– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 22 do T. Comum)

 

“Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens»”. (Mc 7,6-8 / 3ª L.).

 

texto bíblico – que Jesus cita neste texto evangélico literalmente – pertence ao livro profético conhecido como ‘Primeiro Isaías’: Is 29,13.  Dentro dos «Oráculos de Salvação de Israel e Judá», o profeta, inspirado por Deus, recrimina o “formalismo religioso”, característico do povo de Israel numa daquelas épocas atribuladas da sua história …

 

A – Trata-se, mais uma vez, da nossa natural tendência humana ‘para’ o exterior ou ‘desde’ o exterior! E está-se a falar (contra o ‘farisaísmo’!) do “exterior dos copos, jarras, vasilhas de cobre”

B – Não se trata, porém, de ir contra a higiene normal que promove a boa saúde… O problema está em ficar apenas com o exterior, ou exagerar as aparências em detrimento do que é essencial, do que está no interior, do que “sai de dentro”, seja bom ou seja mau!

A – Prefere-se viver agarrados – “prendidos à tradição” – presos a coisas vulgares, ligeiras, superficiais, que não comprometem, em vez de optar por aquilo que exige renúncia e vigor!

B – Mais uma vez, aqueles fariseus e companhia tinham caído nesse ‘formalismo religioso’ que Isaías criticava nos seus antepassados. E, outra vez, portanto, uma parte considerável desse povo (?) que agora rodeia Jesus, “honra a Deus apenas com os lábios”

A – Pois pior ainda é a segunda parte (consequência da primeira): “o seu coração está longe d’Ele (Jesus-Deus)”. Ou seja, “o seu culto é vão, e as suas palavras, apenas humanas…”, sem conteúdo.

B – A consequência é lamentável, terrível. “Do seu interior” só podem sair vícios maus: “imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, cobiças, injustiças, fraudes, inveja, devassidão, difamação, orgulho, insensatez…”(!). (Gl 5). Triste e miserável ‘ladainha’!

A – Nós, não devemos ter dúvida! Seguremos com força o «mandamento de Deus» – o do Amor! – único gerador (segundo Paulo) “dos frutos do Espírito: “amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio…” (cf. Gl 5,22-23).

 

A/BQual pode ser, Jesus, a nossa atitude diante desta palavra Tua?

Será que devemos rejeitar, eliminar, ignorar ‘o exterior’o corpoos lábios?

Ou será que, se Te seguirmos, descobrimos um outro sentido nas Tuas palavras?

Nós deveremos dominar – é claro – o corpo para evitar “as obras da carne”,

já que, “os que são Teus, Jesus, crucificam a carne com as suas paixões”…

“Se vivemos no Espírito”, apostaremos no coração, em sintonia com os lábios!

 

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