1cc- «Cuidado, que esse dia não vos surpreenda subitamente...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 1 do Advento)

 

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações … Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima … Cuidado, que esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra…»”. (Lc 21,25.28.34.35 / 3ª L.).

 

O texto de hoje consta de vários “excertos” tirados do Evangelho de Lucas, no capítulo 21, imediatamente anterior ao início do relato da Paixão e Ressurreição de Jesus. As questões que toca Jesus nesse capítulo dizem respeito a realidades que acontecerão a curto, meio ou longo prazo, mas todas elas misturadas quanto a espaço e tempo. Fala de: – a destruição de Jerusalém e do seu templo (feito histórico acontecido no ano 70 d.C., trinta anos após este anúncio); – sinais de guerras e revoltas… reinos contra reinos… fomes e epidemias… grandes terramotos…; – perseguições dos discípulos, que serão presos, julgados e condenados iniquamente, por causa do nome de Jesus Cristo…; etc.

 

A – Cabe perguntarmo-nos, porque é que sempre que Jesus fala, nos evangelhos, acerca destes acontecimentos do futuro, parece não querer ‘separar’, propositadamente, no tempo, aquilo que vai suceder proximamente, daquilo que sucederá mais distante? E prescindindo também da geografia.

B – Tanto, que ao perguntar os discípulos, “Mestre, quando sucederá isso? E qual será o sinal…”, Ele continua a sua exposição, com alertas e conselhos, “para não serem surpreendidos…” (!?).

A – E quando parece que está a falar – mais ou menos veladamente – de ocorrências futuras muito longínquas (‘fim do mundo’?), acaba com esta conclusão inesperada: “Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo se cumpra…”. Então, em que é que ficamos?… – Inexplicável!

B – Uma conclusão, porém, fica cada vez mais clara – como já foi salientado noutras reflexões – e é isso o que Jesus quer transmitir: «O ‘Fim’, ou ‘Além’, que importa é “o fim da minha vida”!».

A – É verdade. E para essa ‘travessia final’ é que devemos estar preparados, todos e cada um, em todo o tempo e lugar. Ninguém poderá negar estes avisos e alertas de Jesus, tão repetidos!…

B – Portanto, não vale a pena perguntar, como os discípulos, pelos sinais da sua proximidade, até porque se isso fosse ‘conhecido’, certamente a vida não seria possível. Pensemos nisto!… Já que, ignorando ‘o quando’, é mais verdadeira e perfeita a nossa “preparação” nesta vida ‘passageira’!…

A – Se é verdade que “esse dia” (e essa hora) – o de cada um de nós – “atingirá a todos os que habitam a face da terra”, ficarão desapontados os que pensem só num hipotético fim do mundo

B – Pois tudo diz respeito àquele ‘dia e hora’ – ignorado e inesperado – da nossa ‘passagem definitiva’ em direção à Eternidade! Vale a pena viver em atitude constante de treino e preparação!

A – Então, tudo tem sentido: desde o mais natural e simples até ao mais enigmático ou misterioso!  Isso sim, na firmeza desta verdade: “O céu e a terra passarão, as Minhas palavras não passarão”!

 

A-B: Suspiramos, Cristo Jesus, pelo Dia em que todo o Mal será banido pelo Bem!

Entretanto, vivamos em atitude, alegre, de Vigilância e Oração, até que possamos dizer:

«Com o Espírito e a Esposa (e com quem é ‘a testemunha’): Ámen! Vem, Senhor Jesus!».

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net