– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
( Ciclo B – Domingo 2 – Quaresma )
“Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão… e disse-lhe: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu te indicar». (…) «Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor – já que assim procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência…»”. (Gn 22,1-2.16-17 / 1ª L.).
Não deixa de ser sempre admirável o facto de, aqueles nossos antepassados na fé, sob a inspiração de Deus, elaborarem aquelas “histórias de salvação”, ao interpretar, num sentido transcendente, certos acontecimentos, históricos e humanos … É verdade que, geralmente, esses factos históricos sucederam em lugares e tempos diversos, e com ‘personagens’ diferentes. Mas isso não faz diferença… Afinal, juntam-se todos esses factos – recolhidos em diversas tradições – numa só “personagem” e com um “nome” a condizer… Neste caso, inicialmente o nome de ‘Abrão’, mas, finalmente, “Abraão”, porque ia ser o “pai dos crentes” [de ‘abraham’ = ‘gerador, pai’]…
A – Qual o sentido que, em textos como este, pode ter o facto de “Deus pôr à prova” as pessoas? Será que Deus gosta de ‘brincar connosco’, para nos fazer sofrer? Se assim for, tratar-se-ia, neste caso, de uma brincadeira pesada, de mau gosto e até “macabra”… Isto não é fácil de aceitar!
B – Convém não esquecermos que, nas relações humanas, o Amor, em todas as suas formas, há de ser demonstrado, não apenas com as obras, em geral (“obras são amores”) mas com os sacrifícios e as lutas em especial, para enfrentar os problemas e dificuldades que surgem inevitavelmente…
A – Quererá isto dizer que, às vezes, Deus nos experimenta, “põe-nos à prova”, apenas e só, para nos dar uma oportunidade de demonstrarmos se a fidelidade no amor é autêntica, e até onde chega?…
B – Costuma dizer-se que «Deus não permite que sejamos tentados para além das nossas forças». Ou, então, a ‘sabedoria popular’ revelada naquele ditado: «Deus dá a manta consoante o frio».
A – Ou seja, nesta prova posta a Abraão, Deus não queria de maneira nenhuma o «holocausto» do filho Isaac, mas que o seu pai pudesse demonstrar até onde chegava o seu amor fiel ao Senhor!…
B – Assim, resulta interessante constatar um “pormenor” (que não aparece no texto transcrito), acerca da voz ou grito – «Abraão!» – que o Senhor utiliza para o chamar. Vemos que ‘o grito’ aparece uma vez quando lhe dá a ordem de “sacrificar”, e duas vezes para “evitar” que o sacrifique. É curioso! Não é?
A – A verdade, porém, é que, ao longo da história, milhares e milhares de vezes é necessária – exigida!? – a entrega da vida mortal – sem outra alternativa – por essa fidelidade ao amor ‘de Deus’!
B – …E fidelidade ao amor ‘dos irmãos’, claro!… Isto, a começar pelo Seu Filho, Jesus, a quem o Pai Deus “não poupou” (Paulo / Rm 8), precisamente por amor dos humanos. É que o Amor de Deus é Infinito!!!
A-B: É para Ti, ó Jesus, que agora sentimos necessidade de voltar o nosso olhar,
embora não estamos certos de quem “merece” mais – se o Pai ou Tu –
o nosso amor e gratidão pela Misericórdia e Amor Infinitos que nos mostrais…
Sim, pois ambos, o Pai com a Sua Vontade Amorosa e Tu com a Tua Aceitação Livre,
decidistes que era “necessário” (!?) o Teu holocausto na Cruz, com um Amor Infinito!
Seremos nós capazes de seguir-Te, Jesus, até dar a vida por Ti e pelos irmãos?
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
26 Fevereiro, 2021
«Deus quis pôr à prova Abraão…»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
( Ciclo B – Domingo 2 – Quaresma )
“Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão… e disse-lhe: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu te indicar». (…) «Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor – já que assim procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência…»”. (Gn 22,1-2.16-17 / 1ª L.).
Não deixa de ser sempre admirável o facto de, aqueles nossos antepassados na fé, sob a inspiração de Deus, elaborarem aquelas “histórias de salvação”, ao interpretar, num sentido transcendente, certos acontecimentos, históricos e humanos … É verdade que, geralmente, esses factos históricos sucederam em lugares e tempos diversos, e com ‘personagens’ diferentes. Mas isso não faz diferença… Afinal, juntam-se todos esses factos – recolhidos em diversas tradições – numa só “personagem” e com um “nome” a condizer… Neste caso, inicialmente o nome de ‘Abrão’, mas, finalmente, “Abraão”, porque ia ser o “pai dos crentes” [de ‘abraham’ = ‘gerador, pai’]…
A – Qual o sentido que, em textos como este, pode ter o facto de “Deus pôr à prova” as pessoas? Será que Deus gosta de ‘brincar connosco’, para nos fazer sofrer? Se assim for, tratar-se-ia, neste caso, de uma brincadeira pesada, de mau gosto e até “macabra”… Isto não é fácil de aceitar!
B – Convém não esquecermos que, nas relações humanas, o Amor, em todas as suas formas, há de ser demonstrado, não apenas com as obras, em geral (“obras são amores”) mas com os sacrifícios e as lutas em especial, para enfrentar os problemas e dificuldades que surgem inevitavelmente…
A – Quererá isto dizer que, às vezes, Deus nos experimenta, “põe-nos à prova”, apenas e só, para nos dar uma oportunidade de demonstrarmos se a fidelidade no amor é autêntica, e até onde chega?…
B – Costuma dizer-se que «Deus não permite que sejamos tentados para além das nossas forças». Ou, então, a ‘sabedoria popular’ revelada naquele ditado: «Deus dá a manta consoante o frio».
A – Ou seja, nesta prova posta a Abraão, Deus não queria de maneira nenhuma o «holocausto» do filho Isaac, mas que o seu pai pudesse demonstrar até onde chegava o seu amor fiel ao Senhor!…
B – Assim, resulta interessante constatar um “pormenor” (que não aparece no texto transcrito), acerca da voz ou grito – «Abraão!» – que o Senhor utiliza para o chamar. Vemos que ‘o grito’ aparece uma vez quando lhe dá a ordem de “sacrificar”, e duas vezes para “evitar” que o sacrifique. É curioso! Não é?
A – A verdade, porém, é que, ao longo da história, milhares e milhares de vezes é necessária – exigida!? – a entrega da vida mortal – sem outra alternativa – por essa fidelidade ao amor ‘de Deus’!
B – …E fidelidade ao amor ‘dos irmãos’, claro!… Isto, a começar pelo Seu Filho, Jesus, a quem o Pai Deus “não poupou” (Paulo / Rm 8), precisamente por amor dos humanos. É que o Amor de Deus é Infinito!!!
A-B: É para Ti, ó Jesus, que agora sentimos necessidade de voltar o nosso olhar,
embora não estamos certos de quem “merece” mais – se o Pai ou Tu –
o nosso amor e gratidão pela Misericórdia e Amor Infinitos que nos mostrais…
Sim, pois ambos, o Pai com a Sua Vontade Amorosa e Tu com a Tua Aceitação Livre,
decidistes que era “necessário” (!?) o Teu holocausto na Cruz, com um Amor Infinito!
Seremos nós capazes de seguir-Te, Jesus, até dar a vida por Ti e pelos irmãos?
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net