– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo A – Domingo 5 da Quaresma)

 

 “Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia»”… (Jo 11, 21-24 / 3ª L.).

 

A sua irmã, Maria, mais tarde, fará exatamente a mesma censura a Jesus… Coisas “interessantes” deste relato de Lázaro “ao recuperar a vida”. Sim, “voltou à vida”, porque sabemos que não foi “ressuscitar” para a Vida eterna, mas só “retornar” para a mesma vida mortal! Mas há, aliás, nesta narração de João, outros “pormenores marginais” que podem passar despercebidos. Não acham?

 

A – Desde logo, trata-se de grandes pormenores (!?). Para já, há um pano de fundo nesta história: “Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de Lázaro”. Porém, este motivo só, não seria suficiente…

B – Claro que, além desta amizade, o objetivo principal é levar até ao fim a Sua Missão salvadora e a Glória do Pai. É que, por este facto e a sua conclusão, “há de ser glorificado o Filho do homem”.

A – Aliás, no mesmo contexto, Jesus tinha afirmado: “Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus”. E depois: “Eu não te disse, Marta, que, se acreditasses, verias a glória de Deus?”.

B – Um dos discípulos, Tomé, tinha posto uma questão, ao ver que voltavam para as proximidades de Jerusalém: “«Mestre, ainda há pouco os judeus procuravam apedrejar-Te, e voltas para lá?»”.

A – Perante esta constatação, justifica-se a decisão corajosa que logo a seguir tomaria o mesmo Tomé, ao verificar que Jesus está determinado, apesar de tudo, a voltar para lá. Dirá, então, aos seus colegas, no intuito de os encorajar: “«Vamos nós também, e morramos com Ele!»”…

B – …No fim, “Jesus disse: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Senhor, já cheira mal, pois morreu há quatro dias». Pois cá está Marta, a mulher prática e decidida, apesar de tudo!

A – É verdade, ela é sempre aquela pessoa ativa e reativa, que se deixa levar pelo primeiro impulso: “Quando ouve que Jesus está a chegar, sai ao seu encontro”… “Vai chamar à sua irmã Maria”… “Olha, Senhor, há já cheira mal!”…  Enquanto “Maria, fica sentada em casa”.

B – Dois temperamentos “divergentes”? Ou simplesmente complementares?… A verdade é que, uma e outra, chegam até Jesus, ainda que por percursos diferentes: Marta, pelo caminho que se processa da ação para a contemplação!… Maria, pela senda da escuta silenciosa até ao agir!

 

A/BSenhor Jesus, não sabemos se seríamos capazes de – como Tomé –

seguir o Teu “caminho de cruz” até à morte, mesmo sentindo aquela natural relutância!

Mas agora, desde a nossa situação – do “género-Marta” ou do “tipo-Maria” –

prometemos avançar, Jesus, «pela senda que segue a Tua sombra ao caminhar»!

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net