———-  [ 10-C – Domingo 2 da Quaresma ]

===   “Irmãos: … É que há muitos, de quem tenho falado várias vezes e agora falo a chorar, que procedem como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição: têm por deus o seu ventre, orgulham-se das suas vergonhas e só apreciam as coisas terrenas. Mas a nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor  Jesus Cristo…” (Fl 3,18-20 -2ªL-).

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A “sorte” que nos calhou

– como seres humanos habitantes do mundo –

é vivermos imersos numa sociedade

– constituída por nós todos –

que é, por isso mesmo, heterogénea e diversa:

há os que se consideram – ou são considerados –

como elementos positivos, ‘bons’(!)…;

há os que são ‘menos bons’, negativos, perversos…;

ou então, os que – nem uma coisa nem outra –

são apenas indiferentes, insensíveis, apáticos…

Por onde irá a nossa escolha e opção?…

Para Paulo, existem só duas ‘hipóteses’ de adesão:

Ou nos abraçamos ao amor e ao bem…(“dimensão celeste”),

ou somos “inimigos da cruz de Cristo” (“dimensão terrena”).

Bem entendido que, para chegar à “Transfiguração”,

teremos de “passar previamente pela cruz”! (Lc 9,31)

Mas ninguém achará motivos de queixa ou pesar… porque

– à nossa frente – foi e vai sempre Cristo Jesus, o Salvador!

 

             « Mãe do Salvador, Refúgio dos pecadores,…               [ Da: «LADAINHA» de N. Senhora ]

Jesus já nos disse, Mãe, que devemos aprender a viver “como trigo no meio do joio”(!); que nunca arranquemos o que achamos não ser trigo como nós(?); mas que saibamos esperar até à “hora da verdade”(!). É que nós também somos pecadores (‘joio’!). E tanto eles como nós, precisamos de Ti, Mãe, “Refúgio dos pecadores”… E todos devemos ser salvos pelo mesmo Salvador, teu Filho Jesus. Por isso, “Mãe do Salvador”, não podes deixar de nos acompanhar e guiar nesta travessia difícil!…

 

             —- Da «Outra Poesia» —-

            – «O bem e o mal» –

O bem é ser livre

e voar muito além dos pinheiros da montanha.

O mal é ser cativo

e ter olhos de pássaro cegados por agulhas.

O bem é ser jovem

e conquistar com passos decididos a estrada do ideal.

O mal é ficar velho de repente

e fazer um triste inventário de rugas.

O bem é ser semente

e fecundar de palavras o vento e a terra.

O mal é ser solo estéril

e não poder estalar de arroz e mistérios.

E como é árduo escolher o bem!

Voar pode ser extremamente perigoso,

melhor ficar cego às verdades mais simples…

…Mas se escolhermos o mal,

não veremos nunca a paisagem além da montanha,

não teremos o coração rejuvenescido do doce ideal,

nem provaremos o alimento capaz de nutrir

as nossas entranhas mais profundas!

(Raquel Naveira)

 

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