– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – ASSUNÇÃO DE MARIA – 15 de agosto))

 

“Ela teve um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugarde modo a não lhe faltar aí o alimento durante mil duzentos e sessenta dias”. (Ap 12,5-6 / 1ª L.).

 

Esta mulher, mãe de “um filho varão” do Apocalipse (ou ‘Revelação’) é tradicionalmente interpretada como sendo “figura”, em primeiro lugar, da Igreja mas também “figura” de Maria. E, quer uma quer outra, são Mãe de todos nós!  Não podemos esquecer o sentido simbólico e “escatológico”, ou seja, referido aos últimos eventos (do fim do mundo e da humanidade). Bem como o carácter simbólico dos ‘números’ que aparecem. Assim, “mil duzentos e sessenta dias’ (ou 42 messes ou 3 ½ anos) é interpretado como sendo o tempo – ‘breve’ – até à segunda vinda do Salvador ou então, como a duração das ‘perseguições’ neste mundo (a ‘duração’ de uma vida humana)…

 

A – Se agora ficamos, em particular, com a figura de Maria, começamos por levantar esta questão: Porque é que ela “fugiu para o deserto quando o seu filho varão foi levado para junto de Deus”?

B – Parece que, na história bíblica, o deserto era ‘o refúgio tradicional’ para os perseguidos… Neste caso, o perseguidor era o “grande dragão vermelho” – o Maligno, a personificação do Mal! –.

A – Então, há de ficar bem assente que, tal como a Mãe-Igreja, também a Mãe-Maria, bem como todos os “filhos de ambas” – serão os mesmos (!?) – terão de viver nesse “deserto” até à chegada do tal fim escatológico ou ‘parusia’ (= ‘advento’, ‘vinda’ em glória e poder, daquele “filho varão” da mulher).

B – Essa é a condição e sentido da vida humana – nesta vida de ‘milícia’, de luta sobre a terra – ou seja: vivermos como prófugos, por quanto filhos da Igreja e de Maria, e como estrangeiros em terra estranha. Por tal motivo, diz-se que, de um modo ou doutro, a Igreja há de ser sempre perseguida e acossada…

A – Temos sempre, porém, o exemplo e a companhia da Mãe-Maria na luta deste “desterro”. Como ela e com ela, aprendemos a resistir, fortalecidos com aquele “alimento que nunca há de faltar”.

B – Ela, Maria, quando vivia em carne mortal, teve de fugir, através do deserto da Judeia, com o seu filho varão – o bebé Jesus – para o Egito, livrando-O da morte, nas mãos de Herodes (Mt 2,13).

A – Ou então, seguimos o seu exemplo, caminhando com ela, quando “Maria – já grávida daquele ‘filho varão’ – pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha da Judeia” (Lc 1,39).

B – Atravessar o deserto para fugir do Mal, ou caminhar, apressada, para cumprir a sua missão de serviço, levando sempre o seu Filho que é Alimento para todos: Eis a função de Maria, nossa Mãe!

A – Deste jeito, estaremos sempre confiantes, pois esta Palavra (“não lhe faltará o alimento”) há de se cumprir sempre, enquanto caminharmos com Maria, a Mãe, que leva consigo ‘o Pão dos fortes’!

 

A/B: Ó Maria, nós, que somos a Igreja de Cristo – peregrinante desta vida –

sentimo-nos também teus filhos, porque filhos da Igreja cuja Cabeça é Jesus.

Seguros sob o teu manto maternal, iremos sempre para onde tu fores

e nos alimentaremos do Pão Divino, que sempre levas contigo: Cristo Jesus!

Não temos medo do ‘Maligno’ – através deste deserto – se tu, Mãe, nos levares ao colo!

 

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