– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo A – Domingo 12 do T. Comum)
“Disse Jeremias: «Eu ouvia as invetivas da multidão: ‘Terror por toda a parte! Denunciai-o, vamos denunciá-lo!’. Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso…»”. (Jr 20,10 / 1ª L.)
A vida longa e atribulada do grande Profeta Jeremias deu para muitas páginas de perseguições, conflitos, sofrimentos e “lamentações”… O que mais chama a atenção, porém, é “esta constante”, na vida dos “profetas”, pelo facto de, entre os seus ‘inimigos’, aparecerem, os próprios amigos, irmãos, familiares… Até no Salmo Responsorial, que segue à esta primeira leitura de Jeremias, encontramos essa mesma constante: “Tornamo-nos estranhos para os nossos irmãos e desconhecidos para a nossa família… [Sl 68 (69)]. E então poderíamos perguntar-nos: ‘Se os mais amigos ou achegados nos falham, a quem é que podemos segurar-nos?’…
A – E quem é que não ouviu aquele ditado popular, «nenhum profeta é bem recebido na sua pátria», tão antigo que já o próprio Jesus o aplicou a Si mesmo (Lc 4,24), num contexto ‘profético’?
B – Significa que, ao longo da história, tem-se constatado a normal dificuldade que os “enviados de Deus” encontram, entre vizinhos e familiares, para realizar a sua missão com sucesso…
A – Ainda que isto seja lamentável, mais grave é a questão que nos ocupa, derivada da situação de Jeremias… e do próprio Jesus (com ‘o caso de Judas’), onde, para indicar a gravidade da traição, cita outro texto do AT: “Até o meu amigo íntimo… se levantou contra mim”. [Jo 13,18 ~ Sl 40(41),10].
B – Será que esta constante – nos profetas e enviados de todos os tempos, incluído Jesus e todos os Seus seguidores – terá um outro valor e sentido, que a Palavra de Deus nos queira transmitir?
A – Que um profeta como Jeremias (entre outros vários profetas que viveram uma experiência semelhante) chegue a escrever a expressão “os meus amigos esperavam que desse um passo em falso…”, isso revela uma experiência profundamente amarga, difícil de suportar…
B – Só pode haver uma explicação e sentido para esta realidade se partirmos da Palavra que Jesus apresenta no seu Evangelho. Deriva, precisamente, da relação, “estranha”, com os Seus familiares…
A – Por exemplo, esta em que Ele responde: “Quem é minha mãe e meus irmãos?” (Mt 12,48)…
B – Então, ficam claras duas coisas: 1- que os “enviados de Deus”, “discípulos de Jesus”… nunca deverão confiar em meros «laços de sangue» nem em «amigos que não são tais»(!?); 2- que “só em Deus e nos Seus amigos(!)” é que podemos e devemos esperar e confiar plenamente!
A/B: Tu sabes, Senhor, que, por vezes, a Tua Palavra é difícil de aceitar e viver.
Dá-nos a Tua Luz para aprendermos a distinguir entre “amigos e amigos”…
Ajuda-nos a colocarmos os “laços de sangue” no lugar justo e conveniente.
Estas palavras do Teu Filho Jesus serão a luz a iluminar-nos neste caminho:
“Os que fazem a vontade do Pai Deus, esses são meus irmãos e minha mãe”.
Que elas nos guiem, e fortaleçam a nossa vontade, para nunca desistir na nossa missão,
mesmo se ficarmos desiludidos com pessoas que julgávamos dignas de confiança…
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net

19 Junho, 2020
«Os meus amigos esperavam um passo em falso»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo A – Domingo 12 do T. Comum)
“Disse Jeremias: «Eu ouvia as invetivas da multidão: ‘Terror por toda a parte! Denunciai-o, vamos denunciá-lo!’. Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso…»”. (Jr 20,10 / 1ª L.)
A vida longa e atribulada do grande Profeta Jeremias deu para muitas páginas de perseguições, conflitos, sofrimentos e “lamentações”… O que mais chama a atenção, porém, é “esta constante”, na vida dos “profetas”, pelo facto de, entre os seus ‘inimigos’, aparecerem, os próprios amigos, irmãos, familiares… Até no Salmo Responsorial, que segue à esta primeira leitura de Jeremias, encontramos essa mesma constante: “Tornamo-nos estranhos para os nossos irmãos e desconhecidos para a nossa família… [Sl 68 (69)]. E então poderíamos perguntar-nos: ‘Se os mais amigos ou achegados nos falham, a quem é que podemos segurar-nos?’…
A – E quem é que não ouviu aquele ditado popular, «nenhum profeta é bem recebido na sua pátria», tão antigo que já o próprio Jesus o aplicou a Si mesmo (Lc 4,24), num contexto ‘profético’?
B – Significa que, ao longo da história, tem-se constatado a normal dificuldade que os “enviados de Deus” encontram, entre vizinhos e familiares, para realizar a sua missão com sucesso…
A – Ainda que isto seja lamentável, mais grave é a questão que nos ocupa, derivada da situação de Jeremias… e do próprio Jesus (com ‘o caso de Judas’), onde, para indicar a gravidade da traição, cita outro texto do AT: “Até o meu amigo íntimo… se levantou contra mim”. [Jo 13,18 ~ Sl 40(41),10].
B – Será que esta constante – nos profetas e enviados de todos os tempos, incluído Jesus e todos os Seus seguidores – terá um outro valor e sentido, que a Palavra de Deus nos queira transmitir?
A – Que um profeta como Jeremias (entre outros vários profetas que viveram uma experiência semelhante) chegue a escrever a expressão “os meus amigos esperavam que desse um passo em falso…”, isso revela uma experiência profundamente amarga, difícil de suportar…
B – Só pode haver uma explicação e sentido para esta realidade se partirmos da Palavra que Jesus apresenta no seu Evangelho. Deriva, precisamente, da relação, “estranha”, com os Seus familiares…
A – Por exemplo, esta em que Ele responde: “Quem é minha mãe e meus irmãos?” (Mt 12,48)…
B – Então, ficam claras duas coisas: 1- que os “enviados de Deus”, “discípulos de Jesus”… nunca deverão confiar em meros «laços de sangue» nem em «amigos que não são tais»(!?); 2- que “só em Deus e nos Seus amigos(!)” é que podemos e devemos esperar e confiar plenamente!
A/B: Tu sabes, Senhor, que, por vezes, a Tua Palavra é difícil de aceitar e viver.
Dá-nos a Tua Luz para aprendermos a distinguir entre “amigos e amigos”…
Ajuda-nos a colocarmos os “laços de sangue” no lugar justo e conveniente.
Estas palavras do Teu Filho Jesus serão a luz a iluminar-nos neste caminho:
“Os que fazem a vontade do Pai Deus, esses são meus irmãos e minha mãe”.
Que elas nos guiem, e fortaleçam a nossa vontade, para nunca desistir na nossa missão,
mesmo se ficarmos desiludidos com pessoas que julgávamos dignas de confiança…
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net