“Quem adora a Deus será bem acolhido e a sua prece sobe até às nuvens. A oração do humilde atravessa as nuvens e não descansa enquanto não chega ao seu destino. Não desiste, até que o Altíssimo o atenda, para estabelecer o direito dos justos e fazer justiça”. (Sir 35,16-18 / 1ª L.).
Este livro bíblico – nomeado atualmente como de ‘Ben Sira’ ou ‘Sirácide’ – foi conhecido e usado na Igreja, durante uma longa tradição, como «Eclesiástico». A adoção moderna de Sirácide ou Ben Sira (Filho de Sira), é devida a que a Igreja aceitou como canónico (≈ o mais autêntico) o texto de origem grega, sendo que os principais manuscritos gregos utilizam o título de «Sabedoria de Jesus, filho de Sira» [como Assinatura final (Sir 51,30)]; ou então, “Sabedoria de Sira”. Trata-se de um livro, «rico de ensinamentos práticos, apresentados de um modo paternal e persuasivo». E, já agora, continuando a citar estes autores, transcrevemos apenas dois-três dados interessantes (*): «O livro deve ter sido escrito por volta de 180 a.C., antes da perseguição violenta de Antíoco Epifânio (175 a.C.) e da consequente sublevação dos Macabeus (167 a.C.) … período marcado por uma forma de civilização que chamamos “helenismo”. É uma forma nova de vida… caracterizada essencialmente pela convivência de culturas, pelo sincretismo religioso, por um universalismo que tende a abolir as fronteiras de raças e de religião, pela glorificação das forças da natureza e pelo culto do homem…».
(*) – [da Introdução a este Livro, na «Bíblia Sagrada»–autores da Difusora Bíblica-DC].
A – ‘Adorar a Deus’, nalgumas transcrições ‘originais’, aparece como ‘servir a Deus’, o que pode ter sentido equivalente. Porém, perguntamo-nos: Será que “adorar” pode ser substituído por “amar”?
B – Desde logo, não podemos esquecer que o «Mandamento mais importante da Lei» (!) não diz «adorarás o Senhor, teu Deus» mas «amarás o Senhor, teu Deus… e ao próximo como a ti mesmo».
A – É evidente que acerca de “adorar” e/ou “amar”, muita coisa pode ser escrita … No entanto, admitamos que os termos podem ser ‘trocados’ – um por outro – como sendo similares. Aliás, na nossa sociedade, a expressão «adoro isto ou aquilo» é equivalente a «gosto, amo isto ou aquilo» …
B – Mas, atenção: poderia acontecer que ‘adoração’, despojada do seu sentido de ‘amor’, acabasse por ser executada como um ato puramente ‘servil’, de simples humilhação, o que Deus não quer!
A – Santa Teresa (a “de Jesus”) sentia e afirmava que «humildade é andar em verdade». Quer dizer, se não for entendida assim ( = ‘reconhecer o que somos’!) a humildade poderá ser uma ‘falsidade’.
B – Acontece que, no nosso texto, a tese do autor («Jesus, Ben Sira») parece ser deixar bem claro, precisamente, a atitude do “verdadeiro humilde”, que serve, adora e, sobretudo, ama a Deus!
A – Certamente, fica claro e bem patente que “a oração dojusto” (‘justo’ que tem essesatributos) será sempre eficaz, não pode falhar, porque “não desiste até que o Altíssimo a atenda”.
B – Ou então, – assim de simples –: “A oração do humilde atravessa as nuvens e não descansa enquanto não chega ao seu destino”. É que – lembram-se? – ‘o Altíssimo prefere o baixíssimo’!
A-B: Seremos capazes, Abbá Pai, de entender, de vez, como é a Tua atitude connosco?
Sabemos, sobejamente, que toda a pessoa que quiser ‘dialogar’ conTigo – “orar” –
não pode apresentar-se noutra atitude que não seja «andar em verdade»:
Então, reconheçamos a nossa situação, a nossa verdade… pois isso é humildade!
E quem foi que mais «andou – viveu – em verdade» senão “a Tua escrava” de Nazaré?
Prometemos, Pai, que vamos tentar ‘acudir a Ti’ com a humildade de Maria, a Mãe!
