42bb- «Quem comer deste pão viverá eternamente

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 19 do T. Comum)

“No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo»”. (Jo 6,49-51 / 3ª L.).

 

Sabemos – pela continuação do Evangelho – que estas Palavras, tão claras, radicais e verdadeiras (“em verdade” vos digo) de Jesus, acabariam por escandalizar e indignar uma grande parte daqueles ‘discípulos’ que O seguiam. E provocariam o abandono de muitos deles, que deixariam de O seguir, afastando-se d’Ele e voltando para ‘os seus negócios anteriores’… Outros, porém, como também sabemos, proclamariam, cheios de coragem e total confiança, que seriam fiéis a Jesus, “não seguindo a mais ninguém, porque só Ele é que tem palavras de Vida eterna!” (Jo 6,68).

 

A – Não admira, contudo, a decisão – embora lamentável – desses outros discípulos quando confrontados, de repente, com essa espécie de ‘canibalismo’ (?), onde Jesus afirma, alto e claro, que “comam a sua carne e bebam o seu sangue”! (Jo 6,54-56).

B – Mas é essa a Sua Palavra! Porém, só mais tarde, após a Sua morte e ressurreição (que incluía a instituição do Sacramento Eucarístico) fomos capazes de ‘entender’ (!?).

A – E devemos tentar compreender, principalmente, o imenso poder – divino poder! – que este Alimento tem perante a ‘vida’ e a ‘morte’. Ou, melhor: entre a vida e a Vida!

B – Para isso, era bom começarmos por distinguir entre ‘morte e morte’, conforme aparece implícito – ou até bem explícito – no nosso texto: “vossos pais comeram o maná e morreram; mas este pão do Céu é para que não morra quem dele comer”.

A – É verdade. Aqui diz-se que: “os pais… apesar de comer o maná, ‘morreram’, mas agora, não vão ‘morrer’ se comerem este pão do Céu”. Tratar-se-á da mesma morte?

B – Se bem pensamos, em ambos os casos, trata-se da morte a nível do espírito (não da morte material). Pois com este outro “pão”, Jesus quer evitar, para aqueles que se alimentem “dele”, a morte definitiva, que não evitaram ‘aqueles’ pela sua infidelidade!

A – Então, agora percebe-se: Quer uns quer outros, seremos vítimas da natural e inevitável ‘morte material’. Mas importa, portanto, livrar-nos da ‘outra morte’!

B – É o que tenta dizer e esclarecer esta Palavra de Jesus: “Quem comer deste pão viverá eternamente”.  Sim, “ainda que tenha morrido” (morte natural)! (Cf. Jo 11,25-26).

 

A/B: Nós, Senhor, também “não somos melhor que os nossos pais”

– como reconhecia Elias quando “pedia que lhe tirasses a vida” (1Rs 19 / 1ªL) –.

Também nós podemos ‘desejar a morte’ por alguma causa misteriosa (?)…

Livra-nos, Senhor, de cair nessa e noutras tentações – semelhantes ou não –

e vem em nosso auxílio para que, alimentando-nos de Ti mesmo, Pão de Vida,

aprendamos a distinguir entre ‘morte e morte’, e entre ‘vida e Vida’!

         

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net