23bb- «Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»

   – A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

 ( Ciclo B – Domingo da SS. TRINDADE)

 

“Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos»”. (Mt 28, 18-20 / 3ª L.).

 

Este texto constitui exatamente as palavras conclusivas, e finais, do Evangelho de Mateus. E esta é praticamente a única aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos, que este evangelista deixou registada, e que localiza num monte da Galileia. A tradição identifica ‘este monte’ com aqueloutro “monte muito alto” de uma das tentações, que descreve o mesmo Mateus (cf. Mt 4, 8…). Neste episódio de agora, trata-se da ‘despedida’ e do “envio para a missão”, com algumas importantes recomendações (‘consignas’) antes de se produzir a desconexão – ‘visível’ – das realidades terrenas. Porque, na verdade, Jesus “não pode nem quer” desconectar ‘realmente’ dos Seus irmãos e das realidades humanas!…

 

A – Então, na altura “daquela tentação”, Jesus recusou receber do Diabo o poder sobre os reinos do mundo… mas agora proclama solenemente: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra».

B – Não poderia o Diabo dar o que não tem, nem a Jesus nem a nós. E, no caso de Jesus, nunca podia dar a Jesus uma coisa que Ele já possuía. Em todo o caso, seria o Pai a dar-Lhe esse poder.

A – Porém, acontece que – em palavras de Jesus – «o Pai e Eu somos Um» e «Tudo o que o Pai tem é Meu» (Jo 16). Então, o que Jesus faz é utilizar com eles, ainda, uma linguagem ‘humana’

B – E, dentro de «esse(s) poder(es) que tem Jesus», está o de “permanecer sempre connosco até ao fim dos tempos”. Que é como que a nossa «âncora de omnipotência» para a nossa permanente segurança! E cumpre-se também aquela promessa, do AT, da “presença divina no Seu Povo”

A – Assim sendo, já podemos e devemos partir, confiadamente e com decisão, para a missão de “batizar… e ensinar… todas as nações”. E tudo, “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”… Mas, afinal, o que é que significa «batizar em nome de»?… Ou será apenas ‘um rito vazio’?…

B – Já no AT, existem várias passagens bíblicas que nos iluminam e ajudam a compreender o significado mais profundo da expressão ‘em nome de’. O “nome” indica o próprio “ser” (‘identidade’) e/ou também a “missão” a realizar (‘profissão’). (Cf. Ex 3,14; Is 1,26; Jr 1,4…; 1Sm1,20; etc.).

A – O facto de batizar em nome de Cristo ou, melhor, em nome do Deus-Trindade estabelece, e exige, uma relação pessoal do batizado com o Pai, o Filho e o Espírito Santo… Sim, nada mais e nada menos! Trata-se, então, de um ‘mistério’ profundo e de uma ‘dignidade’ admirável inesperada!

 

A-B: Ó Santíssima Trindade, origem de todo o Amor e de todo o Bem,

que Te entregaste – em e por cada uma das Divinas Pessoas –

à salvação, santificação e “divinização” de todos e cada um de nós,

infinitamente mais além do que poderíamos imaginar ou esperar:

fiados na Tua presença em nós, prometida por Jesus “até ao fim dos tempos”,

queremos renovar agora, com vigor e fortaleza, o firme compromisso

de fidelidade às promessas inerentes ao nosso Batismo;

pois não basta estarmos Batizados, há que passar a “Cristãos”!

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net