”) a mais forte resistência e relutância perante as angústias e aflições da sua paixão e morte. Até três vezes repetiu naquela altura: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice…!” (Mt 26, 39). E fica assim bem claro que Ele nunca sofreria por prazer, se não fosse como sinal e demonstração de Amor! Sendo assim para o nosso Irmão Jesus, também para nós, o sofrer deve ter este mesmo sentido de prova de Amor; além do outro sentido de purificação e de redenção… para nós e para os outros!
Ou seja, o que nós temos de aceitar pela fé – também aqui assistida pela razão! – é que a maldade, produto consciente da liberdade mal entendida (“libertinagem” ou não), constitui uma perturbação, desordem ou “imundície”, que deverá ser lavada e purgada “como se purifica o ouro no crisol” (Ml 3, 3), ou “como quem passa pelo fogo” (1 Cor 3, 13 ). O Filho de Deus demonstrou que não pode ser de outro modo. Aí está toda a sua paixão e morte – lembram-se? – (por diversas vezes refletida nestas semanas anteriores). Era, portanto, lógico e coerente que agora chegasse o cume do triunfo e da glorificação! Nesta altura, é Pedro a discursar perante aquele auditório: “Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se… a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos”… (At 10 / 1ª L.). Mesmo que não fosse fácil – e menos nos inícios – acreditar num tão inaudito e espantoso acontecimento como era uma ressurreição! Por isso, o próprio João escreverá, referindo-se a si mesmo e a Pedro: “…Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20 / 3ª L.).
Por cima de tudo, o que aqueles discípulos sentiam, em si mesmos, era que Ele estava Vivo, embora não tivessem argumentos visíveis ou tangíveis para o demonstrar… E porque eles sentem e experimentam a Sua presença, também têm a “certeza” (segurança que dá a fé n’Aquele que Vive!) de que essa Vida Divina se prolongará neles, para além da morte. Se Ele vive e porque Ele vive, nós também viveremos! Ou, não seríamos “solidários”!
Então, para nós agora, quê? Nós, que aceitamos, como Jesus, a nossa passagem por este “vale de lágrimas” com as suas penas e cruzes; nós, que recebemos a morte terrena como a conclusão lógica e coerente de um período vital que, por vezes, é de difícil purificação necessária; nós… o que é que nós podemos esperar a seguir? Pois se pensarmos com a lógica coerente de S. Paulo, é isto que nos espera: “Se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele Viveremos” (Rm 6, 8). Ou então: “Porque vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos haveis de manifestar com Ele na Glória” (Cl 3 / 2ª L.). É assim que se percebe aquilo de: Porque «Ele Vive! – Vives tu! – Vivo eu!»… E tal-qualmente compreende-se a transcendência que tem para a vida de muitos “jovens”(!), e menos jovens, esse grito radical de Salvação e Felicidade: CRISTO VIVE !!!
Exultamos, Pai nosso, com Aleluias,
pelo triunfo do Teu Amor sobre o mal,
neste Dia Esperado que Tu fizeste!
Aleluia, porque não podes deixar de ser Bom,
porque é eterna a Tua misericórdia!
Aleluia, porque também nós não morremos
mas vivemos em Cristo eternamente!
Aleluia, porque se vivemos como Jesus, Teu Filho,
aceitando sofrer e morrer como Ele,
também, como Ele, Viveremos!
Aleluia! Porque tudo isto vem de Ti, ó Pai,
e é admirável aos nossos olhos. Aleluia!
[ do Salmo Responsorial / 117 (118) ]
15 Abril, 2017
«VIVE ELE! – VIVES TU! – VIVO EU!»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
(Ciclo A – Domingo.1. PÁSCOA da RESSURREIÇÃO)
«VIVE ELE! – VIVES TU! – VIVO EU!»
Aleluia! Ainda que a nossa fé seja incipiente e “pequena como um grão de mostarda” (Mt 17, 20) conseguimos aceitar que – devido ao facto de o conjunto dos seres humanos sentirmo-nos como um todo solidário (“sólido”), coletivo, social – e existindo um Outro Ser que “personifique” ou “aglutine” ou “determine” ou “assuma” o Corpo dessa Sociedade Humana em Cada um dos seus membros… então, nós todos corremos a mesma sorte que viveu e vive esse Ser-Outro. A menos que a nossa liberdade decida outra direção e sentido!
