47bb- «Apresentei as costas àqueles que me batiam...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 24 do T. Comum)

 

“O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio e por isso não fiquei envergonhado… O meu Advogado está junto de mim”… (Is 50,5-7 / 1ª L.).

 

Esta parte do Livro do profeta Isaías, conhecida como «Segundo Isaías» [na última parte do ‘exílio babilónico’(a.580-540)] contém, principalmente, os chamados «Cânticos do ‘Servo de Javé’»: ‘poemas’ maravilhosos, a par de ‘terríveis’ e ‘perturbantes’… O nosso texto de hoje pertence ao ‘Terceiro Cântico’, classificado como “Sofrimento e Confiança”… ou “Alertas e Denúncias” (‘Desperta, Senhor!’; ‘Desperta, Jerusalém!’; ‘Desperta, Sião!’). O texto que refletimos exprime “confiança no meio do sofrimento”

 

A – Desde antigo, este «Servo de Javé» –“Servo Sofredor”– era a personificação ‘pré-figurada’ do futuro Messias Salvador; embora isto fosse ainda confuso e escuro…

B – Referida a Jesus de Nazaré, esta Palavra faz todo o sentido, sobretudo para quem – após o acontecimento histórico – conhece a figura e vida do “filho do homem” Jesus.

A – Mas esta palavra profética é, ao mesmo tempo, referida e destinada a nós, os Seus seguidores e discípulos. Até porque, se assim não fosse, a profecia ficava estéril!

B – Visto que a profecia do nosso texto iria ser cumprida – à letra! – na Paixão e Morte de Jesus, Ele podia proclamar, com anterioridade, por ex.: “se te batem numa face, apresenta a outra”; “não devolvas mal por mal”; “amai os vossos inimigos”; etc. etc.

A – Contudo, não é fácil aceitar Jesus Cristo como sendo Deus quando nos está a falar em paixão e cruz (compreende-se a reação de Pedro quando Jesus fala aos seus apóstolos ‘dos sofrimentos e morte que Lhe esperam para breve’ / no Evangelho-3ªL!).

B – Mesmo assim, Ele “não resistiu nem recuou um passo… nem desviou o seu rosto”! E, como bem sabemos, “bebeu o cálice da Sua Paixão e Cruz até à última gota”

A – E que tudo isto acontecesse a Quem era homem verdadeiro e, ao mesmo tempo, Filho de Deus, só é compreensível porque Jesus tinha consigo Seu Pai “e Defensor”!

B – “O meu Advogado está junto de mim” – podia dizer Jesus e nós também! Ou seja: só com uma confiança plena em Deus é que podemos abraçar o sacrifício e a cruz!

 

A/B: Não tivéssemos nós o Teu exemplo, Senhor Jesus, Divino Sofredor,

de que “a cruz” (dores, sacrifícios, desgraças, sofrimentos…)

é necessária, imprescindível, para a nossa redenção e salvação,

e ninguém aceitaria, para si, esta profecia do ‘Servo de Javé Sofredor’

Por isso, Jesus, precisamos, com urgência, o Teu Espírito Santo

– ao mesmo tempo Defensor e Consolador dos aflitos e perseguidos

para sermos capazes de apreender, em profundidade, a Tua palavra:

“Quem não Me seguir, carregando a sua cruz, cada dia, até à morte”

não pode ver a Ressurreição e a Vida, no Reino do Pai Deus!

      

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net