
(Ciclo A – Domingo 14 -Tempo Com.)
MAIS «PARADOXOS» DE DEUS!
Já sabíamos que Deus, o nosso Deus, é sempre «desconcertante»; que Ele é, ao mesmo tempo «Deus pequeno e Deus imenso»; que, por ele, com Ele e n’Ele, «o que é frágil confundirá o que é forte» … – lembram-se? –.
E continuam a surpreender-nos “os paradoxos” de Deus ou, se quiserem, a Sua atitude paradoxal. Claro que eu já começo a pensar se não seremos nós, os humanos, com as nossas sensações – paradoxais! – que, ao vermos as coisas desde a nossa perspetiva, nos podem parecer “impossíveis”, quando, na verdade, para o Ser Divino é tudo tão normal, tão coerente e como “a coisa mais natural”! Ou não será, então, que a Sua pedagogia para connosco passa por aquela “brincadeira divina” que nos cativa porque nos desconcerta… e nos “descoloca”, ou nos desinstala,… e acaba por nos seduzir?
Vem aqui agora o profeta Zacarias e nos anuncia – como oráculo do Senhor – que o futuro Messias, Filho de Deus, aparecerá e entrará na “cidade capital”, utilizando o transporte mais inesperado: “Solta brados de alegria e júbilo, filha de Jerusalém. Eis o teu rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho, filho duma jumenta”. E para que o paradoxo fique completo, e não haja dúvidas acerca do que é capaz de fazer este “personagem tão humilde e simples”, acrescenta: “Destruirá os carros de combate de Efraim e os cavalos de guerra de Jerusalém; e será quebrado o arco de guerra”… Porque será deste jeito que “trará a paz às nações”… (Zc 9 / 1ª L.). Realmente, Deus gosta de brincar connosco! E oxalá que saibamos nós «entrar sempre nessas brincadeiras do Pai Deus» que, a fim de contas, vai ser o único importante! (E não é isto também outro paradoxo?).
Mas, se retomamos aquilo de “os carros de combate” e “os cavalos de guerra” e o confrontamos com isso de “o rei salvador, humildemente montado num jumentinho”, e se pensarmos no paradoxo que apresenta, então também está clara a conclusão, que, aliás, já sabíamos por outras passagens da Escritura: o mal nunca se pode vencer com o mal, nem a violência com a violência, nem as armas com as armas… Isso é impossível! Até porque aqui, as forças do “mesmo signo” atraem-se (outro paradoxo!) e, portanto, somam-se e multiplicam-se… e acaba tudo num imenso caos e na extinção total.
Na mesma linha de argumento paradoxal, também não podemos esperar que a salvação venha da matéria – da “carne” – por si só… mas da transcendência – do “espírito” – que não está submetido às leis de caducidade. E a experiência diária nos diz que toda a matéria tem «data de caducidade» e que “a carne”, por definição, caminha para a podridão e a decomposição. “Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito… Não somos devedores à carne, para vivermos segundo a carne”… Porque “viver segundo a carne é morrer”, mas “quem viver segundo o Espírito viverá”. (Rm 8 / 2ª L.).
A nossa obrigação – que é alegre salvação – será seguir sempre o Caminho que o próprio Jesus, o Filho, nos aponta. Esse mesmo Jesus que “veio até nós, cavalgando num humilde burrinho”. Ele é quem nos vai traçando o percurso melhor, com o exemplo da sua Vida e da sua Palavra (porque “primeiro fez e depois ensinou”). E ninguém como Jesus percebia de paradoxos, ou de “contradições”, ou de desconcertos, ou de “brincadeiras ao estilo divino”. Eis como gostava Jesus de exprimir-Se (no Evangelho de hoje): “Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11). E eis como Ele gostava de viver (oferecendo-Se como exemplo): “Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve»”. (Mt 11 / 3ª L.). Quem assim fala e assim vive (“manso e humilde”) é, precisamente, o Filho de Deus Omnipotente!?
Sim, Pai, Senhor do céu e da terra,
nós também te bendizemos com Jesus,
porque preferes os pequenos e humildes
aos sábios e inteligentes…
Sim, Pai, nós gostamos das “Tuas brincadeiras”
e nos encantam os Teus “radicais paradoxos”…
Tu estás sempre atento, Senhor,
para amparar os que vacilam
e levantar todos os oprimidos… enquanto
ignoras os grandes e poderosos, autossuficientes…
Tu és sempre fiel à Tua Palavra
e perfeito em todas as Tuas obras.
E porque és fiel e paciente,
cheio de bondade e compaixão,
e porque a Tua misericórdia chega a todos…
nós agora convidamos todas as criaturas
a proclamarem a glória do teu Filho, Jesus,
porque Ele é manso e humilde de coração,
e com Ele as nossas cargas são leves:
Glória e louvor a Ti, Jesus Cristo, Senhor!
[ do Salmo Responsorial / 144 (145) ]
7 Julho, 2017
MAIS «PARADOXOS» DE DEUS!
