58cc- «Ele nos predestinou a fim de sermos seus filhos...

“Bendito seja Deus,

Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,

que do alto dos Céus nos abençoou…

Foi assim que Ele nos escolheu em Cristo,

antes da criação do mundo,

para sermos santos e irrepreensíveis,

em caridade, na sua presença.

Ele nos predestinou a fim de sermos seus filhos

Em Cristo fomos constituídos herdeiros,

por termos sido predestinados,

segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza…”. (Ef 1,3-5.11 / 2ª L.).

 

A nossa transcrição conserva a ‘versificação’ que aparece nas Bíblias modernas (aliás, como talvez no ‘texto’ original de Paulo?). Isto significa – e é essa a conclusão dos biblistas – que, em tempo do Apóstolo, já existia esta composição, que era utilizada nas assembleias litúrgicas. Eis como eles o descrevem: «Temos aqui (nos versículos 3-14, do capítulo 1) uma espécie de “prefácio” ou anáfora litúrgica que corresponde à “beraká” judaica: um hino jubiloso a Deus pelo seu plano maravilhoso concentrado em Cristo (2 Cor 1,3-7 nota; 1 Pe 1,3-12 nota). Este hino, tal como outros em Paulo, deve ter circulado nas comunidades cristãs, antes de ser inserido aqui… E, nos versículos 11-13, o “nós” designa o povo judeu (incluído ele) e o “vós” designa os pagãos convertidos ao Cristianismo».

 

A – Mas afinal, poderá alguém perguntar: O que é que tem a ver este texto de Paulo com a Imaculada Conceição de Maria? Pois vê-se que ‘Ela’ não aparece nem por alusões indiretas…

B – Bom, mas há que ter bem presente que esta parte da Carta paulina está totalmente permeada, de princípio a fim, por “verdades alusivas” a Cristo Jesus – Deus e homem – o Filho de Maria!

A – Então, será que devemos lembrar aquilo de “de tal mãe tal filho”? E, portanto, no caso presente, “o que se diz do Filho pode dizer-se da Mãe” e vice-versa?…

B – É bem verdade aquela sabedoria popular que atribui à mãe os ‘predicados’ do filho, como que louvando-a pelas virtudes e triunfos do filho (ou então, inculpando-a pelos erros do filho) (!).

A – Aqui vem, como que de molde, a reação entusiástica daquela mulher que, ao escutar Jesus, ‘clamou’, entre a multidão: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram!” (Lc 11,27).

B – No nosso texto, começa-se por “bendizer ao Pai” pelo facto de nos ter “abençoado em Cristo” o Filho. Cá está, o Pai no Filho! Ora, isto só foi possível pela cooperação ‘maternal’ de Maria, a Mãe!

A – E é para tal que foi necessária a Imaculada Conceição de Maria. Pois não podia ser “concebida em pecado” (‘maculada’) mas totalmente isenta de toda a ‘mancha’ (“in-maculada”) aquela que havia de conceber um Redentor, que vinha para eliminar o pecado e redimir-nos do mal.

B – E, por consequência, para “sermos nós predestinados em Cristo à salvação” – como diz o texto – antes devia ser “predestinada”, incólume, aquela mulher que ia ser a Mãe desse Salvador.

 

A/B: Bendito sejas, ó Deus, Pai de Cristo Jesus e nosso Pai! Sejas sempre louvado,

porque nos Teus desígnios predestinaste uma Mulher Imaculada para ser Mãe de Jesus…

Sejas sempre Louvado-Amado porque n’Ele – Cristo teu Filho – e por Ela, Sua e nossa Mãe,

 “predestinaste-nos para sermos herdeiros” – filhos Teus e d’Ela – e irmãos de Cristo Jesus!

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net