– A PALAVRA, refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 15 do Tempo Comum)

 

Cristo Jesus é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis… por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste… Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus”. (Cl 1,15-17.19-20 / 2ª L.).

                                                                                            

O texto pode parecer de “ciência fição”, como extraído de um filme cujo herói e protagonista é capaz de realizar todo o tipo de “efeitos maravilhosos”, deslumbrantes, para salvar – desde a sua ‘nave extraterrestre’ – todos os habitantes do Universo… Bom. Mas, na verdade, trata-se de uma realidade – verificável na sua dimensão histórica – cujo protagonista, de carne e osso, é Jesus de Nazaré. Isso sim, estamos perante uma “composição poética”, aparecida nesta Carta que vai endereçada à comunidade cristã de Colossos. Parece tratar-se de um ‘Hino litúrgico’ que já se utilizava, naquele tempo, nalgumas Celebrações das assembleias cristãs.

 

A – Sim, vinte séculos volvidos desde o acontecimento e morte histórica de Jesus de Nazaré, e uns trinta anos menos desde que foram escritos estes textos. E… tudo continua vigente e pujante!

B – Certamente, ninguém pode negar, com verdade, uma e outra coisa! Embora possa parecer-nos incrível aos viventes do século XXI. Mas, aí está – visível e patente! – o fenómeno do Cristianismo!

A – Bom. Será que hoje estamos mais “dialéticos” e “apologéticos”? – É um modo de introduzir um tema que nos ultrapassa e supera. Começa por afirmar que “Jesus é a imagem do Deus invisível”!

B – Esse Cristo, Jesus de Nazaré, homem perfeito, concebido e filho de Maria e por Maria, que viveu uns trinta e tal anos naquela aldeia da Galileia, conhecido como “filho do carpinteiro”, e ele próprio dessa profissão… acontece que era, ao mesmo tempo, humano e divino, Filho de Deus!

A – Como tal divino-humano: “é o primogénito de toda a criatura”; “n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis; tudo foi criado por Ele e para Ele”. Sendo “anterior a todas as coisas, tudo subsiste n’Ele”. Assim, “aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude”!

B – Como humano-divino: Sendo “a imagem do Deus invisível”, pode “reconciliar conSigo todas as coisas – na terra e nos céus – estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz”!

A – E cá está o que nos desconcerta, perturba e confunde: Toda esta transformação e redenção salvífica fá-la através do Seu ‘ocaso humano’: vertendo “o Seu sangue na paixão e morte de cruz”.

B – Claro, já o sabíamos: Só quem é «Deus e homem» podia realizar esta conjunção maravilhosa de ter poder para salvar e reconciliar (como Deus) e de fazê-lo numa morte de cruz (como homem).

 

A-B: Não achamos, ó Jesus, melhor hino de louvor do que aqueloutro que sabemos:

Sim. Porque: «Apesar da Tua condição divina, quiseste esvaziar-Te de Ti mesmo;

identificando-Te com o homem, como um de tantos, tomaste a condição de servo;

rebaixando-Te ainda mais, fizeste-Te obediente até à morte e uma morte de cruz.  

Por isso é que Deus Te exaltou acima de tudo e Te deu um ‘nome sobre todos’;

 para que, no céu e na terra, ao ‘nome de Jesus’, todo o joelho se dobre,

e toda a língua aclame: “Tu és Jesus Cristo, Senhor!”, para glória de Deus Pai». [Fl 2]

  

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net