At 2,27: “Irmãos… David disse, referindo-se à Ressurreição de Cristo [no Salmo 16/15]: «Deus não O abandonou na mansão dos mortos, nem a sua carne conheceu a corrupção» …”. // 1Pe 1,18-19: “Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e oiro, que fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais, mas pelo sangue precioso de Cristo, Cordeiro sem defeito…”. // Lc 24,32.35: “Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» … Já em Jerusalém, contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão”.
D – IRMÃOS, DAVID DISSE (DE CRISTO / SL 15): «DEUS NÃO O ABANDONOU NA MANSÃO DOS MORTOS» (At 2)
O – LEMBRAI-VOS QUE… FOSTES RESGATADOS… PELO SANGUE DE CRISTO, CORDEIRO SEM DEFEITO… (1Pe 1)
C – NÃO ARDIA CÁ DENTRO O NOSSO CORAÇÃO, QUANDO ELE… NOS EXPLICAVA AS ESCRITURAS?… (Lc 24)
D – Se observarmos com atenção, nas três Leituras descobrimos as duas coisas que “provocam” ou “produzem” a presença real de Cristo Jesus e o encontro íntimo com Ele: a ‘Palavra’ e a ‘Eucaristia’.
C – Naquele discurso em Jerusalém, no dia do Pentecostes, Pedro baseia o seu ‘argumento’ a favor da Ressurreição de Cristo, na Escritura Sagrada (‘Palavra’), citando o Salmo (16, 10).
O – Por sua vez, o autor da primeira Carta de Pedro lembra que “o nosso resgate foi pelo precioso Sangue de Cristo (‘Eucaristia’) e não por coisas corruptíveis, como prata e oiro”.
D – Mas é Lucas, no Evangelho de Jesus, quem, ao apresentar o relato de Emaús, junta, sucessivamente, a ‘Palavra’ (“quando nos explicava as Escrituras”) e a ‘Eucaristia’ (“quando O reconheceram ao partir o pão”).
O – Já desde o AT, o encontro e relação dos fiéis com Deus era através da Palavra – escutada, lida, refletida, orada –. E continua a ser assim, pela Palavra Total das Sagradas Escrituras (o A e NT), embora com uma riqueza maior e uma profundidade mais plena.
C – Devido, sobretudo, à radical ‘novidade’, própria e exclusiva do NT: o mistério do Sacramento ‘EUCARÍSTICO’. Ou seja, uma criação, “invenção”, de Jesus, Filho de Deus, instituída, desde o Seu próprio Corpo – «Corpo de Deus» – como Alimento sobrenatural de Vida Eterna.
X – Pensadas estas coisas naturalmente ou ‘friamente’ desde uma certa distância, ou então, a nível da estrita ‘justiça’… o ser humano, necessitado de salvação, não poderia ‘exigir’(!?) à divindade outra coisa que não fosse um simples ato de benevolência, um movimento da Sua livre Vontade, e assim, produzir o tal ‘resgate’, redenção ou reconciliação da humanidade. Porém, incompreensivelmente, tudo se ‘processou’ de outra maneira! E, agora sim, o Mistério entrou de novo no relacionamento entre Deus e o homem, de modo que fica já de fora da nossa inteligência e raciocínio humanos. Quem aceita e compreende, sem mais, que Deus “seja” também Palavra para “Se comunicar” com o homem (já desde o AT)?. E quem pode entender e assumir, sem a mesma ajuda divina, que essa ‘Palavra’ se faça humana (“o Verbo fez-se carne”) para a Divindade poder ser “comida” pela humanidade («Corpo de Deus»)? — Pelo menos, ó Jesus, infunde em nós o teu Espírito Santo para sermos ‘menos indignos’ de nos alimentar com o Teu Corpo e Sangue, o que constitui a realidade mais sublime que o ser humano podia imaginar: «Tantum ergo Sacramentum veneremur cernui…!».
