
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo A – Domingo 6 – RAMOS na PAIXÃO)
“Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se – esvaziou-Se – a Si próprio; assumindo a condição de servo (…). Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes”… (Fl 2, 6.7.9 / 2ª L.)
Filipos (Philippi) era uma cidade muito antiga do norte da Grécia (na Macedónia) cujos habitantes (os primeiros da Europa que Paulo evangelizou) foram sempre muito amáveis e generosos com o Apóstolo, quando este precisou de ajuda… Na presente Carta, que Paulo lhes remete através de Epafrodito, para animar esses cristãos filipenses a ser imitadores de Jesus, o Apóstolo cita-lhes um «hino a Cristo», Servo Sofredor (cf. Is 53) … “Hino” este cuja utilização, nas celebrações litúrgicas, era já frequente nalgumas Comunidades Cristãs, em tempo do Apóstolo…
A – “Condição divina” e “condição servil”, duas condições que se contrapõem (!?)… A primeira é sempre um mistério para nós, a segunda nem tanto; embora a conjugação de ambas na mesma pessoa, Cristo, não deixa de ser um mistério ainda maior…
B – Pois é! Já “per se” parece incompreensível que Deus (“condição divina”) seja capaz de Se esvaziar – despojar-Se, aniquilar-Se – ou seja, como se deixasse de ser Deus (por um tempo!?)…
A – O Filho, a segunda Pessoa da Trindade, aceitou, voluntaria e livremente, encarnar-Se como homem (“condição servil”), «privando-se (como alguém escreveu) da Sua Glória divina para, logo, receber a Glória do Pai». Tal é o sentido do termo grego «kenôse», ficar vazio de Si próprio (!)…
B – E, a partir desta aceitação livre – por Amor ao Pai e aos homens – começa a “degradação” sucessiva, incarnando, real e verdadeiramente, a situação do «servo sofredor» (de Is 53)…
A – Porque, “degradação” significa descer por estes sucessivos “degraus”: 1-“aparece como homem”; 2-“humilha-Se ainda mais”(servo); 3-“obedece até à morte”; 4-“mas uma morte de cruz”!
B – Realmente, já não é possível chegar mais baixo! Pois se é verdade que “não há maior amor do que dar a vida (morrer) pelos amigos”, quanto mais o será daquela maneira (morrer numa Cruz)!
A – “Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes”. Era lógico! Se Ele atingiu o ponto mais baixo possível, devia alcançar – como «prémio glorioso» – o Mais Alto!
B – E sabem qual é esse “nome” que o Pai Lhe deu? – Exatamente: “Senhor” («Kyrios») que (em grego) indica a essência dos seres. Aqui é a plena essência e dignidade Divina! (Ef 1,21/Hb 1,4).
A/B: Qual é a nossa atitude, Senhor, no rumo que damos à nossa vida?
A nossa direção e sentido, vão para o inferior despojamento (kenôse) como Tu?…
Ou vão para o superior prestígio… em vez de “nos esvaziarmos” do lastro inútil?…
Seguindo o teu exemplo, Jesus, prometemos contar com a Tua ajuda e apoio,
que nos conduzem por esse “roteiro da cruz”, único que leva à Salvação de todos.
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
3 Abril, 2020
«Aniquilou-Se a Si próprio»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo A – Domingo 6 – RAMOS na PAIXÃO)
“Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se – esvaziou-Se – a Si próprio; assumindo a condição de servo (…). Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes”… (Fl 2, 6.7.9 / 2ª L.)
Filipos (Philippi) era uma cidade muito antiga do norte da Grécia (na Macedónia) cujos habitantes (os primeiros da Europa que Paulo evangelizou) foram sempre muito amáveis e generosos com o Apóstolo, quando este precisou de ajuda… Na presente Carta, que Paulo lhes remete através de Epafrodito, para animar esses cristãos filipenses a ser imitadores de Jesus, o Apóstolo cita-lhes um «hino a Cristo», Servo Sofredor (cf. Is 53) … “Hino” este cuja utilização, nas celebrações litúrgicas, era já frequente nalgumas Comunidades Cristãs, em tempo do Apóstolo…
A – “Condição divina” e “condição servil”, duas condições que se contrapõem (!?)… A primeira é sempre um mistério para nós, a segunda nem tanto; embora a conjugação de ambas na mesma pessoa, Cristo, não deixa de ser um mistério ainda maior…
B – Pois é! Já “per se” parece incompreensível que Deus (“condição divina”) seja capaz de Se esvaziar – despojar-Se, aniquilar-Se – ou seja, como se deixasse de ser Deus (por um tempo!?)…
A – O Filho, a segunda Pessoa da Trindade, aceitou, voluntaria e livremente, encarnar-Se como homem (“condição servil”), «privando-se (como alguém escreveu) da Sua Glória divina para, logo, receber a Glória do Pai». Tal é o sentido do termo grego «kenôse», ficar vazio de Si próprio (!)…
B – E, a partir desta aceitação livre – por Amor ao Pai e aos homens – começa a “degradação” sucessiva, incarnando, real e verdadeiramente, a situação do «servo sofredor» (de Is 53)…
A – Porque, “degradação” significa descer por estes sucessivos “degraus”: 1-“aparece como homem”; 2-“humilha-Se ainda mais”(servo); 3-“obedece até à morte”; 4-“mas uma morte de cruz”!
B – Realmente, já não é possível chegar mais baixo! Pois se é verdade que “não há maior amor do que dar a vida (morrer) pelos amigos”, quanto mais o será daquela maneira (morrer numa Cruz)!
A – “Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes”. Era lógico! Se Ele atingiu o ponto mais baixo possível, devia alcançar – como «prémio glorioso» – o Mais Alto!
B – E sabem qual é esse “nome” que o Pai Lhe deu? – Exatamente: “Senhor” («Kyrios») que (em grego) indica a essência dos seres. Aqui é a plena essência e dignidade Divina! (Ef 1,21/Hb 1,4).
A/B: Qual é a nossa atitude, Senhor, no rumo que damos à nossa vida?
A nossa direção e sentido, vão para o inferior despojamento (kenôse) como Tu?…
Ou vão para o superior prestígio… em vez de “nos esvaziarmos” do lastro inútil?…
Seguindo o teu exemplo, Jesus, prometemos contar com a Tua ajuda e apoio,
que nos conduzem por esse “roteiro da cruz”, único que leva à Salvação de todos.
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net