
Ez 34, 12.15-16: “Eis o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei de encontrá-las… Eu apascentarei as minhas ovelhas, Eu as levarei a repousar, diz o Senhor Deus. Hei de procurar a que anda perdida… Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa…”. // 1Cor 15,20.22.25-26: “Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram… do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também, em Cristo, todos serão restituídos à vida… É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte”. // Mt 25,34.40: “…Então o Rei lhes dirá: «Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo … Em verdade vos digo: O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes»…”.
D – «EU APASCENTAREI AS MINHAS OVELHAS… TRATAREI A QUE ESTIVER FERIDA, DAREI VIGOR À QUE ANDAR ABATIDA…» (Ez 34)
O – CRISTO RESSUSCITOU DOS MORTOS, COMO PRIMÍCIAS DOS QUE MORRERAM. E N’ELE, TODOS SERÃO RESTITUÍDOS À VIDA (1Cor 15)
C – «EM VERDADE VOS DIGO: O QUE FIZESTES A UM DOS MEUS IRMÃOS MAIS PEQUENINOS É A MIM QUE O FIZESTES…» (Mt 25)
O – Não é fácil compreender que o Deus do AT fosse capaz de apascentar um rebanho… Como é que Ele havia de procurar uma ovelha perdida… fazer um curativo à que estiver ferida… dar um suplemento alimentício à que andar mais fraca… proteger e velar pela que estiver saudável e vigorosa…?
C – Claro que o profeta Ezequiel, inspirado por Deus, estava a pensar e a falar no futuro Messias, que seria o próprio Deus feito homem. Então sim, como Bom Pastor, pode fazer tudo isso e muito mais pelo Seu rebanho… até “dar a vida – sim, isso mesmo! – pelas suas ovelhas”!
O – Porém, também isto de “dar a vida pelas ovelhas” não se compreende facilmente. Pois se o pastor morrer assim, vítima dos lobos, também, com ele, morreriam todas as ovelhas. Não é?
C – Mas é S. Paulo quem o esclarece, escrevendo aos cristãos de Corinto: “Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram… assim também, em Cristo, todos serão restituídos à vida…”.
D – Ninguém esqueça – mesmo assim – que, somente quem tiver e quiser aceitar o dom da Fé, é que poderá assumir este mistério da Ressurreição – particular e universal – com todas as suas consequências!…
C – Nada disto, porém, teria sentido pleno para poder ser explicado, se não fosse porque – felizmente! – neste nosso caso humano, o próprio ‘pastor’, Cristo Jesus, está encarnado em todas e cada uma das ‘ovelhas’. Ou então, que significa: “O que fizestes a um dos meus irmãos… é a Mim que o fizestes”!?
X — Não vos parece – como alguém perguntaria – ‘que necessitaríamos mil vidas’ para chegarmos a aceitar, compreender, assumir este mistério espantoso da Encarnação de Deus em cada ser humano, pela simples razão de que Ele assim o quis ao criar-nos (‘gerar-nos’!)? E mais! Para que não tivéssemos dúvida e o entendêssemos melhor, digamos como que Deus “inventou”(!) a Pessoa de Jesus – como Filho Primogénito – em quem Se encarnou de forma ‘radical’, como «modelo exemplar», ou “como primícia” (em expressão de Paulo) de todas as Suas “encarnações”, em cada ser humano… Claro que esta linguagem – pela sua ousadia – pareceria uma ‘blasfémia’, se não fosse o mesmo Cristo Jesus a reconhecer esta “divinização humana” quando afirma naquele interessante Texto (já referido outras vezes) e, de mais a mais, interpretando Ele próprio as Escrituras do AT: “Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei (Sl 81/82,6): ‘Eu disse: vós sois deuses’? Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus – e a Escritura não se pode pôr em dúvida – a Mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: ‘Tu blasfemas’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’»?” (Jo 10, 34-36). — Mas, aqui e agora, Jesus, calha-nos a nós demonstrar que podemos atingir essa meta que Tu nos propões: o «homem…‘divinizado’». Isto, já desde o ponto de partida (!) mas, sobretudo, crescendo até ao ponto de chegada (!). Já Tu nos deste exemplo, Jesus, realizando o caminho inverso, ainda mais radical: o «Deus…‘humanizado’». Que seja o Teu Espírito Santo a gerar em nós esta divinização!