— [♫] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’) :
-) «A Palavra está bem perto de ti, está em teus lábios e em teu próprio coração. A Palavra está bem perto de ti» … (Dt 30 / Rm 10)
-) «Conhecemos-Te, Senhor, ao partir o Pão; Tu nos conheces, Senhor, ao partir o Pão» …
«CITAÇÕES» À LUZ DESTA PALAVRA
[ Textos: do Papa / da Bíblia / poesia / fábulas / provérbios / etc. ]
— Palavras do Papa Francisco – Acerca da Ressurreição, no relato de Emaús (Lc 24)
« … Quantas vezes o homem se auto-paralisa, recusando-se a superar a sua ideia de Deus, um deus criado à imagem e semelhança do homem! Quantas vezes se desespera, recusando-se a crer que a omnipotência de Deus não é omnipotência de força, de autoridade, mas é apenas omnipotência de amor, de perdão e de vida! Os discípulos reconheceram Jesus no ato de «partir o pão» (Lc 24, 35), na Eucaristia. Se não deixarmos romper o véu que ofusca os nossos olhos, se não deixarmos romper o endurecimento do nosso coração e dos nossos preconceitos, nunca poderemos reconhecer o rosto de Deus (…) O encontro com Jesus ressuscitado transformou a vida daqueles dois discípulos, porque encontrar o Ressuscitado transforma toda a vida e torna fecunda qualquer esterilidade. De facto, a Ressurreição não é uma fé nascida na Igreja, mas foi a Igreja que nasceu da fé na Ressurreição. Diz São Paulo: «Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a nossa fé» (1 Cor 15, 14). (…) O Ressuscitado desaparece da vista deles, para nos ensinar que não podemos reter Jesus na sua visibilidade histórica: «Felizes os que creem sem terem visto!» (Jo 21, 29; cf. 20, 17). A Igreja deve saber e acreditar que Ele está vivo com ela e vivifica-a na Eucaristia, na Sagrada Escritura e nos Sacramentos. Os discípulos de Emaús compreenderam isto e voltaram a Jerusalém para partilhar com os outros a sua experiência: «Vimos o Senhor… Sim, verdadeiramente ressuscitou!» (cf. Lc 24, 32). A experiência dos discípulos de Emaús ensina-nos que não vale a pena encher os lugares de culto, se os nossos corações estiverem vazios do temor de Deus e da sua presença; não vale a pena rezar, se a nossa oração dirigida a Deus não se transformar em amor dirigido ao irmão; não vale a pena ter muita religiosidade, se não for animada por muita fé e muita caridade; não vale a pena cuidar da aparência, porque Deus vê a alma e o coração (cf. 1 Sam 16, 7) e detesta a hipocrisia (cf. Lc 11, 37-54; At 5, 3.4). Para Deus, é melhor não acreditar do que ser um falso crente, um hipócrita! (…) Queridos irmãos e irmãs, Deus só aprecia a fé professada com a vida, porque o único extremismo permitido aos crentes é o da caridade. Qualquer outro extremismo não provém de Deus nem Lhe agrada … ».
[ Papa Francisco – Da “Homilia” (na sua visita ao Egito – 29.04.2017 ) ]
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
24 Abril, 2020
«Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
At 2,27: “Irmãos… David disse, referindo-se à Ressurreição de Cristo [no Salmo 16/15]: «Deus não O abandonou na mansão dos mortos, nem a sua carne conheceu a corrupção» …”. // 1Pe 1,18-19: “Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e oiro, que fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais, mas pelo sangue precioso de Cristo, Cordeiro sem defeito…”. // Lc 24,32.35: “Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» … Já em Jerusalém, contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão”.
D – IRMÃOS, DAVID DISSE (DE CRISTO / SL 15): «DEUS NÃO O ABANDONOU NA MANSÃO DOS MORTOS» (At 2)
O – LEMBRAI-VOS QUE… FOSTES RESGATADOS… PELO SANGUE DE CRISTO, CORDEIRO SEM DEFEITO… (1Pe 1)
C – NÃO ARDIA CÁ DENTRO O NOSSO CORAÇÃO, QUANDO ELE… NOS EXPLICAVA AS ESCRITURAS?… (Lc 24)
D – Se observarmos com atenção, nas três Leituras descobrimos as duas coisas que “provocam” ou “produzem” a presença real de Cristo Jesus e o encontro íntimo com Ele: a ‘Palavra’ e a ‘Eucaristia’.
C – Naquele discurso em Jerusalém, no dia do Pentecostes, Pedro baseia o seu ‘argumento’ a favor da Ressurreição de Cristo, na Escritura Sagrada (‘Palavra’), citando o Salmo (16, 10).
O – Por sua vez, o autor da primeira Carta de Pedro lembra que “o nosso resgate foi pelo precioso Sangue de Cristo (‘Eucaristia’) e não por coisas corruptíveis, como prata e oiro”.
D – Mas é Lucas, no Evangelho de Jesus, quem, ao apresentar o relato de Emaús, junta, sucessivamente, a ‘Palavra’ (“quando nos explicava as Escrituras”) e a ‘Eucaristia’ (“quando O reconheceram ao partir o pão”).
O – Já desde o AT, o encontro e relação dos fiéis com Deus era através da Palavra – escutada, lida, refletida, orada –. E continua a ser assim, pela Palavra Total das Sagradas Escrituras (o A e NT), embora com uma riqueza maior e uma profundidade mais plena.
