32bb- «Trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 9 do T. Comum)

 

“Nós trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério, para que se reconheça que um poder tão sublime vem de Deus e não de nós. … Levamos sempre no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus, a fim de que se manifeste, também no nosso corpo, a vida de Jesus” (2Cor 4,7.10 / 2ª L.).

 

A maior parte desta 2ª carta de Paulo aos cristãos de Corinto tem como objetivo fazer a defesa (apologia) do seu ministério ou missão apostólica entre as nações, e concretamente, neste caso, perante os cristãos gregos da zona de Corinto. Num estilo ‘apaixonado’, e não tanto doutrinário, apresenta, todavia, alguns ensinamentos importantes… No texto visado nesta reflexão oferecem-se apenas dois aspetos interessantes desta questão apologética do ministério apostólico cristão.

 

A – Começa por mostrar àqueles cristãos – no campo das tribulações e esperanças – um forte argumento a favor, nesta defesa apaixonada da sua conduta e proceder no trabalho apostólico.

B – Afirma que “o poder tão sublime que se manifesta no ministério apostólico”, o dele e o dos seus companheiros nas tarefas apostólicas, sim, esse poder “vem de Deus e não deles”

A – Com isto, desculpa, por assim dizer, as deficiências e falhas que possa haver da parte deles nas suas atividades de apostolado. Já que essas falhas devem-se, apenas e só, ao facto de, esse “tesouro do ministério” estar contido “em vasos de barro”, que são a sua natureza humana.

B – As fraquezas inerentes a esta natureza humana e às suas frágeis faculdades, não diminuem, antes potenciam, os bons frutos do ministério, pelo “sublime poder que vem de Deus”.

A – E para esclarecer melhor esta realidade ‘humano-divina’ (!), afirma, com a autoridade que lhe outorga a própria experiência, que essa fraqueza humana transforma-se em fortaleza divina!

B – Tenhamos em atenção que a expressão “vasos de barro”, que Paulo utiliza, refere-se ao nosso corpo mortal, com as suas tribulações e sofrimentos, que, por vezes, podem disfarçar ou escurecer “o poder de Deus”. Se este poder não fosse “tão sublime”, não seria tão patente o “contraste” (!?).

A – Por isso, a conclusão de Paulo é terminante e decisiva: “Levamos sempre no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus, a fim de que se manifeste, também no nosso corpo, a vida de Jesus”. Ou, como ele escreve noutra carta, “se com Ele morrermos com Ele viveremos” (Rm 6,8).

 

A/B: Que nunca esqueçamos, Jesus, esta nossa missão como batizados cristãos:

Temos o compromisso de anunciar a «Boa Nova» – o Teu “Evangelho” –

missão que, para Paulo, é “o tesouro do nosso ministério”

Ajuda-nos a compreender e viver que, embora “o levemos em vasos de barro”

e nos sintamos “constantemente entregues à morte por Tua causa, Jesus,

igualmente há de se manifestar na nossa carne mortal a Tua Vida Imortal”.  

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net