— [♫] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’):
(♪) – «Ele está entre vós e não O conheceis. Ele está entre vós, seu nome é ‘o Senhor’».(2) …
(♪) – «Na minha fraqueza tornas-me forte; na minha fraqueza tornas-me forte. Só no Teu amor me tornas forte. Só na Tua vida me tornas forte. Na minha fraqueza fazes-Te força em mim!» …
(♪) – «Quem queira ser grande, quem queira ser o primeiro, seja o escravo de todos, seja o mais pequeno. Eu não vim p’ra ser servido, Eu vim para servir e dar a vida por todos, para que todos possam viver(2) em plenitude(3).» …
«TEXTOS» À LUZ DESTA PALAVRA
[ do Papa / da Bíblia / Outros ]
— Papa Francisco
– Acerca da “Parábola sobre o Juízo Final” (Mt 25,31-46)
«… Então, Jesus diz-lhes: “Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos foi preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e destes-me de comer; tive sede e destes-me de beber; era peregrino e acolhestes-me; nu e vestistes-me; enfermo e visitastes-me; estava na prisão e viestes ter comigo” (vv. 34-36). Os justos ficam surpreendidos, porque não se recordam de um dia ter encontrado Jesus, e muito menos de o ter ajudado desse modo; mas Ele declara: “Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (v. 40). Esta palavra nunca deixa de nos impressionar, porque nos revela até que ponto chega o amor de Deus: a ponto de se identificar connosco. Contudo não só quando estamos bem, quando estamos sadios e felizes, mas quando estamos em necessidade. É desta forma escondida que Ele se deixa encontrar, que nos estende a mão como mendigo. É assim que Jesus revela o critério decisivo do seu juízo, ou seja, o amor concreto pelo próximo em dificuldade. Revela-se assim o poder do amor, a realeza de Deus: solidário com quantos sofrem, para suscitar em toda a parte atitudes e obras de misericórdia.
A parábola do juízo prossegue, apresentando o rei que afasta de si quantos, durante a própria vida, não se preocuparam com as necessidades dos irmãos. Também neste caso, eles ficam surpreendidos e perguntam: “Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão, e não te socorremos?” (v. 44). Está subentendido: ‘Se te tivéssemos visto, certamente ter-te-íamos ajudado!’. Mas o rei responderá: “Todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim mesmo que o deixastes de fazer” (v. 45).
No final da nossa vida, seremos julgados sobre o amor, ou seja, sobre o nosso compromisso concreto de amar e servir Jesus nos nossos irmãos mais pequeninos e necessitados. Aquele mendigo, esse necessitado que estende a mão é Jesus; aquele doente que devo visitar é Jesus; esse preso é Jesus; aquele faminto é Jesus. Pensemos nisto!
É verdade que Jesus virá no fim dos tempos para julgar todas as nações, mas, de facto, vem ter connosco todos os dias, de muitas maneiras, e pede-nos que o acolhamos.
A Virgem Maria nos ajude a encontrá-lo e a recebê-lo na sua Palavra e na Eucaristia, e ao mesmo tempo nos irmãos e nas irmãs que sofrem a fome, a doença, a opressão e a injustiça. Que os nossos corações O acolham no hoje da nossa vida, para sermos por Ele recebidos na eternidade do seu Reino de luz e de paz».
[ No Angelus – (Praça de S. Pedro) – 26.11.2017 ]
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
20 Novembro, 2020
«O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
Ez 34, 12.15-16: “Eis o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei de encontrá-las… Eu apascentarei as minhas ovelhas, Eu as levarei a repousar, diz o Senhor Deus. Hei de procurar a que anda perdida… Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa…”. // 1Cor 15,20.22.25-26: “Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram… do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também, em Cristo, todos serão restituídos à vida… É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte”. // Mt 25,34.40: “…Então o Rei lhes dirá: «Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo … Em verdade vos digo: O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes»…”.
D – «EU APASCENTAREI AS MINHAS OVELHAS… TRATAREI A QUE ESTIVER FERIDA, DAREI VIGOR À QUE ANDAR ABATIDA…» (Ez 34)
O – CRISTO RESSUSCITOU DOS MORTOS, COMO PRIMÍCIAS DOS QUE MORRERAM. E N’ELE, TODOS SERÃO RESTITUÍDOS À VIDA (1Cor 15)
C – «EM VERDADE VOS DIGO: O QUE FIZESTES A UM DOS MEUS IRMÃOS MAIS PEQUENINOS É A MIM QUE O FIZESTES…» (Mt 25)
O – Não é fácil compreender que o Deus do AT fosse capaz de apascentar um rebanho… Como é que Ele havia de procurar uma ovelha perdida… fazer um curativo à que estiver ferida… dar um suplemento alimentício à que andar mais fraca… proteger e velar pela que estiver saudável e vigorosa…?
C – Claro que o profeta Ezequiel, inspirado por Deus, estava a pensar e a falar no futuro Messias, que seria o próprio Deus feito homem. Então sim, como Bom Pastor, pode fazer tudo isso e muito mais pelo Seu rebanho… até “dar a vida – sim, isso mesmo! – pelas suas ovelhas”!
O – Porém, também isto de “dar a vida pelas ovelhas” não se compreende facilmente. Pois se o pastor morrer assim, vítima dos lobos, também, com ele, morreriam todas as ovelhas. Não é?
C – Mas é S. Paulo quem o esclarece, escrevendo aos cristãos de Corinto: “Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram… assim também, em Cristo, todos serão restituídos à vida…”.
D – Ninguém esqueça – mesmo assim – que, somente quem tiver e quiser aceitar o dom da Fé, é que poderá assumir este mistério da Ressurreição – particular e universal – com todas as suas consequências!…
C – Nada disto, porém, teria sentido pleno para poder ser explicado, se não fosse porque – felizmente! – neste nosso caso humano, o próprio ‘pastor’, Cristo Jesus, está encarnado em todas e cada uma das ‘ovelhas’. Ou então, que significa: “O que fizestes a um dos meus irmãos… é a Mim que o fizestes”!?
