Sb 6,12-15: “A Sabedoria é luminosa, deixa-se ver facilmente por aqueles que a amam… Quem a busca desde a aurora não se fatigará, porque há de encontrá-la já sentada à sua porta. Meditar sobre ela é prudência consumada, e quem lhe consagra as vigílias depressa ficará sem cuidados”. // Mt 25,10-13: “As (‘virgens’) que estavam preparadas  entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. «Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora»”. // 1Ts 4,13-14: “Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará, com Jesus, os que, em Jesus, tiverem morrido”.

 

D – QUEM BUSCA A SABEDORIA DESDE A AURORA NÃO SE FATIGARÁ, PORQUE ELA ESTÁ À ESPERA, SENTADA À SUA PORTA (Sb 6)

C – …O ESPOSO DISSE: ‘NÃO VOS CONHEÇO!’… E JESUS CONCLUI: «VIGIAI, PORQUE NÃO SABEIS O DIA NEM A HORA!» (Mt 25)

O – IRMÃOS, A RESPEITO DOS DEFUNTOS, DIZEMO-VOS: NÃO VOS CONTRISTEIS COMO OS OUTROS, QUE NÃO TÊM ESPERANÇA (1Ts 4)

 

– A expressão “consagrar-lhe as vigílias” (que utiliza o Livro da Sabedoria) significa ‘estar em vela, por causa da Sabedoria, até durante uma parte da noite’. E continua: quem faz isso “depressa ficará sem cuidados”, ou seja, não precisará dessa vigília noturna por muito tempo para ficar logo sossegado.

– Seja como for, parece que a vigilância incessante é imprescindível na vida de todo o homem que queira ser justo, para continuar fiel aos compromissos, e desse modo estar sempre preparado, vigilante, para quando chegar “esse dia e essa hora que ninguém sabe”… Ou poderia ser de um outro modo?

– Precisamente, os Planos Divinos, isto é, a Sabedoria de Deus (de que fala o Livro) também não podem falhar quanto à necessidade dessa vigilância, pelo facto de não poder prever “o tal acontecimento”.

– E porque é que não poderia ser normal que cada pessoa pudesse saber de antemão “o dia e a hora” do seu encontro com a Eternidade, para assim poder efetivar melhor a sua preparação imediata?…

– Nessa hipótese – de ‘ser já conhecido’ esse momento – parece que todos coincidimos numa expressão deste género: «Assim, não se poderia viver!». Nem quando o tempo que faltasse for muito longo, nem quando faltasse menos, nem quando já for muito breve… Seria tudo uma espécie de pandemónio!!!

– Se bem se pensa, é verdade!… Para já não falar dos que quisessem encurtar(!) esse tempo de uma maneira artificial e nefasta e/ou acabar de vez com ‘o tempo que falta’ de um modo ‘drástico’ (!?)…

– Por isso, é melhor todos compreenderem que, se a Sabedoria de Deus estabeleceu as coisas assim, é porque se trata do melhor modo e a mais perfeita maneira de tudo se processar… Sem dúvida!

– E então, é normal que o nosso amigo Paulo – referindo-se a essa ‘hora da verdade’ – prefira falar-nos: na “Esperança” (os que “a temos” e os que “não a têm”), e na “Fé” (“se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou…”), em vez de levantar ‘questões hipotéticas’ e ‘suposições estéreis’… Não acham!?

 

