– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 12 do Tempo Comum)

 

“Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» … «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse… E acrescentou, dirigindo-Se a todos: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me…»”. (Lc 9,18.20-21.23 / 3ª L.).

                                                                                            

Naquela altura, quando “Jesus estava apenas com os seus discípulos e a orar em particular”, lançou-lhes essas duas perguntas… Da resposta que eles dão à primeira, podemos imaginar o que se dizia e comentava, entre a gente… O que alguns diriam aos discípulos: ‘o vosso mestre deve ser o próprio João Batista transfigurado’…; ou, ‘esse tal Jesus de Nazaré não pode ser outro que o profeta Elias, que devia voltar como estava anunciado’…; ou então, ‘com certeza, ele é algum dos antigos Profetas que ressuscitou’…; e por aí fora. Talvez houvesse ainda outros, que pensassem, como Pedro, tratar-se já do prometido e esperado ‘messias’ que – finalmente! – teria chegado…

 

A – Seja como for, a Jesus nada Lhe importa o que pensem ou digam ‘os outros’… porque tudo isso vem de fora, do exterior da pessoa, e a Jesus Lhe interessa o que vem do interior, do coração, o que implica e compromete a pessoa; o que ‘a define’ desde o mais íntimo do seu ser.

B – Será por isso, então, que nem a resposta de Pedro deixou satisfeito a Jesus?… Ou, então, será que o sentido que dava Pedro, e os outros, à palavra ‘Messias’ não era o correto e verdadeiro!… Só nesta segunda hipótese seria  explicável, da parte de Jesus, a “severa proibição” de espalhar ‘esse tipo de messias’(!?)…

A – Cabe pensar que se esse sentido messiânico fosse o verdadeiro e autêntico, nada obstava a que fosse divulgado e proclamado. Antes ao contrário, visto ser essa a missão de todo o discípulo!

B – Acontece, porém, que, tanto se esse conceito messiânico estiver errado («um libertador pela força das armas») como no caso de ser correto e verdadeiro, não serviria, aqui e agora, aos planos de Deus.

A – O projeto do Pai-Deus e do Filho-Jesus Messias (em “conformidade sempre com a vontade do Pai”) era que este “Messias” devia RedimirSalvar a Humanidade, passando pela morte de Cruz.

B – Esse plano de Deus seria ‘deturpado’ ou estorvado, impedido… se fossem ‘publicitados’ os tais ‘sentidos’ messiânicos – mormente quando for o conceito errado! – entre o povo, autoridades e governantes…

A – Pensando em nós – hoje e sempre – o “nosso caminho” de Salvação [“para completar o que falta à paixão de Cristo” (!) em expressão paulina (Cl 1,24)] deve acompanhar os passos de Jesus, o Messias Salvador

B – Ou seja, deve passar igualmente pela cruz!  E é Jesus “quem o diz, dirigindo-se a todos: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me»”!

A – Dir-se-ia, porém, que, hoje em dia, muitos que se dizem ‘amigos de Jesus’ tentam desterrar, erradicar a cruz das  suas vidas!… É como se pretendessem eliminar ou arrancar ‘páginas fundamentais’ do Evangelho! (!?)…

 

A-BOs que tentamos ser Teus seguidores, Jesus, com todas as consequências,

será que estamos convictos das dificuldades e elevado risco que isso comporta?

Sim, conhecemos a Tua palavra – e as suas exigências! – para os Teus discípulos,

desde que se decidem a “abraçar a Tua Cruz, todos os dias, para irem conTigo”

Então, ou nos fiamos de Ti, da Tua companhia e da força do Teu Espírito Santo,

ou seremos ‘adictos ao prazer’(!) e discípulos daqueles que gritaram «Crucifica-O!».

 

 

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