65.A3 – TODOS OS SANTOS / “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico

 

«SEREMOS SANTOS… PORQUE DEUS É SANTO»

(Lv 20; 1Pe 1)

Ao refletirmos acerca da Palavra de hoje – nesta Solenidade de Todos os Santos – vem a calhar aquela ‘questão’ (da nossa Reflexão anterior). Faça o que fizer, ou pense o que pensar, o ser humano não pode subtrair-se à influência da Criação e inter-relação com ela. <É natural (afirmávamos) essa contínua e inevitável interação dos humanos com o seu meio-ambiente natural (e artificial até!)>. Até podemos confirmá-lo (ver Nota anexa) com a autoridade daquele famoso e ousado “texto” de São Paulo aos Romanos (*)… Mas reparemos especialmente ‘na insistência’ de Paulo: «a criação inteira… até ser libertada com a liberdade e a glória dos filhos de Deus». Ou seja, a expressão “filhos de Deus” (e filhos d’Ele somos todos os humanos!) aparece em estreita relação com a ‘libertação, revelação e glória’ da criação, que é, ao mesmo tempo, “santificação e glorificação” dos “filhos”… Assim, somos chamados todos à santidade! Uma ‘santidade’ já alcançada pelos (“incontáveis”) Santos, celebrados hoje nesta Solenidade… E ainda que a Palavra litúrgica desta «Festa de todos os Santos» não seja tão direta e clara como o texto paulino transcrito, iremos ver que conecta com o mesmo tema…

(*) “Pois até a criação inteira se encontra em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus. De facto, a criação foi sujeita à vaidade… na esperança de que, também ela, será libertada da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus. Bem sabemos como toda a criação geme e sofre as dores de parto até ao presente…”.(Cf. Rm 8,19-22).

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»»   …O Anjo que eu vi, subindo do Nascente, clamou em alta voz aos quatro Anjos, que podiam causar dano à terra e ao mar: «Não causeis dano à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus»”.(Ap 7 / 1ªL)

»»   “Do Senhor é a terra e o que nela existe, o mundo e quantos nele habitam. Ele a fundou sobre os mares e a consolidou sobre as águas… E esta é a geração dos que procuram o Senhor…”.(Sl 23 / o Salmo Responsorial)

»»   “Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra…”.(Mt 5 / 3ªL)

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Antes de mais, ficam evidentes – lendo estes textos com atenção reflexiva – as seguintes afirmações, ou “verdades”. -Que “a terra e o que nela existe é do Senhor, porque Ele a fundou sobre os mares e a consolidou sobre as águas” (do Sl 23 – Responsorial). -Que (à luz desta verdade) podemos entender melhor o texto do Apocalipse: “O Anjo que eu vi… clamou em alta voz…: «Não causeis dano à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus» (Ap 7 / 1ªL) … Perante isto, fica igualmente bem patente a relação – interdependência – entre os seres humanos (os “servos do nosso Deus”) e os outros seres (animados, e até inanimados). Mas, que têm a ver estes textos – pode alguém perguntar – com a Liturgia da ‘Festa de todos os Santos’?… Bom, tendo em atenção que a vivência das Bem-aventuranças transformam os humanos em santos, destacamos esta, “Felizes os mansos (ou humildes) porque possuirão a terra”(Mt 5 / 3ªL). É que esta Bem-aventurança costuma ser interpretada, também, deste modo: As pessoas que são “mansas”, “humildes”, fazem-se querer de todos os seres (a começar pelos humanos, mas não só); o que equivale a dizer «“a terra” fica rendida a seus pés»(!)… Mas, à luz destas questões de hoje, ficam para a nossa reflexão certas perguntas que algumas pessoas fazem (para si e para outros): -Será que todos os seres vivos, junto com os humanos, são chamados a algum tipo de ‘santidade’ (bondade) para um dia serem ‘glorificados’ junto com os humanos? -Em particular, os nossos «animais de companhia» irão connosco para a ‘Vida sem fim’? -Existirá talvez algum ‘paraíso’ para todos os seres ‘animados’ (‘com vida’) do nosso mundo? -(Refletirá isto um desejo íntimo das pessoas?). Fica em aberto…

NOTA.- Eis um outro texto, como confirmação (este de Isaías): “Naquela altura (!?), o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o novilho e o leão comerão juntos, e um menino os conduzirá. A vaca comerá com o urso, e as suas crias repousarão juntas; o leão comerá palha como o boi. A criancinha brincará na toca da víbora e o menino desmamado meterá a mão no covil da serpente. Não haverá dano nem destruição em todo o meu santo monte…”.(Cf. Is 11,6-9).

 

[ De «Outras Invocações e/ou Títulos (“Piropos”!)» de Nossa Senhora: ]

+ Senhora Santa Mãe de Deus; Mãe de todos os homens;

Senhora Rainha de todos os Santos; e Rainha da Criação … nossa Mãe:

Sabemos, Mãe, que Deus é SANTO, o “Santo dos Santos” (uma grande Verdade!);

mas Tu és a «Virgem ‘Santíssima’» (como teus filhos gostamos de chamar-Te). 

Acontece (e não devemos esquecê-lo) que és – junto – ‘Mãe de Deus’ e Nossa Mãe.

Então, hás de caminhar sempre connosco, para que o ‘caminho’ que leva à santidade

seja realizado em união e abertos a todos os ‘chamados’ às diversas ‘santidades’…

Quem sabe, Mãe, se a Felicidade da Glória será partilhada com outros seres da Criação,

que, sem serem humanos, irão invocar-Te também como ‘Rainha de todos os Santos’!?

 

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net