38bb- «Foi o Senhor que me disse - 'Vai profetizar...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 15 do T. Comum)

 

Amasias, sacerdote de Betel, disse a Amós: «Sai daqui, vidente … Não continues a profetizar aqui em Betel, que é o santuário real, o templo do reino». Amós respondeu a Amasias: «Eu não era profeta, nem filho de profeta. Era pastor de gado e cultivava sicómoros. Foi o Senhor que me tirou da guarda do rebanho e me disse: ‘Vai profetizar ao meu povo de Israel’»”. (Am 7,12-15 / 1ª L.).

 

Na história das Profecias Bíblicas, o profeta Amós aparece como o primeiro e mais antigo daqueles profetas conhecidos como “profetas escritores”, isto é, os que deixaram já por escrito (eles ou os discípulos) as suas “profecias”. É verdade que outras profecias, atribuídas a profetas anteriores a Amós (como: Samuel, Elias, Eliseu…) também ficaram registadas, mas inseridas noutros Livros, escritos por autores muito posteriores… E o facto de o grande profeta Isaías ter o ‘apelido’ de “filho de Amós” (cf. Is 1,1; 19,2; etc.) não significa que este Amós (profeta) fosse o pai biológico de Isaías. Mas o facto de coincidir os dois ‘nomes’ faz com que, tradicionalmente, tanto escritores judeus como cristãos, o tenham considerado como o pai “espiritual” dos profetas posteriores, a começar por Isaías. E assim, curiosamente, um dos «profetas Menores» será considerado, neste sentido, como “o pai” do primeiro dos «profetas Maiores» e de todos os restantes profetas bíblicos…

 

A – Devemos saber que a “profecia”, ou “missão profética”, existiu desde que começou a formar-se o ‘Povo de Deus’, isto é, quando os descendentes de Abraão começaram a sentirem-se Povo?

B – Verifica-se como uma necessidade inerente à existência de toda a comunidade o facto de haver quem transmita a vontade e os planos de Deus (“anunciadores”) ao “povo” e/ou quem descubra e acuse toda a forma grave de mal existente nos indivíduos e/ou nos grupos (“denunciadores”).

A – Assim sendo, esta classe de profetas deverá existir sempre entre nós, com essa dupla missão: a de ser a voz de Deus que transmite a Sua Vontade e desígnios de Salvação – o “anúncio” –; e a de acusar e corrigir os abusos e maldades nas sociedades humanas – a “denúncia” –.

B – Porém, no caso deste profeta Amós – pelas realidades de degradação e corrupção existentes nesse «reino do Norte» (Israel), predominou a missão de denunciar e anunciar fortes castigos

A – Não podemos esquecer que ele foi enviado, desde o reino de Judá, ainda fiel ao Senhor, para o cismático (‘separado’) reino de Israel, infiel, e agora está perante os ‘sacerdotes’ do ídolo de Betel.

B – Resulta interessante observar a profissão que tinha exercido Amós enquanto vivia na sua terra: ‘pastor de gado’ e ‘cultivador de sicómoros’. Mas que sentido teria isto para Deus, na nova missão?

A – É fácil encontrarmos semelhanças entre: ‘esse gado’ que, às vezes, segue atrás dos primeiros animais da manada, em vez de seguir o próprio pastor, e os rebanhos humanos que caminham, às cegas, atrás de ‘certos líderes’ pelas rotas do mal, em vez de seguir “o Pastor da Verdade”…

B – E sabe-se também que o cultivo dos ‘sicómoros’ requer um trabalho duro, dedicado e demorado para que os frutos, inicialmente ‘figos bravos’, se transformem em fruta agradável

A – Será que – no plano de Deus – ‘essa experiência’ ajudou Amós na “sua missão profética”?…

 

A/B: Os Teus profetas – “missionários” – de hoje e de sempre, Senhor Jesus,

que somos – devemos ser! – todos os cristãos, desde o nosso Batismo:

aprenderemos, conTigo, o ofício de pastores dos Teus “pequenos rebanhos”…

Com a Tua ajuda e companhia, Pastor da Verdade, seremos capazes, como profetas fiéis,

de entregar a nossa vida para transformar os ‘frutos bravos’ em frutos de salvação! 

      

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net