
– A PALAVRA, refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo C – Domingo 18 do Tempo Comum)
“Disse Jesus aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a ganância: A vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». (…) Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus disse-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’.” (Lc 12,15.19-20 / 3ª L.).
Se prestarmos a devida atenção à parábola que Jesus apresenta – em volta da qual vai girar o nosso texto de reflexão – vemos que nos alerta acerca do risco, do perigo que espreita todo o ser humano: isto é, a “ganância”, ambição, avidez, cobiça … E, como consequência, o egoísmo e/ou avareza, que nos fecha em nós próprios e nos torna, a cada um de nós, o ‘centro de nós mesmos’, faz-nos “egocêntricos”, o que só leva, infelizmente (e isto é o terrível!) à autodestruição… [Algo assim como esses fenómenos ‘físico-astronómicos’ (de ficção?) em que «a concentração e redução de ‘uma coisa’ é tão radical que acaba por desaparecer»]… Reparemos no ‘desfecho’ da parábola. Quando aquele homem “diz a si mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos…”, é confrontado com a voz de Deus que lhe diz: “Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma…”.
A – Comecemos, então, a nossa reflexão por essa questão. Quando aquele “homem rico” atribui à sua alma aqueles “muitos bens… para longos anos”, não está a cair na conta de que lhe “vão pedir precisamente essa alma” e não os seus bens. Pois a sua alma é o único imperecível, não os bens.
B – Sim, a ‘eterna luta’ entre a matéria e o espírito, já aludida tantas vezes! É que não acabamos de entender – porquê? – que toda a matéria seja perecível, passageira: não pode transcender o limiar deste tempo-espaço. Só o espírito (“a alma que lhe pedem àquele homem”) é o “transcendente”!
A – E, uma vez que “a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens”, há uma primeira consequência bem clara: Os bens materiais só serão bons na medida que ‘salvem a alma’!
B – Se Jesus nos avisa “Vede bem, guardai-vos de toda a ganância” é porque sabe que a tal “ganância” de bens materiais é uma espécie de rede que envolve, enlaça e mata a pessoa…
A – Como, então, deveremos nós interpretar este ‘inevitável conflito’ entre a nossa alma imortal e os bens perecíveis? Será que estamos ‘condenados enquanto caminhantes’ a esta contínua briga?
B – Parece que Jesus, ao apresentar esta parábola para que aprendamos a “guardar-nos de toda a ganância”, dá por suposto que, o tempo que durar esta vida terrena, teremos que aprender a esquivar esses riscos, no medio do “bom combate” (que dizia Paulo), libertando-nos da tal rede.
A – Além do mais, “o que acumulaste, para quem será?”. Porém, “tornar-se rico aos olhos de Deus” significa trabalhar pelo espírito – a alma – ou enriquecer a vida espiritual que transcende e subsiste!
A-B: Bem sabemos, Jesus, que “a nossa vida na terra é milícia”, e que
“onde estiver o nosso tesouro estará também o nosso coração” e a vida toda.
Mas, como “a vida duma pessoa não depende da abundância dos bens”
senão da riqueza do espírito (que é como “sermos ricos aos olhos de Deus”)
então, desde agora, o nosso compromisso será – como tu queres, Jesus –:
nunca apostar nos bens materiais deste mundo nem cairmos nas suas redes;
antes, descobrir ‘o nosso tesouro’ em Ti, Deus e Senhor, e nos irmãos.
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
4 Agosto, 2019
«A vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo C – Domingo 18 do Tempo Comum)
“Disse Jesus aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a ganância: A vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». (…) Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus disse-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’.” (Lc 12,15.19-20 / 3ª L.).
Se prestarmos a devida atenção à parábola que Jesus apresenta – em volta da qual vai girar o nosso texto de reflexão – vemos que nos alerta acerca do risco, do perigo que espreita todo o ser humano: isto é, a “ganância”, ambição, avidez, cobiça … E, como consequência, o egoísmo e/ou avareza, que nos fecha em nós próprios e nos torna, a cada um de nós, o ‘centro de nós mesmos’, faz-nos “egocêntricos”, o que só leva, infelizmente (e isto é o terrível!) à autodestruição… [Algo assim como esses fenómenos ‘físico-astronómicos’ (de ficção?) em que «a concentração e redução de ‘uma coisa’ é tão radical que acaba por desaparecer»]… Reparemos no ‘desfecho’ da parábola. Quando aquele homem “diz a si mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos…”, é confrontado com a voz de Deus que lhe diz: “Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma…”.
A – Comecemos, então, a nossa reflexão por essa questão. Quando aquele “homem rico” atribui à sua alma aqueles “muitos bens… para longos anos”, não está a cair na conta de que lhe “vão pedir precisamente essa alma” e não os seus bens. Pois a sua alma é o único imperecível, não os bens.
B – Sim, a ‘eterna luta’ entre a matéria e o espírito, já aludida tantas vezes! É que não acabamos de entender – porquê? – que toda a matéria seja perecível, passageira: não pode transcender o limiar deste tempo-espaço. Só o espírito (“a alma que lhe pedem àquele homem”) é o “transcendente”!
A – E, uma vez que “a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens”, há uma primeira consequência bem clara: Os bens materiais só serão bons na medida que ‘salvem a alma’!
B – Se Jesus nos avisa “Vede bem, guardai-vos de toda a ganância” é porque sabe que a tal “ganância” de bens materiais é uma espécie de rede que envolve, enlaça e mata a pessoa…
A – Como, então, deveremos nós interpretar este ‘inevitável conflito’ entre a nossa alma imortal e os bens perecíveis? Será que estamos ‘condenados enquanto caminhantes’ a esta contínua briga?
B – Parece que Jesus, ao apresentar esta parábola para que aprendamos a “guardar-nos de toda a ganância”, dá por suposto que, o tempo que durar esta vida terrena, teremos que aprender a esquivar esses riscos, no medio do “bom combate” (que dizia Paulo), libertando-nos da tal rede.
A – Além do mais, “o que acumulaste, para quem será?”. Porém, “tornar-se rico aos olhos de Deus” significa trabalhar pelo espírito – a alma – ou enriquecer a vida espiritual que transcende e subsiste!
A-B: Bem sabemos, Jesus, que “a nossa vida na terra é milícia”, e que
“onde estiver o nosso tesouro estará também o nosso coração” e a vida toda.
Mas, como “a vida duma pessoa não depende da abundância dos bens”
senão da riqueza do espírito (que é como “sermos ricos aos olhos de Deus”)
então, desde agora, o nosso compromisso será – como tu queres, Jesus –:
nunca apostar nos bens materiais deste mundo nem cairmos nas suas redes;
antes, descobrir ‘o nosso tesouro’ em Ti, Deus e Senhor, e nos irmãos.
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net