59cc- «Antes de ter sido concebido no seio materno.

A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Santa Maria, MÃE de DEUS – 1 de jan.)

 

“…E encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura … Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno”. (Lc 2,16.21 / 3ª L.).

 

Já lembrámos – numa outra reflexão – que Lucas é o único, dos quatro Evangelistas, que descreve em pormenor o evento do nascimento de Jesus, bem como os acontecimentos dos primeiros cinquenta dias após este parto de Maria… Assim, é pelo evangelista Lucas, e por mais ninguém, que conhecemos, portanto, o episódio da “circuncisão” do bebé Jesus “aos oito dias” de nascer; e, aos quarenta dias, o acontecimento do “rito legal da purificação da mãe”, Maria, junto com a “Apresentação do Filho, Jesus”, no Templo de Jerusalém.

 

A – E mais uma vez, a atitude paradoxal de Deus nos seus desígnios ou, melhor, o Seu divino agir ‘desconcertante’ – para os humanos –… Sempre – lembram-se? – ‘desde o mais pequeno, pobre, humilde, insignificante’… Na verdade, muitas vezes, ‘não é o que parece’!

B – Um bebé, recém-nascido, “deitado numa manjedoura” de uma gruta de pastores e animais, não será, realmente, o mais parecido com Deus (“que nasce de uma mulher”/Gl 4)!… Ou será que sim!?

A – E, além disso, este menino, quando é ‘circuncidado’ – rito tradicional no povo judeu – “põem-lhe o nome de Jesus”, segundo o anúncio do Anjo “antes de Ele ter sido concebido no seio materno”.

B – ‘Anúncio’ que foi feito, quer a Maria, a mãe (“hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus”/Lc 1,31) quer a José, que, após a “incarnação”, haveria de cumprir a função de pai (“Ela dará à luz um filho, ao qual tu porás o nome de Jesus, porque Ele salvará…”/Mt 1,21).

A – É interessante destacar que, embora o nome lhe seja imposto pelos dois – a mãe (em Lucas) e o pai (em Mateus) – parece dar a preferência legal ao pai (como era costume), além de uma certa ‘autoridade’, já que só a José se indica, logo a seguir, o significado do nome, isto é, “salvador”.

B – Precisamente no significado literal de «Jesus» – que se traduz exatamente por «Deus salva» – o próprio Mateus (Mt 1,23) descobre-nos a chave do “mistério”, ao citar, logo de seguida, a profecia correspondente: «Hão de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco» (Is 7,14).

A – Teremos de concluir que o “mistério” que se nos revela é este: A mulher-mãe que concebe e dá à luz um filho cujo nome é, à vez, «Deus connosco» e «Deus salva», só pode ser a MÃE DE DEUS!

 

A/B: Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe (inefável e maravilhoso mistério!):

Quantas vezes te rezamos «Santa Maria, Mãe de Deus, roga por nós…»

sem pensarmos verdadeiramente no que dizemos e pedimos!

Que sejamos capazes, aos poucos, Mãe, de aceitarmos e assumirmos

– pois nunca poderemos compreender a sua profundidade infinita! –

este mistério de um Deus, que é Pai-Mãe, e de uma Mãe, que és tu, Maria.

Ensina-nos, Mãe, como só Tu sabes, a chamar ‘Abbá’ (Pai-Mãe) ao Deus de Jesus!  

  

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net