
(Ciclo A – Domingo 4 de Páscoa)
«SOMOS TODOS “PASTORES”!?»
Toda a gente sabe (ou talvez não?) que os verdadeiros pastores de gado ovino “cheiram a ovelhas”; basta nos aproximarmos deles! Pois claro, até o nosso Papa Francisco lembra-nos esta constatação… para, logo, aplicá-la ao que interessa! E o que interessa, bem sabemos o que é (pelo menos os cristãos!). Isto é, que “os outros pastores”, os verdadeiros pastores do «rebanho humano»… esses que são “pastores bons” – tal como o Bom Pastor! – devem igualmente “cheirar a ovelha”.
Vejamos, então. A gente cheira tanto mais a uma coisa quanto mais tempo está em contato com ela. Isto é evidente. Porém, a questão põe-se no que significa “estar em contato”. Sabemos, aliás, que os termos evangelizador, mensageiro, missionário, catequista, etc… em sentido cristão, podem ficar resumidos ou condensados na palavra “pastor”. E sabemos igualmente que o termo “ovelha” – no mesmo sentido cristão – aplica-se a todo e qualquer ser humano, criado e amado por Deus como tal, e capaz de amar e ser amado, para a felicidade eterna. Este é, pois, para o “pastor”, o seu campo de ação e o seu rebanho; o seu redil e a sua grei. Mas deixemos que a Palavra de hoje – Domingo do Bom Pastor – ilumine e transfigure este ambiente pastoril e pastoral... E perguntamos: o que significará «cheirar a ovelha»?
“Cheirar a ovelha” quer dizer que, o pastor, deve estar todo o tempo que for possível junto – ou dentro – do rebanho: guiando, alimentando, orientando, acompanhando… amando! Só assim conseguirá conhecer, na verdade, “as ovelhas”. O Evangelho de hoje é bem explícito: “…E as ovelhas conhecem a sua voz. Ele chama cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora. Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua frente; e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz”… (Jo 10 / 3ª L.).
“Cheirar a ovelha” significa, para o pastor, empregar ou gastar muito tempo em proclamar e explicar a Palavra, exortando e persuadindo com paciência, ternura e amizade. Tal como, logo no início, fazia o apóstolo Pedro, conforme nos diz a 1ª Leitura: “…«Convertei-vos e peça cada um de vós o Batismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo (…) E com muitas outras palavras os persuadia e exortava, dizendo: «Salvai-vos desta geração perversa»”… (At 2 / 1ª L.).
“Cheirar a ovelha” é como que o «selo ou estigma» daqueles bons pastores que chegam a sentir (ou “con-sentir”) com as ovelhas: choram e sofrem com os que choram; riem e se alegram com os que estão alegres; sofrem e padecem para diminuir as cargas dos outros, as cargas “daquelas ovelhas desgarradas que devem voltar para o Pastor e guarda das suas almas” (1 Pe 2). “Porque – diz o próprio Pedro noutra parte da mesma carta – se vós fazendo o bem, suportais o sofrimento com paciência, isto é uma graça aos olhos de Deus. E é para isto que fostes chamados, porque Cristo sofreu também por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos”… (1 Pe 2 / 2ª L.).
Partindo, pois, destas últimas palavras de Pedro [“Cristo sofreu também por vós”] é necessário voltarmo-nos agora para o Pastor e Guarda do rebanho, que é o próprio Cristo Jesus.
Aliás, a gente costuma dizer também: Para conhecer e compreender realmente a outra pessoa, é preciso «meter-se na sua pele». Se aplicarmos isto ao pastor e às ovelhas, claro que em tal caso, é como se o pastor ficasse, de algum modo, transformado em ovelha, em cada uma delas e em todas. Mas isto já é o máximo!… Ou talvez não? – Sim, isto já é o cúmulo, é o máximo que um pastor pode fazer! Mas o nosso Bom Pastor fez isso e muito mais. Pois é isso que Ele fez desde o instante da sua Encarnação humana até ao cume da sua Ressurreição humano-divina!
O exemplo d’Ele é bem explícito! “…«Eu vim para que as minhas ovelhas tenham vida e a tenham em abundância»” (Jo 10 / 3ª L.). E no mesmo texto evangélico (mas já fora do “excerto” correspondente a esta Eucaristia) o próprio Jesus afirmará: “Eu sou o Bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10, 11). Todavia, é na 2ª leitura que fica bem expressa a história real de Jesus, nas palavras de Pedro: “…Ele suportou os nossos pecados no seu Corpo, sobre o madeiro da cruz, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fomos curados”…(1 Pe 2).
Atenção, pois, pastores: Toca a seguir o exemplo do nosso Bom Pastor!
Afinal, sempre fica em aberto a questão: Não será que, em definitivo, todos somos também pastores?
– Tu, Senhor, és o meu Pastor: nada me falta! –
Tu me guias por sendas direitas
por amor do Teu nome.
Ainda que ande por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal,
porque sei que Tu estás comigo:
o Teu cajado e báculo de Pastor
enchem-me de confiança e coragem…
– Tu, Senhor, és o meu Pastor: nada me falta! –
E, como Tu, eu também devo guiar e cuidar
as ovelhas e cordeiros, que são os meus irmãos,
para que eles descansem em verdes prados,
e conduzi-los para as águas refrescantes…
– Tu, Senhor, és o meu Pastor: nada me falta! –
E como a Tua bondade e a Tua graça
me acompanham – enquanto ovelha e pastor –
assim eu quero acompanhar os meus irmãos
– enquanto pastor e ovelha – para todo o sempre!