Para nós – está bem claro na Palavra de hoje – esse Ser-Outro é Cristo Jesus, Deus e homem, ou então, homem perfeito sem deixar de ser Deus. E porque é homem perfeito e real, teve de passar pela dor e o sofrimento até à morte. Isso era mesmo “necessário” (!?). Confirmam-no as Suas palavras, quando fala aos discípulos de Emaús (num dos evangelhos de hoje): “Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» (Lc 24 / 3ª L.). Assim, compreende-se que admitamos como lógico e razoável que nós, membros do Seu Corpo, não possamos fugir a essa mesma sorte. Nenhum ser humano pode completar a sua existência terrena sem ter assumido o sofrimento, de variadas formas, antes de acabar com o compêndio e epílogo de todas as penas, que é a morte. E, atenção, que aqui ninguém defende a dor e o sofrimento em si mesmo. Isso seria masoquismo (?). Tudo aquilo que nos faz sofrer, não tem valor nenhum por si só. Jesus foi o primeiro a mostrar (pelo mero “instinto humano”) a mais forte resistência e relutância perante as angústias e aflições da sua paixão e morte. Até três vezes repetiu naquela altura: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice…!” (Mt 26, 39). E fica assim bem claro que Ele nunca sofreria por prazer, se não fosse como sinal e demonstração de Amor! Sendo assim para o nosso Irmão Jesus, também para nós, o sofrer deve ter este mesmo sentido de prova de Amor; além do outro sentido de purificação e de redenção… para nós e para os outros!
Ou seja, o que nós temos de aceitar pela fé – também aqui assistida pela razão! – é que a maldade, produto consciente da liberdade mal entendida (“libertinagem” ou não), constitui uma perturbação, desordem ou “imundície”, que deverá ser lavada e purgada “como se purifica o ouro no crisol” (Ml 3, 3), ou “como quem passa pelo fogo” (1 Cor 3, 13 ). O Filho de Deus demonstrou que não pode ser de outro modo. Aí está toda a sua paixão e morte – lembram-se? – (por diversas vezes refletida nestas semanas anteriores). Era, portanto, lógico e coerente que agora chegasse o cume do triunfo e da glorificação! Nesta altura, é Pedro a discursar perante aquele auditório: “Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se… a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos”… (At 10 / 1ª L.). Mesmo que não fosse fácil – e menos nos inícios – acreditar num tão inaudito e espantoso acontecimento como era uma ressurreição! Por isso, o próprio João escreverá, referindo-se a si mesmo e a Pedro: “…Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20 / 3ª L.).
Por cima de tudo, o que aqueles discípulos sentiam, em si mesmos, era que Ele estava Vivo, embora não tivessem argumentos visíveis ou tangíveis para o demonstrar… E porque eles sentem e experimentam a Sua presença, também têm a “certeza” (segurança que dá a fé n’Aquele que Vive!) de que essa Vida Divina se prolongará neles, para além da morte. Se Ele vive e porque Ele vive, nós também viveremos! Ou, não seríamos “solidários”!
Então, para nós agora, quê? Nós, que aceitamos, como Jesus, a nossa passagem por este “vale de lágrimas” com as suas penas e cruzes; nós, que recebemos a morte terrena como a conclusão lógica e coerente de um período vital que, por vezes, é de difícil purificação necessária; nós… o que é que nós podemos esperar a seguir? Pois se pensarmos com a lógica coerente de S. Paulo, é isto que nos espera: “Se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele Viveremos” (Rm 6, 8). Ou então: “Porque vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos haveis de manifestar com Ele na Glória” (Cl 3 / 2ª L.). É assim que se percebe aquilo de: Porque «Ele Vive! – Vives tu! – Vivo eu!»… E tal-qualmente compreende-se a transcendência que tem para a vida de muitos “jovens”(!), e menos jovens, esse grito radical de Salvação e Felicidade: CRISTO VIVE !!!
Exultamos, Pai nosso, com Aleluias,
pelo triunfo do Teu Amor sobre o mal,
neste Dia Esperado que Tu fizeste!
Aleluia, porque não podes deixar de ser Bom,
porque é eterna a Tua misericórdia!
Aleluia, porque também nós não morremos
mas vivemos em Cristo eternamente!
Aleluia, porque se vivemos como Jesus, Teu Filho,
aceitando sofrer e morrer como Ele,
também, como Ele, Viveremos!
Aleluia! Porque tudo isto vem de Ti, ó Pai,
e é admirável aos nossos olhos. Aleluia!
[ do Salmo Responsorial / 117 (118) ]