– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
[Ciclo A – Domingo (1º) – PÁSCOA da RESSURREIÇÃO]

“Chegou também Simão Pedro. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao túmulo: viu e acreditou”. (Jo 20 / 3ª L.)

Este é um texto a que se pode aplicar aquilo de «as aparências iludem” ou, melhor ainda neste caso, «não é aquilo que parece à primeira vista». Acontece que estes dois discípulos, de idades bastante diferentes, partem para o sepulcro ao ouvir dizer a Maria Madalena que “Ele”, Jesus, não está no túmulo. “Quem O terá levado?” … Mas para verificar o testemunho daquela mulher, os dois correm… mas o mais jovem é que chega primeiro; lógico! Porém, ele (que é quem escreve) não entrou, para dar a preferência a Simão Pedro… [Ora, “o outro discípulo” é João, que evita o nome por modéstia] …

A – Bem, o primeiro pormenor(?) que chama a atenção é a observação de Pedro ao dizer que “o sudário que estivera sobre a cabeça, não estava com as ligaduras, mas enrolado à parte”…
B – Desde logo, tudo leva a pensar que não se trata de um roubo (como parece pensar a Madalena ao dizer “levaram”). Quem roubasse – e mais sendo precipitadamente – levaria “tudo junto”, não é?
A – Além disso, o que mais “nos admira” neste texto bíblico é o que diz o próprio autor, João, ao escrever de si mesmo: “Entrou… viu e acreditou”. Em que acreditou, se não viu Jesus vivo?…
B – Cá está o cerne da questão! Como é que acreditou que Jesus tinha ressuscitado (como ele próprio escreve logo a seguir) se o que agora vê é um conjunto de “mortalhas” e nada mais?…
A – Tudo nos leva àquela constatação de Pedro acerca da localização e disposição das “ligaduras” e do “sudário” … Para João, é suficiente «ver» esse facto, que já salientámos, para «crer»!…
B – Mas a questão continua de pé: Porque é que ele acreditou, e o seu colega Pedro, que viu a mesma coisa, parece ser que ainda não acreditou?… Terá de haver alguma outra razão! Não é?
A – Claro que haverá outro motivo ou razão; já que, se não, podíamos chegar a concluir que João «teve de ver para crer» o que não seria de louvar naquele jovem discípulo “amado de Jesus”.
B – É aí que deve estar – além do mais e precisamente – a causa e motor da fé do João: No amor! Porque para “acreditar quando se ama e se é amado” não são precisos factos ou argumentos!…
A – E poder-se-ia acrescentar até – ainda que em tom menor –: Não será que “a juventude” de João está mais ‘livre de preconceitos’?…

A/B: Quando nos surpreende, Senhor, uma situação de fracasso e desorientação
ou nos sentimos envolvidos por uma sensação de silêncio e solidão,
como é difícil descobrir uma base sustentável para não perdermos a fé e a confiança em Ti!
Precisamos – logo, aí – toda a força e vigor que só nos pode vir do Teu Amor, Jesus.
Dá-nos então, junto com “o olhar puro de João”, a presteza franca e leal de Pedro!

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net