C – Devido, sobretudo, à radical ‘novidade’, própria e exclusiva do NT: o mistério do Sacramento ‘EUCARÍSTICO’. Ou seja, uma criação, “invenção”, de Jesus, Filho de Deus, instituída, desde o Seu próprio Corpo – «Corpo de Deus» – como Alimento sobrenatural de Vida Eterna.
X – Pensadas estas coisas naturalmente ou ‘friamente’ desde uma certa distância, ou então, a nível da estrita ‘justiça’… o ser humano, necessitado de salvação, não poderia ‘exigir’(!?) à divindade outra coisa que não fosse um simples ato de benevolência, um movimento da Sua livre Vontade, e assim, produzir o tal ‘resgate’, redenção ou reconciliação da humanidade. Porém, incompreensivelmente, tudo se ‘processou’ de outra maneira! E, agora sim, o Mistério entrou de novo no relacionamento entre Deus e o homem, de modo que fica já de fora da nossa inteligência e raciocínio humanos. Quem aceita e compreende, sem mais, que Deus “seja” também Palavra para “Se comunicar” com o homem (já desde o AT)?. E quem pode entender e assumir, sem a mesma ajuda divina, que essa ‘Palavra’ se faça humana (“o Verbo fez-se carne”) para a Divindade poder ser “comida” pela humanidade («Corpo de Deus»)? — Pelo menos, ó Jesus, infunde em nós o teu Espírito Santo para sermos ‘menos indignos’ de nos alimentar com o Teu Corpo e Sangue, o que constitui a realidade mais sublime que o ser humano podia imaginar: «Tantum ergo Sacramentum veneremur cernui…!».
— [♫] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’) :
-) «A Palavra está bem perto de ti, está em teus lábios e em teu próprio coração. A Palavra está bem perto de ti» … (Dt 30 / Rm 10)
-) «Conhecemos-Te, Senhor, ao partir o Pão; Tu nos conheces, Senhor, ao partir o Pão» …
«CITAÇÕES» À LUZ DESTA PALAVRA
[ Textos: do Papa / da Bíblia / poesia / fábulas / provérbios / etc. ]
— Palavras do Papa Francisco – Acerca da Ressurreição, no relato de Emaús (Lc 24)
« … Quantas vezes o homem se auto-paralisa, recusando-se a superar a sua ideia de Deus, um deus criado à imagem e semelhança do homem! Quantas vezes se desespera, recusando-se a crer que a omnipotência de Deus não é omnipotência de força, de autoridade, mas é apenas omnipotência de amor, de perdão e de vida! Os discípulos reconheceram Jesus no ato de «partir o pão» (Lc 24, 35), na Eucaristia. Se não deixarmos romper o véu que ofusca os nossos olhos, se não deixarmos romper o endurecimento do nosso coração e dos nossos preconceitos, nunca poderemos reconhecer o rosto de Deus (…) O encontro com Jesus ressuscitado transformou a vida daqueles dois discípulos, porque encontrar o Ressuscitado transforma toda a vida e torna fecunda qualquer esterilidade. De facto, a Ressurreição não é uma fé nascida na Igreja, mas foi a Igreja que nasceu da fé na Ressurreição. Diz São Paulo: «Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a nossa fé» (1 Cor 15, 14). (…) O Ressuscitado desaparece da vista deles, para nos ensinar que não podemos reter Jesus na sua visibilidade histórica: «Felizes os que creem sem terem visto!» (Jo 21, 29; cf. 20, 17). A Igreja deve saber e acreditar que Ele está vivo com ela e vivifica-a na Eucaristia, na Sagrada Escritura e nos Sacramentos. Os discípulos de Emaús compreenderam isto e voltaram a Jerusalém para partilhar com os outros a sua experiência: «Vimos o Senhor… Sim, verdadeiramente ressuscitou!» (cf. Lc 24, 32). A experiência dos discípulos de Emaús ensina-nos que não vale a pena encher os lugares de culto, se os nossos corações estiverem vazios do temor de Deus e da sua presença; não vale a pena rezar, se a nossa oração dirigida a Deus não se transformar em amor dirigido ao irmão; não vale a pena ter muita religiosidade, se não for animada por muita fé e muita caridade; não vale a pena cuidar da aparência, porque Deus vê a alma e o coração (cf. 1 Sam 16, 7) e detesta a hipocrisia (cf. Lc 11, 37-54; At 5, 3.4). Para Deus, é melhor não acreditar do que ser um falso crente, um hipócrita! (…) Queridos irmãos e irmãs, Deus só aprecia a fé professada com a vida, porque o único extremismo permitido aos crentes é o da caridade. Qualquer outro extremismo não provém de Deus nem Lhe agrada … ».
[ Papa Francisco – Da “Homilia” (na sua visita ao Egito – 29.04.2017 ) ]
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net