
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo B – Domingo 28 do T. Comum)
“A palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que uma espada de dois gumes: ela penetra até ao ponto de divisão da alma e do espírito… e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração… É a ela que devemos prestar contas”. (Hb 4,12-13 / 2ª L.).
Este ‘livro’ bíblico do NT – conhecido como ‘Carta aos Hebreus’ – é “enigmático” em vários aspetos. Poderíamos dizer que o único certo é o seu conteúdo doutrinal (que afinal é o que importa!) pois todos os outros dados (autor, local, estilo, destinatários…) são incertos, e secundários. Nem sequer tem estrutura de “Carta”, pois a sua contextura é mais de discurso, Homilia (‘Sermão’). Porém, os investigadores biblistas coincidem nas suas conclusões, também a respeito dessas outras questões… Bom, mas ficando apenas com o que interessa, citamos aqui uma das apreciações globais destes biblistas: «A novidade deste escrito (carta?) é grande: uma pessoa, Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens, é o Sumo Sacerdote superior a Moisés e comparável à figura misteriosa de Melquisedec. Este escrito veem estabelecer uma relação entre o Antigo e o Novo Testamento numa perspetiva Cristológica. O tema central é o sacerdócio de Cristo e o culto Cristão. Pela sua paixão, morte e glorificação, Ele é o mediador entre Deus e os homens; o seu sacrifício substitui todos os sacrifícios antigos…». [cf. Bíblia Sagrada-DB – Introd. à Carta].
A – Assim sendo, é fácil, para nós, refletirmos no tema central do nosso texto: a Palavra de Deus em si mesma. Até porque aparece a “personificação” desta Palavra, que “se identifica com Deus”.
B – Começa por afirmar que “a Palavra penetra até ao ponto de divisão da alma e do espírito” humanos: expressão que constitui “um atributo” próprio e exclusivo de Deus.
A – É verdade, porque só Deus “é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração”. Se a Palavra faz isso, só pode ser pelo facto de ela – a Palavra – ser Deus!
B – Sabemos que, chegada a plenitude dos tempos, a Palavra (o ‘Verbo’) se encarnou, e esta questão começa a ficar esclarecida. “No princípio existia o Verbo e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus… E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós”.(Jo 1,1.14).
A – Isso quer dizer que, ao afirmarmos “a Palavra encarnou”, estamos a aceitar essa ‘personificação’ e humanização da Palavra, e em simultâneo a divinização do homem-Jesus (!?).
B – Alguém poderá pensar ‘agora já estou a perceber a última frase’ (“devemos prestar contas à palavra”): já sei que é Jesus – “Palavra encarnada” – quem nos vai julgar. Assim o afirmou Ele próprio: “o Pai deu ao Filho o poder de julgar” (Jo 5,22).
A – Porém, o mesmo Jesus explicou e completou: “Se alguém não cumpre a minha palavra, não sou Eu que o julgo, pois Eu não vim para condenar o mundo, mas para o salvar… A palavra que Eu anunciei é que o há de julgar” (Jo 12,48). Então, Jesus também não julga!
B – Afinal, é só a Palavra – a Verdade – (sem deixar de ser Deus!?) que nos julgará, como se afirma na última línea: “É a ela que devemos prestar contas”!
A/B: Vemos, Jesus, que o ‘mistério da Palavra’ não é tão difícil de aceitar.
O nosso compromisso será, portanto, recebê-La e transmiti-La:
devemos tomar consciência de que essa «Palavra de Amor, Palavra»
és Tu mesmo – recebido e assumido! – para Te entregarmos aos outros.
Faz de nós, Jesus (‘à Tua imagem e semelhança’) essa “Palavra viva e eficaz”!
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
8 Outubro, 2021
«A palavra de Deus é viva e eficaz…»
Luis López A Palavra REFLETIDA
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo B – Domingo 28 do T. Comum)
“A palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que uma espada de dois gumes: ela penetra até ao ponto de divisão da alma e do espírito… e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração… É a ela que devemos prestar contas”. (Hb 4,12-13 / 2ª L.).
Este ‘livro’ bíblico do NT – conhecido como ‘Carta aos Hebreus’ – é “enigmático” em vários aspetos. Poderíamos dizer que o único certo é o seu conteúdo doutrinal (que afinal é o que importa!) pois todos os outros dados (autor, local, estilo, destinatários…) são incertos, e secundários. Nem sequer tem estrutura de “Carta”, pois a sua contextura é mais de discurso, Homilia (‘Sermão’). Porém, os investigadores biblistas coincidem nas suas conclusões, também a respeito dessas outras questões… Bom, mas ficando apenas com o que interessa, citamos aqui uma das apreciações globais destes biblistas: «A novidade deste escrito (carta?) é grande: uma pessoa, Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens, é o Sumo Sacerdote superior a Moisés e comparável à figura misteriosa de Melquisedec. Este escrito veem estabelecer uma relação entre o Antigo e o Novo Testamento numa perspetiva Cristológica. O tema central é o sacerdócio de Cristo e o culto Cristão. Pela sua paixão, morte e glorificação, Ele é o mediador entre Deus e os homens; o seu sacrifício substitui todos os sacrifícios antigos…». [cf. Bíblia Sagrada-DB – Introd. à Carta].
A – Assim sendo, é fácil, para nós, refletirmos no tema central do nosso texto: a Palavra de Deus em si mesma. Até porque aparece a “personificação” desta Palavra, que “se identifica com Deus”.
B – Começa por afirmar que “a Palavra penetra até ao ponto de divisão da alma e do espírito” humanos: expressão que constitui “um atributo” próprio e exclusivo de Deus.
A – É verdade, porque só Deus “é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração”. Se a Palavra faz isso, só pode ser pelo facto de ela – a Palavra – ser Deus!
B – Sabemos que, chegada a plenitude dos tempos, a Palavra (o ‘Verbo’) se encarnou, e esta questão começa a ficar esclarecida. “No princípio existia o Verbo e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus… E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós”.(Jo 1,1.14).
A – Isso quer dizer que, ao afirmarmos “a Palavra encarnou”, estamos a aceitar essa ‘personificação’ e humanização da Palavra, e em simultâneo a divinização do homem-Jesus (!?).
B – Alguém poderá pensar ‘agora já estou a perceber a última frase’ (“devemos prestar contas à palavra”): já sei que é Jesus – “Palavra encarnada” – quem nos vai julgar. Assim o afirmou Ele próprio: “o Pai deu ao Filho o poder de julgar” (Jo 5,22).
A – Porém, o mesmo Jesus explicou e completou: “Se alguém não cumpre a minha palavra, não sou Eu que o julgo, pois Eu não vim para condenar o mundo, mas para o salvar… A palavra que Eu anunciei é que o há de julgar” (Jo 12,48). Então, Jesus também não julga!
B – Afinal, é só a Palavra – a Verdade – (sem deixar de ser Deus!?) que nos julgará, como se afirma na última línea: “É a ela que devemos prestar contas”!
A/B: Vemos, Jesus, que o ‘mistério da Palavra’ não é tão difícil de aceitar.
O nosso compromisso será, portanto, recebê-La e transmiti-La:
devemos tomar consciência de que essa «Palavra de Amor, Palavra»
és Tu mesmo – recebido e assumido! – para Te entregarmos aos outros.
Faz de nós, Jesus (‘à Tua imagem e semelhança’) essa “Palavra viva e eficaz”!
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net