39bb- «Vinde comigo para um lugar isolado...

 – A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 16 do T. Comum)

 

Os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer”. (Mc 6,30-31 / 3ª L.).

 

É conveniente – para centrarmos o texto e o evento que narra – lembrarmos aqui o acontecimento anterior, que este texto pressupõe. Esses mesmos apóstolos tinham sido enviados por Jesus (apóstolo=‘enviado’), “dois a dois, com poder sobre os espíritos malignos… para pregar o arrependimento, expulsar demónios, ungir com óleo os doentes e curá-los” (Mc 6,7.12-13). Agora regressam junto de Jesus e contam-Lhe, entusiasmados, “tudo o que tinham feito e ensinado”

 

A – É interessante ver como Jesus – logo de Se deixar contagiar da natural alegria e entusiasmo dos apóstolos pela obra realizada – chama a atenção para a necessidade de se isolar e descansar. B – Todavia, não nos deve admirar, dado que a missão apostólica, como qualquer outro trabalho e atividade, acaba cansando e desgastando, até produzir elevado esgotamento físico e/ou psíquico…

A – O próprio Jesus, como já sabemos (cf. Mc 3,20-21) foi vítima dos efeitos de uma excessiva atividade missionária, não controlada a tempo e hora. Afinal, era humano como todos nós, e soube compreender a preocupação da sua Mãe e família, aceitando o seu aviso (Mc 3,31-32) …

B – Fácil é deduzir que Jesus aprendia as lições da vida como ninguém. E aqui vemos como evita repetir o erro, ao verificar agora que os apóstolos estão a acumular excesso de cansaço e fadiga.

A – Claro que nós podemos preguntar-nos: Com este conselho e apelo aos que regressam dessa missão, pretendia Ele somente recuperar as forças físicas e psíquicas? Não quereria algo mais?

B – Pela experiência do próprio Jesus, em casos semelhantes, somos inclinados a pensar que um segundo objetivo – tão importante ou mais do que o primeiro – era recuperar também, e sobretudo, as forças e o vigor espirituais, pela oração com o Pai. Tantas vezes Se retirava sozinho para orar!

A – Não será que os próprios efeitos da fadiga e esgotamento acumulados são, já por si, um alerta para evitar o erro maior de esquecermos que o Autor do fruto da missão só pode ser o Pai Deus?

B – Assim, explica-se, aliás, o interesse de Jesus em fazer compreender aos discípulos que não podemos pretender fazer tudo nós, e menos quando “a messe é grande e os operários poucos”.

A – Não se trata, portanto, de multiplicar o trabalho, mas sim o número dos trabalhadores. Daí o Seu urgente pedido: “Rogai ao Dono da messe que envie operários para a Sua messe” (Lc 10,2).

 

A/B: Tal como um ‘inimigo disfarçado’, o “ativismo”, no nosso trabalho apostólico,

quer alterar e estragar os frutos da nossa missão: este é, Jesus, o mal que nos espreita!

Nesta situação, nada melhor nos ocorre que acudir à Mãe – Tua e nossa – que, como

conTigo naquela altura, zela agora pelo nosso equilíbrio nas atividades ‘apostólicas’

Ó Maria, vela tu por nós, teus filhos, os irmãos mais novos de Jesus, e Seus discípulos,

para que, em tarefas apostólicas e missionárias, saibamos trocar a quantidade

pela qualidade de quem aprende a ‘fazer’ menos e a “ser” mais, no nosso dia a dia.

E apostamos, Jesus, na intimidade com Deus, Dono da messe e Pai dos operários

          

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net