53bb- «É uma grande multidão que regressa...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 30 do T. Comum)

 

“O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel. ‘Vou trazê-los das terras do Norte e reuni-los dos confins do mundo. Entre eles vêm o cego e o coxo, a mulher que vai ser mãe e a que já deu à luz. É uma grande multidão que regressa. Eles partiram com lágrimas nos olhos, mas Eu vou trazê-los no meio de consolações. Levá-los-ei às águas correntes… Porque Eu sou um Pai para Israel’…”. (Jr 31,7-9 / 1ª L.).

 

Para centrar histórica e profeticamente o Livro de Jeremias, devemos ter em atenção, antes de mais, que a sua atividade profética tem lugar «na época mais conturbada do povo de Israel: a etapa anterior ao fim do reino de Judá e a destruição de Jerusalém (587/586) pelo império da Babilónia» (na opinião dos biblistas/historiadores e teólogos). Ou seja, entre os séculos VII (ataques do império Egípcio) e VI (supremacia do império Babilónico)… Quanto ao nosso texto, ele pertence à profecia relativa à futura «nova aliança após a restauração».

 

A – Jeremias – em ‘visão’ profética – parece estar a contemplar uma multidão de pessoas, de todas as idades, raças e feitios… a se deslocarem para a futura Jerusalém… celeste (?).

B – E há que reparar no facto de isto ‘acontecer’ precisamente enquanto a sociedade, na sua totalidade, e não só a de Israel, está sumida na insegurança, no medo, no desespero…

A – Perante uma tal situação, no limite da aflição, a reação normal pode ser, ou deixar-se vencer pela desesperação… ou, então, procurar ‘alianças’, até com os próprios inimigos (!).

B – Mas é nestes casos de ‘situações-limite’, quando a Providência de Deus atua, mediante os seus enviados – profetas, apóstolos, missionários – para reforçar a fé e a esperança!

A – Porém, a Palavra de Deus – através deles – não se contenta com alentar e fortalecer o “seu povo”. Mas abre a promessa da Sua Nova Aliança a todos os povos, nações e raças.

E “entre eles, virá o cego e o coxo, a mulher grávida e a que amamenta…”.

B – Ou seja, que, além de caber – na Promessa de Deus – todas as etnias, origens e cores, são preferidos, de propósito, os “mais fracos” e/ou “deficientes”. Isto seria impensável em qualquer outra cultura ou religião ou divindade que não fosse Javé-Deus, “o Pai para Israel”!

A – Parece como que, nos planos de Deus, fosse necessário “partir com lágrimas nos olhos” para, na hora da Verdade, Ele “trazê-los no meio de consolações”. Ou como diz o salmo: “À ida, vão a chorar… mas, no regresso, cantam de alegria…”. (Sl 125,6).

B – Mais uma vez, a mesma constatação: A cruz é imprescindível! E só será possível aceitá-la e assumi-la, na nossa vida, de duas formas: Ou seguindo o exemplo de Jesus que vai à nossa frente, carregando a Sua; ou/e olhando para esse horizonte de eterna Felicidade.

 

A/B: A Ti, Senhor, que já naqueles ‘tempos antigos’ – incipientes e incertos

mas em que ‘aquele povo’ já ousava adivinhar que eras “um Pai para ele”,

a Ti louvamos e glorificamos… Mas com imensa gratidão, damos-Te graças

porque foi o Teu Filho Jesus quem nos revelou que és, de verdade, nosso Pai!

Então, Abbá, Pai, quando sintamos o peso da cruz, em ‘tempos conturbados’:

que, nem procuremos “falsas alianças” nem deixemos que vença o ‘desespero’;

mas que, só e unicamente, confiemos em Ti e na força da Tua Nova Aliança! 

   

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net