– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo B – Domingo 33 do T. Comum)
“Quando surgir Miguel, o grande chefe dos Anjos… Será um tempo de angústia, como não terá havido até então… Os que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno. Os que tiverem sido sábios brilharão como a luz do firmamento, e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça reluzirão como estrelas por toda a eternidade”. (Dn 12,1-3 / 1ªL).
Para iluminar e centrar o momento (“tempo”) histórico em que viveu – e escreveu (?) – o profeta Daniel, nada melhor, do que citar aqui o seguinte texto dos biblistas: «O nome de ‘Daniel’ foi atribuído ao autor deste livro ‘como símbolo’; na verdade, parece ajustar-se bem a uma obra cujo conteúdo tinha muito a ver com a dura experiência judaica vivida no Exílio e se ligava profundamente à sabedoria representada pela antiga tradição de Israel e de toda a região de Canaã. A situação histórica em que este livro apareceu, coloca o seu autor (séc. II a. de C.) no reinado de Antíoco IV, Epifânio, rei helenista». [Bíblia Sagrada-DB / ‘Introdução’ ao profeta Daniel]. E é curioso salientar que, dependendo das diversas partes, aparece escrito em três línguas: hebraico, aramaico e grego. Tudo isto faz dele um ‘livro singular’.
A – Como texto do género ‘apocalíptico’, pertencente ao chamado “Apocalipse de Daniel” (parte central do Livro), confronta-nos com questões escatológicas – do ‘fim dos tempos’ –…
B – Vê-se logo, desde o início do texto, até que ponto é isto verdade. Quando chegar aquele tempo final, “ao surgir Miguel, o grande chefe dos Anjos… será um tempo de angústia…”.
A – Interessa-nos, porém, destacar sobretudo aquelas passagens, do AT, que constituem como que os primeiros passos da Humanidade na crença da outra vida no Além. Já vimos, não obstante, noutros livros bíblicos mais antigos, várias intuições sobre a ‘transcendência’.
B – E percebemos – como no caso de Daniel – que na medida em que nos aproximamos da viragem do NT, estes textos, de uma fé incipiente na ‘vida futura’, são cada vez mais claros.
A – Tenha-se em conta que, naquelas Idades, ainda não tínhamos a revelação, aberta e luzidia, de Jesus, o Filho de Deus, acerca do Além e dos mistérios da Vida que esperamos.
B – Apesar disso, o Livro do profeta Daniel tem, globalmente, uma perspetiva sobrenatural e transcendente, sem a qual não teria sentido nem ‘projeção final’ a sua ‘escatologia’…
A – Qual seria, se não, o sentido que tem esta expressão, por exemplo, “os que dormem no pó da terra acordarão”? É que, naqueles tempos, todas as nações que rodeavam o povo de Israel, ainda estavam mergulhadas ‘numas trevas’ que «tudo limitavam ao tempo presente»!
B – Nesta etapa – que podíamos considerar já como o ‘vestíbulo do NT’ – aparecem claros os alertas sobre a implicação que o nosso estilo de vida terá na – inevitável(!) – Vida Futura!
A – São assim de “transparentes e radicais”: “Uns acordarão para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno”; “os que – cá em baixo! – tiverem vivido e ensinado o caminho da justiça reluzirão como estrelas por toda a eternidade”… Verdadeira inspiração de Deus!
A/B: Deus e Pai nosso, que, com infinita Sabedoria, com um Amor imenso,
e com ilimitada Paciência… nos preparaste o caminho da Fé e da Salvação:
Continua a acompanhar-nos sempre – noite e dia, na luz e na treva – até ao despertar
da Verdade e da Luz (livres já de toda a angústia e escuridão) numa Vida Eterna Feliz!
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
16 Novembro, 2018
«Os que dormem no pó da terra acordarão…
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo B – Domingo 33 do T. Comum)
“Quando surgir Miguel, o grande chefe dos Anjos… Será um tempo de angústia, como não terá havido até então… Os que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno. Os que tiverem sido sábios brilharão como a luz do firmamento, e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça reluzirão como estrelas por toda a eternidade”. (Dn 12,1-3 / 1ªL).
Para iluminar e centrar o momento (“tempo”) histórico em que viveu – e escreveu (?) – o profeta Daniel, nada melhor, do que citar aqui o seguinte texto dos biblistas: «O nome de ‘Daniel’ foi atribuído ao autor deste livro ‘como símbolo’; na verdade, parece ajustar-se bem a uma obra cujo conteúdo tinha muito a ver com a dura experiência judaica vivida no Exílio e se ligava profundamente à sabedoria representada pela antiga tradição de Israel e de toda a região de Canaã. A situação histórica em que este livro apareceu, coloca o seu autor (séc. II a. de C.) no reinado de Antíoco IV, Epifânio, rei helenista». [Bíblia Sagrada-DB / ‘Introdução’ ao profeta Daniel]. E é curioso salientar que, dependendo das diversas partes, aparece escrito em três línguas: hebraico, aramaico e grego. Tudo isto faz dele um ‘livro singular’.
A – Como texto do género ‘apocalíptico’, pertencente ao chamado “Apocalipse de Daniel” (parte central do Livro), confronta-nos com questões escatológicas – do ‘fim dos tempos’ –…
B – Vê-se logo, desde o início do texto, até que ponto é isto verdade. Quando chegar aquele tempo final, “ao surgir Miguel, o grande chefe dos Anjos… será um tempo de angústia…”.
A – Interessa-nos, porém, destacar sobretudo aquelas passagens, do AT, que constituem como que os primeiros passos da Humanidade na crença da outra vida no Além. Já vimos, não obstante, noutros livros bíblicos mais antigos, várias intuições sobre a ‘transcendência’.
B – E percebemos – como no caso de Daniel – que na medida em que nos aproximamos da viragem do NT, estes textos, de uma fé incipiente na ‘vida futura’, são cada vez mais claros.
A – Tenha-se em conta que, naquelas Idades, ainda não tínhamos a revelação, aberta e luzidia, de Jesus, o Filho de Deus, acerca do Além e dos mistérios da Vida que esperamos.
B – Apesar disso, o Livro do profeta Daniel tem, globalmente, uma perspetiva sobrenatural e transcendente, sem a qual não teria sentido nem ‘projeção final’ a sua ‘escatologia’…
A – Qual seria, se não, o sentido que tem esta expressão, por exemplo, “os que dormem no pó da terra acordarão”? É que, naqueles tempos, todas as nações que rodeavam o povo de Israel, ainda estavam mergulhadas ‘numas trevas’ que «tudo limitavam ao tempo presente»!
B – Nesta etapa – que podíamos considerar já como o ‘vestíbulo do NT’ – aparecem claros os alertas sobre a implicação que o nosso estilo de vida terá na – inevitável(!) – Vida Futura!
A – São assim de “transparentes e radicais”: “Uns acordarão para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno”; “os que – cá em baixo! – tiverem vivido e ensinado o caminho da justiça reluzirão como estrelas por toda a eternidade”… Verdadeira inspiração de Deus!
A/B: Deus e Pai nosso, que, com infinita Sabedoria, com um Amor imenso,
e com ilimitada Paciência… nos preparaste o caminho da Fé e da Salvação:
Continua a acompanhar-nos sempre – noite e dia, na luz e na treva – até ao despertar
da Verdade e da Luz (livres já de toda a angústia e escuridão) numa Vida Eterna Feliz!
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net