’ X — Devemos ter a certeza de que ‘o estado de vigília’, ou a atitude de vigilância, é a melhor situação em que podemos e devemos situar-nos, enquanto durar esta vida de prova… Já que, se, por hipótese, houver algo de melhor que essa atitude, seria isso que Deus teria previsto para nós. O Senhor nunca faz outra coisa que não seja ‘o melhor’ e ‘o maior’, em tudo e para todos!… Da nossa parte, cabe-nos aceitar e assumir, com satisfação e alegria, a nossa condição de vigilantes, enquanto somos caminhantes e peregrinos para a Pátria eterna da Felicidade, onde já não cabem alertas nem ‘sobressaltos’. Nesse lugar ou estado – na ‘Cidade da Paz’ – só pode existir harmonia, amizade, e tudo o que possamos imaginar de bom e de melhor. Aí, já não são precisas nem a ‘vigilância’ nem a ‘esperança’ nem a ‘fé’… Desde “essa hora” e para sempre, somente reina o AMOR!   — Mas agora, Senhor, enquanto ainda somos peregrinos, caminhantes… devemos assumir a atitude de sentinelas vigilantes, ou seja, aqueles que vivem (como Tu disseste) em contínua “tensão e violência de sí” para a transformação e “conquista do Reino dos Céus” (Mt 11,12). Então, Jesus, precisamos dos Dons do Teu Espírito Santo, sobretudo, Sabedoria e Fortaleza!

 

 

[] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’):

() – «Para ti, morada santa, para ti, Terra da Salvação: peregrinos, caminhantes, vamos para ti!» …    

() – «Vigiai, amigos, e orai! Ficai coMigo: sois meus amigos!» …  (Mt 26,38)  [‘Bleibet hier’ / Taizé]

() – «Venho aqui, meu Senhor, encontrar-me com a paz que me serena: Agora só importas Tu! Traz hoje a paz à minha alma… Venho aqui, meu Senhor!» …

 

 

«TEXTOS» À LUZ DESTA PALAVRA

[ do Papa / da Bíblia / Outros ]

Papa Francisco

                   – Acerca da Parábola das 10 (5 + 5) virgens (Mt 25,1-13)]

«… O que é que Jesus nos quer ensinar com esta parábola? Recorda-nos que devemos estar prontos para o encontro com Ele. Muitas vezes, no Evangelho, Jesus exorta a vigiar, e fá-lo também no final desta narração. Diz assim: «Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora» (v. 13). Mas com esta parábola diz-nos que vigiar não significa apenas não dormir, mas estar preparado; com efeito, todas as virgens dormem antes que o esposo chegue, mas quando acordam, algumas estão prontas e outras não. Portanto, este é o significado de ser sensato e prudente: trata-se de não esperar o último momento da nossa vida para colaborar com a graça de Deus, mas de o fazer já agora. Seria bom pensar um pouco: um dia será o último! Se fosse hoje, como é que estou preparado, preparada? Mas devo fazer isto e aquilo… Preparar-se como se fosse o último dia: isto faz bem.

A lâmpada é o símbolo da fé que ilumina a nossa vida, enquanto o óleo é o símbolo da caridade que alimenta, que torna fecunda e credível a luz da fé. A condição para estarmos prontos para o encontro com o Senhor não é apenas a fé, mas uma vida cristã rica de amor e de caridade pelo próximo. Se nos deixarmos guiar por aquilo que parece mais cómodo, pela busca dos nossos interesses, a nossa vida torna-se estéril, incapaz de dar vida aos outros, e não acumulamos reserva alguma de óleo para a lâmpada da nossa fé; e ela – a fé – apagar-se-á no momento da vinda do Senhor, ou ainda antes. Ao contrário, se formos vigilantes e procurarmos praticar o bem com gestos de amor, partilha e serviço ao próximo em dificuldade, poderemos permanecer tranquilos enquanto esperamos a vinda do esposo: o Senhor poderá chegar a qualquer momento, e nem sequer o sono da morte nos apavora, porque dispomos de uma reserva de ‘óleo’, acumulada com as boas obras de todos os dias. A fé inspira a caridade, e a caridade preserva a fé.

A Virgem Maria nos ajude a tornar a nossa fé cada vez mais ativa através da caridade; a fim de que a nossa lâmpada possa resplandecer já aqui, no caminho terreno, e depois para sempre, na Festa de Bodas no Paraíso».

[ No Angelus (-Praça de S. Pedro-) Domingo,12.11.2017 ]

 

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS:  http://palavradeamorpalavra.sallep.net