50.A3 – Domingo.27.Comum / “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico

 

«SE NÃO ‘PRODUZES’… PERDERÁS TUDO»

Diz-se que a sociedade atual é a ‘sociedade da eficácia’ (tanto como -num sentido similar- defende-se a ‘sociedade do bem-estar’-!?-). E parece evidente que as duas realidades estão interligadas… Bem, cada qual que julgue o ‘porquê’ e o ‘como’ desta interdependência… Nós ficamos agora com a primeira, pois a Palavra de hoje incide também no termo e questão da ‘produtividade’ (outro sinónimo de ‘eficácia’); mormente quando começamos(?) a Era da ‘AI’ (Inteligência Artificial)… Porem, é preciso reconhecer: A nível do espírito – da vida espiritual – é um facto que, já desde a ‘Idade Antiga’ (para nós, o Antigo Testamento) a Palavra da Escritura foi revelando que – naquilo que podemos considerar como “vida ou dimensão transcendente” – não pode deixar de existir essa componente da eficiência ou eficácia. No nosso caso fala-se mais em “frutificar” do que em ‘produzir’, ou então, mais em “dar frutos bons” do que em ‘demonstrar eficácia’. Então, a Palavra (da tal ‘idade antiga’) para hoje, é esta: “Eu esperava que viesse a dar uvas, mas ela apenas deu agraços”. Por isso, “vou tirar-lhe a vedação, e será devastada, até ficar desértica”.(Is 5 / 1ªL). Afinal, uma decisão coerente, lógica, do “meu amigo” (na expressão poética do “cântico de amor” do profeta Isaías)… Se não dá fruto, não presta!

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»»   Vou cantar, em nome do meu amigo, um cântico de amor à sua vinha: «Meu amigo tinha uma vinha numa fértil colina. Lavrou-a, limpou-a das pedras, plantou-a de cepas escolhidas… Esperava que viesse a dar uvas, mas ela apenas deu agraços… Que vou fazer à minha vinha? Vou tirar-lhe a vedação, será devastada, ficará desértica»”.(Is 5 / 1ªL)

»»   “…Irmãos, tudo o que é verdadeiro e nobre, o que é justo e puro, o que é amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor, isso deveis ter na mente”.(Fl 4 / 2ªL)

»»   “«…Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos… Eles, porém, espancaram uns, mataram outros, e a outros apedrejaram… Até mataram o filho do dono… Por isso Eu vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos»”.(Mt 21 / 3ªL)

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Resulta evidente que – nesta dimensão transcendente, em que nos movemos – o sentido de eficácia e/ou frutificação (transcendentes!) não é menor do que na nossa atual e temporal sociedade humana. Para São Paulo – dentro já do Novo Testamento – essa eficácia manifesta-se, por exemplo, nos seguintes frutos: “tudo o que é verdadeiro e nobre, o que é justo e puro, o que é amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor… estarão na vossa mente e pensamento”. Se assim não for – tinha ele afirmado previamente – “a paz de Deus não pode guardar os vossos corações em Cristo Jesus” (Fl 4 / 2ªL). E a parábola que apresenta Jesus no evangelho (3ª L.) é por demais ‘arrepiante’, se atendermos aos efeitos da “não frutificação” (ou ‘ineficácia’). Tal como no ‘cântico de amor’ do “amigo” (em Isaías), o ‘proprietário’ desta parábola de Jesus, também esperava “os frutos”, da parte dos ‘vinhateiros’… mas estes “espancaram, apedrejaram ou mataram os servos… e até eliminaram o próprio filho do amo da vinha (o herdeiro)”. Claro que, os mesmos ‘atingidos’ pela parábola (sem eles se aperceberem) sugeriram a sorte que deveria ser aplicada àqueles ‘pérfidos homicidas’: “Mandar matar sem piedade esses malvados, e arrendar a vinha a outros”… Ficou claro, portanto, que o “reino de Deus” exige uma resposta eficaz de bons frutos… Se assim não for, nada feito!… E o desfecho da parábola – conclusão do próprio Jesus – está bem claro, direto, e com a lógica de sempre: “Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos” (Mt 21 / 3ªL).

 

[ De «Outras Invocações e/ou Títulos (“Piropos”?)» de Nossa Senhora: ]

+ Senhora e Mãe da Divina Graça; Senhora Medianeira de todas as graças;

Senhora do Trabalho e Senhora dos Trabalhadores;… nossa Mãe:

Devemos orar ao Pai-Deus, sem desistir – através do Seu Filho, nosso Irmão –:

«Senhor, faz prosperar a obra das nossas mãos» (como se reza no Salmo 90,7)…

É aí que precisamos, Mãe, do teu apoio e ajuda, ó ‘Medianeira de todas as graças’!

Realizarmos – com as nossas mãos – a obra de Deus, que é a Obra do seu Reino,

não é tarefa fácil, como também não o é o trabalho material, pesado e penoso…

 ‘Mãe da Divina Graça’, e ao mesmo tempo ‘Mãe do trabalho e dos trabalhadores’,

é mesmo necessário que nos acompanhes sempre ‘neste caminho e nesta obra’,

pois Tu sabes bem que não é fácil “frutificar” no trabalho do “Reino de Deus”

(de uma dimensão transcendente) se não nos inspirar e apoiar, Mãe, o teu Amor.     

 

 

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