25 Outubro, 2019
«A oração do humilde atravessa as nuvens…
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo C – Domingo 30 do Tempo Comum)
“Quem adora a Deus será bem acolhido e a sua prece sobe até às nuvens. A oração do humilde atravessa as nuvens e não descansa enquanto não chega ao seu destino. Não desiste, até que o Altíssimo o atenda, para estabelecer o direito dos justos e fazer justiça”. (Sir 35,16-18 / 1ª L.).
Este livro bíblico – nomeado atualmente como de ‘Ben Sira’ ou ‘Sirácide’ – foi conhecido e usado na Igreja, durante uma longa tradição, como «Eclesiástico». A adoção moderna de Sirácide ou Ben Sira (Filho de Sira), é devida a que a Igreja aceitou como canónico (≈ o mais autêntico) o texto de origem grega, sendo que os principais manuscritos gregos utilizam o título de «Sabedoria de Jesus, filho de Sira» [como Assinatura final (Sir 51,30)]; ou então, “Sabedoria de Sira”. Trata-se de um livro, «rico de ensinamentos práticos, apresentados de um modo paternal e persuasivo». E, já agora, continuando a citar estes autores, transcrevemos apenas dois-três dados interessantes (*): «O livro deve ter sido escrito por volta de 180 a.C., antes da perseguição violenta de Antíoco Epifânio (175 a.C.) e da consequente sublevação dos Macabeus (167 a.C.) … período marcado por uma forma de civilização que chamamos “helenismo”. É uma forma nova de vida… caracterizada essencialmente pela convivência de culturas, pelo sincretismo religioso, por um universalismo que tende a abolir as fronteiras de raças e de religião, pela glorificação das forças da natureza e pelo culto do homem…».
(*) – [da Introdução a este Livro, na «Bíblia Sagrada»–autores da Difusora Bíblica-DC].
A – ‘Adorar a Deus’, nalgumas transcrições ‘originais’, aparece como ‘servir a Deus’, o que pode ter sentido equivalente. Porém, perguntamo-nos: Será que “adorar” pode ser substituído por “amar”?
B – Desde logo, não podemos esquecer que o «Mandamento mais importante da Lei» (!) não diz «adorarás o Senhor, teu Deus» mas «amarás o Senhor, teu Deus… e ao próximo como a ti mesmo».
A – É evidente que acerca de “adorar” e/ou “amar”, muita coisa pode ser escrita … No entanto, admitamos que os termos podem ser ‘trocados’ – um por outro – como sendo similares. Aliás, na nossa sociedade, a expressão «adoro isto ou aquilo» é equivalente a «gosto, amo isto ou aquilo» …
B – Mas, atenção: poderia acontecer que ‘adoração’, despojada do seu sentido de ‘amor’, acabasse por ser executada como um ato puramente ‘servil’, de simples humilhação, o que Deus não quer!
A – Santa Teresa (a “de Jesus”) sentia e afirmava que «humildade é andar em verdade». Quer dizer, se não for entendida assim ( = ‘reconhecer o que somos’!) a humildade poderá ser uma ‘falsidade’.
B – Acontece que, no nosso texto, a tese do autor («Jesus, Ben Sira») parece ser deixar bem claro, precisamente, a atitude do “verdadeiro humilde”, que serve, adora e, sobretudo, ama a Deus!
A – Certamente, fica claro e bem patente que “a oração do justo” (‘justo’ que tem esses atributos) será sempre eficaz, não pode falhar, porque “não desiste até que o Altíssimo a atenda”.
B – Ou então, – assim de simples –: “A oração do humilde atravessa as nuvens e não descansa enquanto não chega ao seu destino”. É que – lembram-se? – ‘o Altíssimo prefere o baixíssimo’!
A-B: Seremos capazes, Abbá Pai, de entender, de vez, como é a Tua atitude connosco?
Sabemos, sobejamente, que toda a pessoa que quiser ‘dialogar’ conTigo – “orar” –
não pode apresentar-se noutra atitude que não seja «andar em verdade»:
Então, reconheçamos a nossa situação, a nossa verdade… pois isso é humildade!
E quem foi que mais «andou – viveu – em verdade» senão “a Tua escrava” de Nazaré?
Prometemos, Pai, que vamos tentar ‘acudir a Ti’ com a humildade de Maria, a Mãe!
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net