———-  [ 19.Ccc- Domingo 5 da PÁSCOA]

===   “…Paulo e Barnabé iam fortalecendo as almas dos discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé, «porque – diziam eles – temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus»… Assim, Deus abriu aos gentios a porta da fé”.(At 14,22.27 -1ªL-).   

———–  

“A vida do homem sobre a terra é

luta constante, como de um soldado”.(*)

Palavra velha  da Escritura antiga,

que afunda seus princípios e raízes

decerto na origem da Humanidade…

Não admira que muito tempo após,

– e já iniciada a ‘Nova Aliança’ –

discípulos de Cristo, o Salvador,

confirmem já de vez essa verdade:

“Que, para entrarmos no Reino de Deus,

a porta é sofrer tribulações”

Passados muitos mais ‘tempos’ e ‘eras’

– chegados à atual modernidade –

quem é que, já na posse deste estado

(dito do «bem-estar na sociedade»),

quem é que vai querer “tribulações”

como sendo algo mesmo necessário

para “entrar nesse tal Reino de Deus”?

Pois mesmo que nos custe aceitar

este “final” dos nossos ‘mensageiros’,

não acharemos outra alternativa

para a Felicidade que almejamos.

Se bem pensarmos nesta realidade:

Para qualquer empresa «desta vida»

é preciso a luta e a renúncia.

Tanto mais para a eterna «outra vida»!

(*)- (Jb 7,1).            

 

       « Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, Rainha dos Mártires,…

                                                                                                                                      [ Da: «LADAINHA» de N. Senhora]

Quem é que não conhece, Mãe, a tua Invocação – universal – de «Nossa Senhora das Dores»? Invocação e Título que não é possível separar do Filho, Deus-homem Crucificado. Perante essas “imagens” – realidades terríveis! – quem de nós vai pretender não aceitar a mesma ou parecida realidade (dores, “tribulações”) na nossa vida?… Pois é normal, Mãe, que Tu sejas igualmente “Auxílio dos cristãos” e “Consoladora dos aflitos”, porque é isso que nós somos, quando padecemos penas, sofrimentos, mágoas, “tribulações”… até mesmo morrer por causa da fé (mártires)!  Quer dizer, ó Mãe, que sempre teremos de acudir a Ti, porque não em vão és, desde sempre, a “Rainha dos Mártires”!

 

                   —- Da «Outra Poesia» —-

— “Conformidade/Resignação” —

Bendito sejas, Senhor,

por tua infinda bondade;

porque pões, com amor,

sobre os espinhos da dor

rosas de conformidade!

Como é triste o meu andar!

Levo no peito escondido

um gemido de pesar;

nos meus lábios um cantar

para esconder meu gemido.

Só Tu, meu Deus e Senhor,

somente Tu hás de saber!

Porque só quero contar

meu secreto padecer

a Quem há de o compreender

e o pode reconfortar.

Eu não me queixo, Senhor;

eu sei que é gozo a dor

se se sofrer para amar;

e o padecer é gozar

quando é padecer de amor.

Viver sem penas de amores

é triste viver sombrio,

como o da água de um rio

que, sem árvores nem flores,

vai por um campo baldio.

Não fujais, penas e dores,

com fraqueza de cobardes,

nem busqueis falsos amores,

que morrem como essas flores

ao pôr-do-sol de uma tarde…

Saber sofrer e manter

a alma récia e curtida

é o que importa saber;

a ciência do padecer

é mesmo a ciência da vida.

Porque sofrer é curar

as chagas do coração;

porque sei que me hás de dar

conforto e resignação

na medida do pesar;

pelo bom que é teu amor,

pois o mandas e o queres;

porque é tua a minha dor:

Benditas sejam, Senhor,

aquelas mãos que me ferem!

E bendito, meu Senhor,

por tua infinda bondade;

porque pões, com amor,

sobre os espinhos da dor

rosas de conformidade!

                         (J. Mª. Pemán)

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net