[ do Salmo Responsorial / 22 (23) ]
5 Maio, 2017
«SOMOS TODOS “PASTORES”!?»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
(Ciclo A – Domingo 4 de Páscoa)
«SOMOS TODOS “PASTORES”!?»
Toda a gente sabe (ou talvez não?) que os verdadeiros pastores de gado ovino “cheiram a ovelhas”; basta nos aproximarmos deles! Pois claro, até o nosso Papa Francisco lembra-nos esta constatação… para, logo, aplicá-la ao que interessa! E o que interessa, bem sabemos o que é (pelo menos os cristãos!). Isto é, que “os outros pastores”, os verdadeiros pastores do «rebanho humano»… esses que são “pastores bons” – tal como o Bom Pastor! – devem igualmente “cheirar a ovelha”.
Vejamos, então. A gente cheira tanto mais a uma coisa quanto mais tempo está em contato com ela. Isto é evidente. Porém, a questão põe-se no que significa “estar em contato”. Sabemos, aliás, que os termos evangelizador, mensageiro, missionário, catequista, etc… em sentido cristão, podem ficar resumidos ou condensados na palavra “pastor”. E sabemos igualmente que o termo “ovelha” – no mesmo sentido cristão – aplica-se a todo e qualquer ser humano, criado e amado por Deus como tal, e capaz de amar e ser amado, para a felicidade eterna. Este é, pois, para o “pastor”, o seu campo de ação e o seu rebanho; o seu redil e a sua grei. Mas deixemos que a Palavra de hoje – Domingo do Bom Pastor – ilumine e transfigure este ambiente pastoril e pastoral... E perguntamos: o que significará «cheirar a ovelha»?
“Cheirar a ovelha” quer dizer que, o pastor, deve estar todo o tempo que for possível junto – ou dentro – do rebanho: guiando, alimentando, orientando, acompanhando… amando! Só assim conseguirá conhecer, na verdade, “as ovelhas”. O Evangelho de hoje é bem explícito: “…E as ovelhas conhecem a sua voz. Ele chama cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora. Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua frente; e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz”… (Jo 10 / 3ª L.).
“Cheirar a ovelha” significa, para o pastor, empregar ou gastar muito tempo em proclamar e explicar a Palavra, exortando e persuadindo com paciência, ternura e amizade. Tal como, logo no início, fazia o apóstolo Pedro, conforme nos diz a 1ª Leitura: “…«Convertei-vos e peça cada um de vós o Batismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo (…) E com muitas outras palavras os persuadia e exortava, dizendo: «Salvai-vos desta geração perversa»”… (At 2 / 1ª L.).
“Cheirar a ovelha” é como que o «selo ou estigma» daqueles bons pastores que chegam a sentir (ou “con-sentir”) com as ovelhas: choram e sofrem com os que choram; riem e se alegram com os que estão alegres; sofrem e padecem para diminuir as cargas dos outros, as cargas “daquelas ovelhas desgarradas que devem voltar para o Pastor e guarda das suas almas” (1 Pe 2). “Porque – diz o próprio Pedro noutra parte da mesma carta – se vós fazendo o bem, suportais o sofrimento com paciência, isto é uma graça aos olhos de Deus. E é para isto que fostes chamados, porque Cristo sofreu também por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos”… (1 Pe 2 / 2ª L.).
Partindo, pois, destas últimas palavras de Pedro [“Cristo sofreu também por vós”] é necessário voltarmo-nos agora para o Pastor e Guarda do rebanho, que é o próprio Cristo Jesus.
Aliás, a gente costuma dizer também: Para conhecer e compreender realmente a outra pessoa, é preciso «meter-se na sua pele». Se aplicarmos isto ao pastor e às ovelhas, claro que em tal caso, é como se o pastor ficasse, de algum modo, transformado em ovelha, em cada uma delas e em todas. Mas isto já é o máximo!… Ou talvez não? – Sim, isto já é o cúmulo, é o máximo que um pastor pode fazer! Mas o nosso Bom Pastor fez isso e muito mais. Pois é isso que Ele fez desde o instante da sua Encarnação humana até ao cume da sua Ressurreição humano-divina!
O exemplo d’Ele é bem explícito! “…«Eu vim para que as minhas ovelhas tenham vida e a tenham em abundância»” (Jo 10 / 3ª L.). E no mesmo texto evangélico (mas já fora do “excerto” correspondente a esta Eucaristia) o próprio Jesus afirmará: “Eu sou o Bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10, 11). Todavia, é na 2ª leitura que fica bem expressa a história real de Jesus, nas palavras de Pedro: “…Ele suportou os nossos pecados no seu Corpo, sobre o madeiro da cruz, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fomos curados”…(1 Pe 2).
Atenção, pois, pastores: Toca a seguir o exemplo do nosso Bom Pastor!
Afinal, sempre fica em aberto a questão: Não será que, em definitivo, todos somos também pastores?
– Tu, Senhor, és o meu Pastor: nada me falta! –
Tu me guias por sendas direitas
por amor do Teu nome.
Ainda que ande por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal,
porque sei que Tu estás comigo:
o Teu cajado e báculo de Pastor
enchem-me de confiança e coragem…
– Tu, Senhor, és o meu Pastor: nada me falta! –
E, como Tu, eu também devo guiar e cuidar
as ovelhas e cordeiros, que são os meus irmãos,
para que eles descansem em verdes prados,
e conduzi-los para as águas refrescantes…
– Tu, Senhor, és o meu Pastor: nada me falta! –
E como a Tua bondade e a Tua graça
me acompanham – enquanto ovelha e pastor –
assim eu quero acompanhar os meus irmãos
– enquanto pastor e ovelha – para todo o sempre!
[ do Salmo Responsorial / 22 (23) ]