X — Não vos parece – como alguém perguntaria – ‘que necessitaríamos mil vidas’ para chegarmos a aceitar, compreender, assumir este mistério espantoso da Encarnação de Deus em cada ser humano, pela simples razão de que Ele assim o quis ao criar-nos (‘gerar-nos’!)? E mais! Para que não tivéssemos dúvida e o entendêssemos melhor, digamos como que Deus “inventou”(!) a Pessoa de Jesus – como Filho Primogénito – em quem Se encarnou de forma ‘radical’, como «modelo exemplar», ou “como primícia” (em expressão de Paulo) de todas as Suas “encarnações”, em cada ser humano… Claro que esta linguagem – pela sua ousadia – pareceria uma ‘blasfémia’, se não fosse o mesmo Cristo Jesus a reconhecer esta “divinização humana” quando afirma naquele interessante Texto (já referido outras vezes) e, de mais a mais, interpretando Ele próprio as Escrituras do AT: “Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei (Sl 81/82,6): ‘Eu disse: vós sois deuses’? Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus – e a Escritura não se pode pôr em dúvida – a Mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: ‘Tu blasfemas’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’»?” (Jo 10, 34-36). — Mas, aqui e agora, Jesus, calha-nos a nós demonstrar que podemos atingir essa meta que Tu nos propões: o «homem…‘divinizado’». Isto, já desde o ponto de partida (!) mas, sobretudo, crescendo até ao ponto de chegada (!). Já Tu nos deste exemplo, Jesus, realizando o caminho inverso, ainda mais radical: o «Deus…‘humanizado’». Que seja o Teu Espírito Santo a gerar em nós esta divinização!
— [♫] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’):
(♪) – «Ele está entre vós e não O conheceis. Ele está entre vós, seu nome é ‘o Senhor’».(2) …
(♪) – «Na minha fraqueza tornas-me forte; na minha fraqueza tornas-me forte. Só no Teu amor me tornas forte. Só na Tua vida me tornas forte. Na minha fraqueza fazes-Te força em mim!» …
(♪) – «Quem queira ser grande, quem queira ser o primeiro, seja o escravo de todos, seja o mais pequeno. Eu não vim p’ra ser servido, Eu vim para servir e dar a vida por todos, para que todos possam viver(2) em plenitude(3).» …
«TEXTOS» À LUZ DESTA PALAVRA
[ do Papa / da Bíblia / Outros ]
— Papa Francisco
– Acerca da “Parábola sobre o Juízo Final” (Mt 25,31-46)
«… Então, Jesus diz-lhes: “Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos foi preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e destes-me de comer; tive sede e destes-me de beber; era peregrino e acolhestes-me; nu e vestistes-me; enfermo e visitastes-me; estava na prisão e viestes ter comigo” (vv. 34-36). Os justos ficam surpreendidos, porque não se recordam de um dia ter encontrado Jesus, e muito menos de o ter ajudado desse modo; mas Ele declara: “Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (v. 40). Esta palavra nunca deixa de nos impressionar, porque nos revela até que ponto chega o amor de Deus: a ponto de se identificar connosco. Contudo não só quando estamos bem, quando estamos sadios e felizes, mas quando estamos em necessidade. É desta forma escondida que Ele se deixa encontrar, que nos estende a mão como mendigo. É assim que Jesus revela o critério decisivo do seu juízo, ou seja, o amor concreto pelo próximo em dificuldade. Revela-se assim o poder do amor, a realeza de Deus: solidário com quantos sofrem, para suscitar em toda a parte atitudes e obras de misericórdia.
A parábola do juízo prossegue, apresentando o rei que afasta de si quantos, durante a própria vida, não se preocuparam com as necessidades dos irmãos. Também neste caso, eles ficam surpreendidos e perguntam: “Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão, e não te socorremos?” (v. 44). Está subentendido: ‘Se te tivéssemos visto, certamente ter-te-íamos ajudado!’. Mas o rei responderá: “Todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim mesmo que o deixastes de fazer” (v. 45).
No final da nossa vida, seremos julgados sobre o amor, ou seja, sobre o nosso compromisso concreto de amar e servir Jesus nos nossos irmãos mais pequeninos e necessitados. Aquele mendigo, esse necessitado que estende a mão é Jesus; aquele doente que devo visitar é Jesus; esse preso é Jesus; aquele faminto é Jesus. Pensemos nisto!
É verdade que Jesus virá no fim dos tempos para julgar todas as nações, mas, de facto, vem ter connosco todos os dias, de muitas maneiras, e pede-nos que o acolhamos.
A Virgem Maria nos ajude a encontrá-lo e a recebê-lo na sua Palavra e na Eucaristia, e ao mesmo tempo nos irmãos e nas irmãs que sofrem a fome, a doença, a opressão e a injustiça. Que os nossos corações O acolham no hoje da nossa vida, para sermos por Ele recebidos na eternidade do seu Reino de luz e de paz».
[ No Angelus – (Praça de S. Pedro) – 26.11.2017 ]
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net