“«Os Apóstolos e os Anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia … Resolvemos, de comum acordo, escolher delegados para vo-los enviarmos … Eles vos transmitirão de viva voz as nossas decisões: O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são indispensáveis…»”. (At 15,23.25.28 / 1ª L).
Como o seu nome indica, o livro dos “Atos dos Apóstolos” relata, através da missão dos Apóstolos, «a sorte do Evangelho de Jesus de Nazaré»; ou, por outras palavras, «expõe os primeiros passos da comunidade cristã», isto é, da Igreja de Jesus Cristo. O autor inspirado deste segundo Livro, o evangelista Lucas, tem sumo cuidado (tal como no primeiro, no Evangelho) nas diversas descrições que faz, sendo sempre fiel aos acontecimentos históricos, como ele mesmo o regista no ‘prólogo’ do Evangelho : “resolvi eu também, depois de tudo ter investigado cuidadosamente desde a origem, expô-los a ti por escrito e pela sua ordem, caríssimo Teófilo, a fim de reconheceres a solidez da doutrina em que foste instruído”… Esta é, pois, a base sólida em que se apoia a nossa reflexão acerca do texto de hoje.
A – Começa por introduzir,
a seguir a “os Apóstolos e os Anciãos”
(no v. 22
anterior)
o complemento importante, “de acordo com
toda a Igreja”. E eles declaram assim a sua ‘comunhão com todos’…
B – Todos eram
conscientes, aliás, de que estava nascendo – entre eles e com eles – a nova
Igreja, ‘sonhada’ e ‘iniciada’ pelo seu Mestre Jesus Cristo, no tempo em que
viveram com Ele…
A – Porém, neste momento,
vai ser necessário dar um passo importante e resolver uma questão que, sem
deixar de ser difícil e complicada, ou precisamente por isso, será uma decisão ‘radical’!
B – A partir desta sentença determinante, já “não haverá distinçãoentre judeus e pagãos” – como repetiria
nas suas cartas o próprio Paulo –. Quer
dizer, os novos cristãos, “irmãos de
origem pagã”, terão igual dignidade que os cristãos de origem judaica, sem a submissão à lei do judaísmo!…
A – Há, no entanto, no
meio destas questões, uma constatação curiosa e relevante. Aqueles apóstolos e agentes pastorais têm a consciência de pensar e agir em nome e com o Espírito Santo.
B – Acerca disto não há
qualquer dúvida. E ao dizer “o Espírito
Santo e nós decidimos” estão a reconhecer, neles mesmos, a Força e a Graça do Espírito de Jesus
ao pensar, fazer e decidir…
A – E tenhamos bem
presente o que Jesus já tinha anunciado (precisamente no Evangelho de hoje): “O
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas…”.(Jo 14).
B – Mais ainda. O próprio
Jesus (neste mesmo Evangelho, 3ª L.) já nos tinha ensinado a falar em plural – em “comunidade
Trinitária” – quando diz: “Nós viremos a
ele e faremos nele a nossa morada”. E esta “habitação” (para a Trindade!) é “todo aquele que O ama e vive Sua palavra”.(id).
A-B: Tu, Senhor, és Família e Comunidade, e nós, comunidade e família!
É o que nós aprendemos de
Ti, enquanto Pai, Filho e Espírito Santo,
e é o que queremos reproduzir em nós, “criados à Tua imagem e semelhança”.
Vai ser agora, uma vez
mais e sempre, ó Trindade, a Força e o
Vigor do Espírito,
Quem, desde o interior de cada um e de todos, edifique as nossas comunidades,
construa as nossas
famílias, nessas atitudes e relações trinitárias
que nos cativam.
Ó Deus-Trindade, nós precisamos comunidades familiares e famílias comunitárias!
24 Maio, 2019
«O Espírito Santo e nós decidimos…
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo C – Domingo 6 de PÁSCOA)
“«Os Apóstolos e os Anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia … Resolvemos, de comum acordo, escolher delegados para vo-los enviarmos … Eles vos transmitirão de viva voz as nossas decisões: O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são indispensáveis…»”. (At 15,23.25.28 / 1ª L).
Como o seu nome indica, o livro dos “Atos dos Apóstolos” relata, através da missão dos Apóstolos, «a sorte do Evangelho de Jesus de Nazaré»; ou, por outras palavras, «expõe os primeiros passos da comunidade cristã», isto é, da Igreja de Jesus Cristo. O autor inspirado deste segundo Livro, o evangelista Lucas, tem sumo cuidado (tal como no primeiro, no Evangelho) nas diversas descrições que faz, sendo sempre fiel aos acontecimentos históricos, como ele mesmo o regista no ‘prólogo’ do Evangelho : “resolvi eu também, depois de tudo ter investigado cuidadosamente desde a origem, expô-los a ti por escrito e pela sua ordem, caríssimo Teófilo, a fim de reconheceres a solidez da doutrina em que foste instruído”… Esta é, pois, a base sólida em que se apoia a nossa reflexão acerca do texto de hoje.
A – Começa por introduzir, a seguir a “os Apóstolos e os Anciãos” (no v. 22 anterior) o complemento importante, “de acordo com toda a Igreja”. E eles declaram assim a sua ‘comunhão com todos’…
B – Todos eram conscientes, aliás, de que estava nascendo – entre eles e com eles – a nova Igreja, ‘sonhada’ e ‘iniciada’ pelo seu Mestre Jesus Cristo, no tempo em que viveram com Ele…
A – Porém, neste momento, vai ser necessário dar um passo importante e resolver uma questão que, sem deixar de ser difícil e complicada, ou precisamente por isso, será uma decisão ‘radical’!
B – A partir desta sentença determinante, já “não haverá distinção entre judeus e pagãos” – como repetiria nas suas cartas o próprio Paulo –. Quer dizer, os novos cristãos, “irmãos de origem pagã”, terão igual dignidade que os cristãos de origem judaica, sem a submissão à lei do judaísmo!…
A – Há, no entanto, no meio destas questões, uma constatação curiosa e relevante. Aqueles apóstolos e agentes pastorais têm a consciência de pensar e agir em nome e com o Espírito Santo.
B – Acerca disto não há qualquer dúvida. E ao dizer “o Espírito Santo e nós decidimos” estão a reconhecer, neles mesmos, a Força e a Graça do Espírito de Jesus ao pensar, fazer e decidir…
A – E tenhamos bem presente o que Jesus já tinha anunciado (precisamente no Evangelho de hoje): “O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas…”.(Jo 14).
B – Mais ainda. O próprio Jesus (neste mesmo Evangelho, 3ª L.) já nos tinha ensinado a falar em plural – em “comunidade Trinitária” – quando diz: “Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada”. E esta “habitação” (para a Trindade!) é “todo aquele que O ama e vive Sua palavra”.(id).
A-B: Tu, Senhor, és Família e Comunidade, e nós, comunidade e família!
É o que nós aprendemos de Ti, enquanto Pai, Filho e Espírito Santo,
e é o que queremos reproduzir em nós, “criados à Tua imagem e semelhança”.
Vai ser agora, uma vez mais e sempre, ó Trindade, a Força e o Vigor do Espírito,
Quem, desde o interior de cada um e de todos, edifique as nossas comunidades,
construa as nossas famílias, nessas atitudes e relações trinitárias que nos cativam.
Ó Deus-Trindade, nós precisamos comunidades familiares e famílias comunitárias!
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA:
http://palavradeamorpalavra.sallep.net