At 10,38-40: “Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem… porque Deus estava com Ele. Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez… E eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se…”. // Cl 3,3-4: “Porque vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória”. // Lc 24,21.34-35: “Nós esperávamos que fosse Ele [Jesus de Nazaré] quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu (…) Os outros diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho (de Emaús) e como O tinham reconhecido ao partir o pão”.

C – ELES MATARAM-N’O, SUSPENDENDO-O NA CRUZ, MAS DEUS RESSUSCITOU-O AO TERCEIRO DIA… (At 10)
D – QUANDO CRISTO – A VOSSA VIDA – SE MANIFESTAR, VÓS TAMBÉM VOS MANIFESTAREIS COM ELE… (Cl 3)
O – OS OUTROS DIZIAM: «NA VERDADE, O SENHOR RESSUSCITOU E APARECEU A SIMÃO…» (Lc 24)
D – Humanamente, será sempre muito difícil, ou impossível, aceitar uma ressurreição de qualquer ser humano defunto, máxime quando a morte foi através de uma crucifixão, como a de Jesus!
C – É que o natural e normal, no nosso dia a dia, é ver que todo o cadáver humano acaba por desaparecer; “vai para a sua morada”, que até chamam de «eterno descanso» (!?). De facto, ninguém torna a ver ‘vivo’ qualquer cadáver! Não é verdade? Pois olhem que pode não ser!
O – Pela mesma razão – digo eu – será igualmente difícil de aceitar a ‘volta à vida’ de qualquer animal (chamado irracional!) que esteja morto e bem morto. Isso também é normal e natural!
D – No caso de Jesus de Nazaré, considerado como um ser humano cabal, era perfeitamente impensável – logo à partida – que aparecesse realmente vivo, e mais após aquela morte!
C – Porém, meus amigos, depois de Jesus ter vencido “a morte” para sempre, com aquela incrível Ressurreição, já não será a mesma coisa para todo o ser humano! Será só questão de fé?
D – Desde logo, é questão de fé! Mas não só, pois “quem vive e morre com Cristo, já que a sua vida está escondida com Cristo em Deus”, coerentemente, “também o estará na Sua Glória”!
O – Ou seja, questão de fé, questão de lógica e também questão de esperança! Por isso, ninguém jamais diga: ‘Agora já não espero!’ (ou seja, como os de Emaús: “nós esperávamos”…). Mas, esse tal, junte-se a nós, e clame: «Aconteça o que acontecer, nós ‘esperaremos’ sempre»!

 X – É verdade. Neste mundo nosso – por “ser lei de vida” – (não é preciso haver uma pandemia de ‘coronavírus’!) vemos a diário desfilar cadáveres humanos a caminho de uma ‘desaparição’ definitiva, sem poder constatar o seu regresso ao mundo dos vivos. Quem pode, então, aceitar, sem mais nem menos, uma “ressurreição” invisível? Neste mundo ‘natural e material’, claro que ninguém o aceita, pelos mesmos motivos ‘materiais e naturais’. Por isso, enquanto não sejamos capazes de “ver mais além” de um mundo que se rege pelas (tantas vezes mencionadas) ‘coordenadas espácio-temporais’, não há nada a fazer! — Senhor Jesus, porque será tão difícil para tanta gente entender e aceitar, de uma vez por todas, que Tu já passaste por “isto” – ou seja, vida humana, morte e Ressurreição! – e em consequência lógica, nós, “humanos como Tu”, teremos de percorrer o Teu Caminho?!

— [♫] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’) :
-) «Se vivemos, vivemos para o Senhor. Se morremos, morremos para o Senhor: Na vida e na morte, somos do Senhor, somos do Senhor» …
-) «Fica ainda connosco porque anoitece, Senhor!» …
-) «Ó Senhor, fica connosco pois a noite vai chegando, e sem Ti à nossa beira, nada é justo, nada é santo!» …

«CITAÇÕES» À LUZ DESTA PALAVRA
[ Textos: do Papa / da Bíblia / poesia / fábulas / provérbios / etc. ]

— Palavras do Papa Francisco – Acerca da Esperança (no evangelho de Emaús).
«…O encontro de Jesus com os dois discípulos parece simplesmente coincidência: assemelha-se a tantos encontros que acontecem na vida. Os dois discípulos caminham pensativos e um desconhecido os alcança. É Jesus; mas os olhos deles não são capazes de O reconhecer. Então Jesus começa a sua “terapia da esperança”. O que acontece nessa estrada é uma terapia da esperança.
Antes de tudo, pergunta e escuta: o nosso Deus não é um Deus invasivo. Mesmo se já conhece o motivo da desilusão daqueles dois, deixa-lhes o tempo para poder medir a profundidade da própria amargura. Então surge uma confissão que é um “refrão” da existência humana: “Nós esperávamos, mas… Nós esperávamos, mas…” (v. 21). Quanta tristeza, quanta derrota, quantos fracassos existem na vida de cada pessoa! No fundo somos todos um pouco como aqueles dois discípulos.
Quantas vezes na vida esperamos, quantas vezes nos sentimos a um passo da felicidade, e depois vemo-nos desiludidos. Mas Jesus caminha com todas as pessoas que perderam a esperança, a confiança, que caminham com a cabeça baixa. E caminhando com eles, de modo discreto, consegue fazer retornar a esperança (…)
Depois Jesus repete aos dois discípulos o gesto central de cada Eucaristia: toma o pão, o abençoa, o parte e o dá. Nesta série de gestos, não é verdade que está contida toda a história de Jesus? E não há, em cada Eucaristia, também um sinal de que coisa deve ser a Igreja? Jesus nos toma, nos abençoa, “parte” a nossa vida – porque não há amor sem sacrifício – e oferece-a aos outros, oferece-a a todos (…)
Todos nós, na nossa vida, tivemos momentos difíceis, escuros; momentos nos quais caminhávamos tristes, pensativos, sem horizontes, somente com uma parede diante. E Jesus está sempre ao nosso lado para nos dar a esperança, para aquecer o coração e dizer: Vá em frente, eu estou contigo! Vá em frente!”. …
[ Na Praça do Vaticano – Catequese – (Quarta-feira,24.05.2017)-]

// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net