27bb- «Livres de preocupações...

 – A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 4 do T. Comum)

 

“Irmãos: Eu quisera que estivésseis livres de preocupações.Quem não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor… Mas aquele que se casou preocupa-se com as coisas do mundo, com a maneira de agradar à esposa, e encontra-se dividido. Da mesma forma, a mulher solteira… Ou casada…”. (1Cor 7,32-34 / 2ª L.).

 

Quem ler este capítulo 7 inteiro – e vale a pena, quer para casados quer para não casados! –, ficará a saber, além do mais, a opinião e conceito que São Paulo tinha acerca das relações mulher-homem / homem-mulher, ambos com a mesma dignidade e importância; realmente, não é fácil achar mais ponderação e mesura! Bem oposto ao machismo ou misoginia, que alguns pretendem atribuir a Paulo, apoiando-se apenas noutros textos esporádicos, escritos para situações pontuais (por exemplo, a respeito da utilização dos “dons de línguas e de profecias”), no intuito de censurar e corrigir determinadas condutas, em casos concretos, quando algumas mulheres, ao que parece, estavam a transpor os limites “da prudência e sensatez” (!?)…

 

A – Mas vamos refletir em volta do tema fundamental, ou seja, livres de preocupações… Mas será possível viver, cá em baixo, sem “preocupações”? Parece que nem o mesmo Paulo o conseguia…

B – Se observarmos bem o próprio texto, vemos que vai repetindo a mesma expressão em todos os casos; pois a pessoa não casada “preocupa-se”… e a casada, também “se preocupa”

A – Assim, tem razão Paulo ao dizer, logo à partida, que “desejaria livrá-los de preocupações”. Como admitindo que, na realidade, não o vai conseguir, visto aparecerem em todos os “estados”…

B – Mas há uma outra expressão nuclear no texto: “estar dividido”. É possível que esteja aí a chave para a nossa interpretação do verdadeiro objetivo que Paulo queria transmitir aos seus “fiéis”…

A – Quer isto dizer que haverá preocupações e cuidados que não “dividem” a pessoa, enquanto outros, pela sua mesma natureza, podem “dividir” a pessoa por dentro

B – Portanto, cada qual deverá ver – no estado de vida que tiver – até que ponto há de evitar aquelas preocupações que dividem a pessoa, e ficar com as que a “unificam” por dentro…

A – E outra questão interessante, ao falarmos em cuidados ou preocupações: não devemos confundir “preocupação” com “aflição”, pois esta é mais forte e absorvente que a primeira. Não é?

B – E chegamos a esta conclusão: Para Paulo – como para nós – não importa tanto o estado de vida que temos, quanto encontrar o que mais nos possa ligar a “O Transcendente”!…

 

A/B: Vamos precisar, Senhor Jesus, de todos os ‘dons do Teu Espírito’

para encontrarmos o equilíbrio e ponderação convenientes,

neste campo das preocupações e cuidados, do nosso dia a dia…

Que, afinal, só nos ‘preocupe’ a mais íntima união com o Teu Pai e nosso Pai.

E ainda que possamos sentir-nos “preocupados”, ou até “aflitos”,

Tu não permitas, Jesus, que se crie, em nós, qualquer divisão interior…  

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net