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A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo A – Santa Maria, MÃE de DEUS)

 

“Quando chegou a plenitude dos tempos,

Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher

…E porque somos filhos, Deus enviou aos nossos corações

o Espírito de seu Filho, que clama: «Abbá! Pai!»”. (Gl 4, 4.6 / 2ª L.).

 

“A plenitude dos tempos”, o que é isso? Existe “o tempo” para Deus?… O Filho de Deus já existia, desde toda a eternidade, como é que pode “nascer” de uma mulher?… E “como” e “porquê” somos filhos de Deus?… Se antes “não éramos” como é que agora o somos?… E ainda é mais enigmático o ter sido enviado “o Espírito de seu Filho, para clamar, desde o nosso íntimo, «Abbá! Pai!»” (?) …

A – Enquanto Deus, Ele não depende nem do tempo nem do espaço. Deus está “fora” e “para além” das chamadas «coordenadas espácio-temporais».

B – E é verdade que, por vezes, perguntamo-nos: Será que, para Deus, existe o tempo? Bom, se antes (e ao dizer “antes” já estamos a pressupor o tempo aplicado a Deus, mas não podemos menos!), se antes, digo, não existia o tempo, agora já existe!

A – Mas como pode ser isto, sendo que “Deus não pode mudar”? Certamente, ainda não acabamos de sair de um mistério, e já estamos imersos noutro.

B – Também é verdade, mas se aceitarmos o Mistério da «Encarnação de Deus», temos de aceitar, por consequência, que Deus “entrou no tempo”, isto é, que, a partir daí, já “existe tempo” para Ele.

A – Deve ser “isso” o que Paulo quer dizer ao escrever (aos gálatas): “Nascido de uma mulher”. Embora com isto aparece outro mistério, o de “uma mulher ser Mãe de Deus” (o tal «theotokos»)!

B – E, já que vamos de mistério em mistério, mais outro: Agora acontece que, também nós, “somos filhos de Deus” – nada menos!

A – E para não haver dúvida, ou perante a nossa perplexidade, é o próprio “Espírito do Filho que clama (“e reclama”) em nós” esta filiação divina: «Abbá! Pai!».

 

A/B: E porque somos Teus filhos, ó Deus,

temos necessidade de clamar, no Espírito do Teu Filho:

Abbá, Pai, toda a nossa vida eterna não bastará para Te agradecer

esta realidade de nos sentirmos Teus filhos (“porque o somos de facto”),

enquanto ficamos maravilhados diante da mulher que é Tua Mãe e nossa Mãe!

Desde o fundo do nosso coração, louvado e amado sejas, ó Pai! 

  

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA:

http://palavradeamorpalavra.sallep.net