3cc- «Irmãos, não vos inquieteis com coisa alguma...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 3 do Advento)

 

“Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: Alegrai-vos!… Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graças. E a paz de Deus… guardará os vossos corações… em Cristo Jesus”. (Fl 4,4.6-7 / 2ª L.).

 

Muitos consideram esta ‘Carta aos cristãos de Filipos’ (escrita desde uma das prisões por que passou Paulo) como uma das cartas mais completas e admiráveis da sua autoria. Vale a pena, por isso, lembrar alguns ‘dados’ históricos interessantes: Foi nesta cidade de Filipos (norte da Grécia) que se iniciou a evangelização da Europa (pelo apóstolo Paulo e seus companheiros) (At 16). Formou-se aí uma pequena comunidade, sobretudo de origem pagã (já que judeus havia muito poucos). Comunidade que se sentia particularmente unida a Paulo, e que, ao saber que ele fora preso (em Éfeso?; em Roma?), organizou uma coleta e enviou Epafrodito para a entregar a Paulo. Epafrodito, porém, caiu doente estando com Paulo o que causou preocupação em Filipos. Paulo, logo que o permitiu a cura da doença grave (“à beira da morte”), reenviou ‘o mensageiro’ a Filipos, com esta Carta (2,27). Portanto, trata-se de uma das ‘Cartas do Cativeiro’, e terá sido escrita no ano 56-57 (se desde a prisão em Éfeso) ou no 63 (se desde a de Roma).

 

A – Assim sendo, resulta mesmo admirável que a Carta esteja semeada, permeada, de expressões alusivas ao gozo e à Alegria (“Alegrai-vos”)! [ Até 9 vezes: cap.1 (2x); cap.2 (4x); cap.3 (1x); cap.4 (2x) ].

B – Mas, lendo a Carta com atenção, observa-se que essa alegria, que Paulo deseja aos outros e a si mesmo, não pode ser artificial nem gratuita. Terá uma causa, um custo. Haverá que provocá-la!

A – Então, deve ser isso que o apóstolo pretende explicar e aconselhar de diversos modos aos filipenses, com expressões do género da que sublinhamos: “Não vos inquieteis com coisa alguma”.

B – Viver preocupado, inquieto, aflito… com seja lá o que for, elimina o sossego e a calma, ou seja, “a paz” necessária para sentir a sincera, profunda e espontânea alegria que propugna S. Paulo.

A – Será que ele recomenda, por isso, que “apresentemos, em qualquer circunstância, os nossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graças”? Que sentido tem isto?…

B – Todavia, haverá algum cristão que não saiba – até por tê-lo experimentado na própria vida – que, para evitar qualquer inquietação, preocupação ou aflição, a arma mais eficaz é a Oração…?

A – E vê-se logo que os tais “pedidos, súplicas e ações de graças” que Paulo aconselha, obtêm, precisamente, ‘o fruto’ da “paz de Deus, nos nossos corações, em Cristo Jesus”.

B – E então surge, como que natural e espontaneamente, a autêntica Alegria em Deus“alegrai-vos no Senhor” – que tantas vezes aparece nos 4 capítulos desta Carta (como já ficou registado)!

 

A-B: O teu apóstolo Paulo, Senhor, fala das suas prisões por causa do Evangelho;

e fala também, na mesma carta, da Tua Paixão “até à morte e morte de Cruz”.

Quais são, Jesus, as nossas prisões e as nossas cruzes, por Ti e pelos irmãos?…

Às vezes, por causa das nossas preocupações, inquietações… inúteis,

ou então, pelos sofrimentos e cruzes, ‘habituais’… vivemos sem alegria!

Então, com S. Paulo, “pedimos a paz de Deus Pai, para os nossos corações”

“Paz” para “vivermos alegres em Ti, Cristo Jesus”, com sincera e genuína alegria

   

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net