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
(Ciclo A – Domingo 14 -Tempo Com.)
MAIS «PARADOXOS» DE DEUS!
Já sabíamos que Deus, o nosso Deus, é sempre «desconcertante»; que Ele é, ao mesmo tempo «Deus pequeno e Deus imenso»; que, por ele, com Ele e n’Ele, «o que é frágil confundirá o que é forte» … – lembram-se? –.
E continuam a surpreender-nos “os paradoxos” de Deus ou, se quiserem, a Sua atitude paradoxal. Claro que eu já começo a pensar se não seremos nós, os humanos, com as nossas sensações – paradoxais! – que, ao vermos as coisas desde a nossa perspetiva, nos podem parecer “impossíveis”, quando, na verdade, para o Ser Divino é tudo tão normal, tão coerente e como “a coisa mais natural”! Ou não será, então, que a Sua pedagogia para connosco passa por aquela “brincadeira divina” que nos cativa porque nos desconcerta… e nos “descoloca”, ou nos desinstala,… e acaba por nos seduzir?
Vem aqui agora o profeta Zacarias e nos anuncia – como oráculo do Senhor – que o futuro Messias, Filho de Deus, aparecerá e entrará na “cidade capital”, utilizando o transporte mais inesperado: “Solta brados de alegria e júbilo, filha de Jerusalém. Eis o teu rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho, filho duma jumenta”. E para que o paradoxo fique completo, e não haja dúvidas acerca do que é capaz de fazer este “personagem tão humilde e simples”, acrescenta: “Destruirá os carros de combate de Efraim e os cavalos de guerra de Jerusalém; e será quebrado o arco de guerra”… Porque será deste jeito que “trará a paz às nações”… (Zc 9 / 1ª L.). Realmente, Deus gosta de brincar connosco! E oxalá que saibamos nós «entrar sempre nessas brincadeiras do Pai Deus» que, a fim de contas, vai ser o único importante! (E não é isto também outro paradoxo?).
Mas, se retomamos aquilo de “os carros de combate” e “os cavalos de guerra” e o confrontamos com isso de “o rei salvador, humildemente montado num jumentinho”, e se pensarmos no paradoxo que apresenta, então também está clara a conclusão, que, aliás, já sabíamos por outras passagens da Escritura: o mal nunca se pode vencer com o mal, nem a violência com a violência, nem as armas com as armas… Isso é impossível! Até porque aqui, as forças do “mesmo signo” atraem-se (outro paradoxo!) e, portanto, somam-se e multiplicam-se… e acaba tudo num imenso caos e na extinção total.
Na mesma linha de argumento paradoxal, também não podemos esperar que a salvação venha da matéria – da “carne” – por si só… mas da transcendência – do “espírito” – que não está submetido às leis de caducidade. E a experiência diária nos diz que toda a matéria tem «data de caducidade» e que “a carne”, por definição, caminha para a podridão e a decomposição. “Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito… Não somos devedores à carne, para vivermos segundo a carne”… Porque “viver segundo a carne é morrer”, mas “quem viver segundo o Espírito viverá”. (Rm 8 / 2ª L.).
A nossa obrigação – que é alegre salvação – será seguir sempre o Caminho que o próprio Jesus, o Filho, nos aponta. Esse mesmo Jesus que “veio até nós, cavalgando num humilde burrinho”. Ele é quem nos vai traçando o percurso melhor, com o exemplo da sua Vida e da sua Palavra (porque “primeiro fez e depois ensinou”). E ninguém como Jesus percebia de paradoxos, ou de “contradições”, ou de desconcertos, ou de “brincadeiras ao estilo divino”. Eis como gostava Jesus de exprimir-Se (no Evangelho de hoje): “Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11). E eis como Ele gostava de viver (oferecendo-Se como exemplo): “Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve»”. (Mt 11 / 3ª L.). Quem assim fala e assim vive (“manso e humilde”) é, precisamente, o Filho de Deus Omnipotente!?
Sim, Pai, Senhor do céu e da terra,
nós também te bendizemos com Jesus,
porque preferes os pequenos e humildes
aos sábios e inteligentes…
Sim, Pai, nós gostamos das “Tuas brincadeiras”
e nos encantam os Teus “radicais paradoxos”…
Tu estás sempre atento, Senhor,
para amparar os que vacilam
e levantar todos os oprimidos… enquanto
ignoras os grandes e poderosos, autossuficientes…
Tu és sempre fiel à Tua Palavra
e perfeito em todas as Tuas obras.
E porque és fiel e paciente,
cheio de bondade e compaixão,
e porque a Tua misericórdia chega a todos…
nós agora convidamos todas as criaturas
a proclamarem a glória do teu Filho, Jesus,
porque Ele é manso e humilde de coração,
e com Ele as nossas cargas são leves:
Glória e louvor a Ti, Jesus Cristo, Senhor!
[ do Salmo Responsorial / 144 (145) ]